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Sem força


Novos dados fracos sobre a China reacenderam o temor quanto à perda de tração da segunda maior economia do mundo, ao passo que no Brasil a crise política segue em nível elevado. Durante o fim de semana, foram divulgados números chineses sobre a balança comercial e a inflação, enquanto em Brasília a tradicional reunião de coordenação foi antecipada para ontem.

A presidente Dilma Rousseff estaria em busca dos líderes partidários para refazer a base de aliados e ficou definido que ela irá se reunir, separadamente, com cada partido, assumindo a linha de frente da articulação. Segundo relatos dos presentes no encontro de domingo, no Palácio da Alvorada, a presidente não pensa em fazer uma reforma ministerial agora - o que frustrou um pouco a base.

Entre os participantes, estavam os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Eduardo Braga (Energia) e Jacques Wagner (Defesa). O vice-presidente Michel Temer também esteve presente e abriu a reunião dizendo que "não é homem de agir de forma dissimulada". Os líderes do governo na Câmara e no Senado, deputado José Guimarães (PT-CE) e senador José Pimentel (PT-CE), respectivamente, também estavam no encontro.

Hoje, Dilma embarca para o Maranhão pela manhã, onde entrega unidades do Minha Casa, Minha Vida. O retorno para Brasília ocorrerá apenas no fim da tarde. Na agenda doméstica do dia, destaque para o boletim Focus (8h30) e para os primeiros números de agosto da balança comercial (15h30).

Já no exterior, o calendário econômico do dia está esvaziado, mas mesmo assim os mercados reagem aos indicadores chineses divulgados no fim de semana. Em julho, as exportações do gigante emergente caíram mais que o esperado, em -8,3% em base anual ante expectativa de -1,5%, ao mesmo tempo que as importações cederam 8,1%, na mesma comparação, ampliando o ritmo de queda, após caírem 6,6% no mês anterior.

Como resultado, o superávit comercial chinês foi de US$ 43 bilhões. A abertura do dado mostra que pesa na performance das transações chinesas com o mundo a demanda mais fraca na União Europeia, onde as exportações caíram 2,5% nos sete primeiros meses de 2015, e também o yuan mais forte. Aliás, a sustentação da moeda chinesa na faixa de US$ 6 também tem afetado o comportamento do índice de preços.

A inflação ao consumidor chinês (CPI) subiu 1,6% no mês passado, em base anual, diante de um salto nos preços da carne suína. Já no atacado, o índice de preços ao produtor (PPI) caiu pelo 41º mês consecutivo e atingiu o nível mais baixo desde 2009, ao recuar 5,4% em julho deste ano ante igual mês de 2014.

Em reação, os investidores apostam que novas medidas de estímulo serão adotadas por Pequim, principalmente àquelas relacionadas à fusão de empresas estatais. Como consequência, a Bolsa de Xangai registrou o maior ganho em um mês, de +4,9%. Os demais mercados da região pegaram carona e também subiram, com +0,4% em Tóquio e +0,6% em Sydney.

Já no Ocidente, as principais bolsas europeias e os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d'água, porém com um ligeiro viés de alta. Os mercados financeiros tentam se recuperar das perdas no fim da semana passada, quando os dados sobre o emprego nos Estados Unidos reforçaram a possibilidade de o Federal Reserve subir os juros neste ano.

Ao longo da semana, serão conhecidos números sobre a atividade na China e na zona do euro, mas o destaque na região da moeda única é a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira. No dia seguinte, sai o Produto Interno Bruto (PIB) europeu no trimestre passado. Já nos EUA, as atenções se voltam para dados sobre o varejo e a indústria, também a partir de quinta-feira.

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