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O ano termina hoje para os mercados no Brasil


Hoje é o último pregão do ano nos mercados brasileiros, mas 2015 só acaba amanhã, quando as bolsas de Nova York ainda abrem. Sem qualquer alento para salvar os ativos domésticos e diante de uma fraca agenda econômica nesta quarta-feira, o prognóstico para o dia é de que a Bovespa acumule queda anual pela terceira vez seguida, abaixo dos 50 mil pontos, ao passo que o dólar deve encostar-se à faixa de R$ 3,90, em meio à disputa pela formação da Ptax e dois leilões de linha, além dos números semanais do fluxo cambial (12h30).

No exterior, o petróleo segue no centro das atenções. Após o rali da véspera, que levou as bolsas de Nova York a acumularem ganhos no ano, a commodity recua desde cedo, mas ainda se sustenta acima de US$ 37 o barril. O movimento é impulsionado pela expectativa de aumento nos estoques norte-americanos, após o dado do API mostrar alta de quase 3 milhões de barris na semana encerrada no dia 25 - analistas previam queda.

Os dados oficiais serão conhecidas às 13h30. Antes, às 13 horas, saem as vendas pendentes de imóveis nos Estados Unidos em novembro. À espera desses indicadores, os índices futuros em Wall Street recuam, ao passo que o dólar ganha terreno ante os rivais e as Treasuries realizam lucros. Na Europa, as bolsas não têm uma direção única e o dia também foi de indefinição na Ásia.

As bolsas de Xangai e de Tóquio subiram 0,3%, cada, ao passo que Hong Kong cedeu 0,45%. No Pacífico, a Bolsa de Sydney subiu pelo nono dia, garantindo a maior sequência de ganhos em 10 meses. Entre as moedas, o yuan offshore caiu pelo terceiro dia seguido, a 6,5970 por dólar, no nível mais baixo desde janeiro de 2011, após o próprio Banco Central chinês (PBoC) abaixar a taxa de referência diária ao menor patamar desde maio de 2011.

O fato é que os investidores já estão de olho nas resoluções de ano-novo para a economia global, após 2015 ter sido marcado por um crescimento anêmico, sem aumento de renda à população nem expansão de oportunidades de negócios em qualquer lugar desse vasto mundo. E a previsão é apenas um pouco melhor para 2016.

A começar pelos Estados Unidos, cuja economia foi a única que realmente cresceu neste ano, pondo fim a uma recessão que eclodiu após o colapso do Lehman Brothers, em 2008. Ainda assim, a maior potência mundial precisa retomar com vigor a liderança econômica global – isso em um ano de eleições presidenciais norte-americanas e de continuidade do ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve.

Nos demais países do globo, os desafios são muitos. Na Europa, apesar da política monetária acomodatícia do Banco Central da zona do euro (BCE), a atividade segue em inércia, com os líderes da região depositando na estratégia de Mário Draghi a solução dos vários problemas no Velho Continente.

Na América Latina, a situação é complexa. Após uma década de progresso, o derretimento nos preços das commodities atingiu em cheio a região. O Brasil, maior economia latina, enfrenta a pior recessão em anos, com a tensão política colocando o país em desordem e dificultando a retomada econômica.

A geração de despesa não prevista de quase R$ 3 bilhões no Orçamento de 2016 por causa do aumento do salário mínimo acima do valor aprovado no Congresso foi vista pelo mercado como uma medida populista do governo Dilma, que priorizou preservar o poder de compra do cidadão, injentando mais de R$ 50 bilhões na economia, em detrimento a um ajuste fiscal mais austero. Hoje, a presidente reúne-se, às 10 horas, com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.

A instabilidade política também afeta o Equador, que tenta seguir os passos do Chavismo na Venezuela. Já a segunda e terceira maiores economias latinas, México e Argentina, podem despontar, após decisões tomadas pelos presidentes Enrique Peña Nieto e Mauricio Macri.

Por sua vez, a África tem sido uma história de sucesso cada vez menos visível. Na Ásia, todos os olhos estão voltados para a China. A firme desaceleração do gigante emergente deve continuar em 2016, com o país enfrentando inquietações no rebalanceamento da economia em meio à implantação das necessárias reformas estruturais.

O que pode trazer bom ânimo são as forças do Macaco de Fogo, que regem os meses de 2016 a partir de fevereiro, segundo o zodíaco chinês – o que ainda pode deixar os mercados sem rumo nos primeiros 40 dias do novo ano. Antes, 2004 (madeira), 1992 (água), 1980 (metal), 1968 (terra) e 1932 (água), entre outros, também foram regidos pelo quarto último animal a chegar à festa de Ano Novo a convite de Buda, diz a antiga lenda chinesa.

Tido como o mais auspicioso da astrologia na China, o afortunado macaco abre caminho para assumir riscos em um ano animado, otimista e progressista, no qual as finanças, a economia e a política devem ver recuperação, encontrando o equilíbrio de forma rápida e derrubando velhas convenções – ainda que envolvidos em uma corrente de insegurança. Afinal, como se sabe, o mercado só acredita vendo.

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