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Xangai interrompe sell off e mercados avançam


O mercado acionário chinês conseguiu estabilizar-se hoje, com a Bolsa de Xangai fechando em alta de 1,3%, após a forte onda vendedora (sell off) da véspera. As medidas tomadas pelos órgãos reguladores permaneceram em vigor e o Banco Central local (PBoC) injetou mais US$ 71,2 bilhões para prover liquidez.


Esse desempenho em Xangai embala os ativos de risco, embutindo um sinal positivo nas bolsas e nas commodities, com os investidores tentando avaliar os esforços para conter a disseminação do coronavírus. A sensação é de que há uma desaceleração no ritmo de pessoas infectadas, dando a esperança de que o surto possa ser controlado.


Ainda assim, mais de 20 mil casos da doença já foram confirmados na China, causando 426 mortes, enquanto 660 pessoas se curaram. A maioria dos casos está concentrado na província de Hubei, cuja capital é Wuhan, epicentro do surto. Nessa região, 414 morreram, outras 398 se curaram e há 13,5 mil casos. No mundo, 24 países confirmaram infecções.


Diante disso, os investidores avaliam que o impacto do surto de coronavírus na economia global possa ser de curto prazo. Contudo, ainda não se sabe a forma como o vírus se espalha e evolui, o que mantém certa apreensão no mercado financeiro, com o choque econômico na China podendo se propagar para o restante do mundo de forma intensa.


Com isso, não há uma dinâmica específica nos negócios, com momentos de volatilidade e incerteza. Por ora, porém, a acomodação na bolsa chinesa abre espaço para uma retomada do apetite por risco. Nesta manhã, os índices futuros das bolsas de Nova York estão em alta firme, o que embala a abertura do pregão europeu, após uma sessão positiva na Ásia.


Além de Xangai, a Bolsa de Shenzhen também se recuperou e subiu 1,8%, enquanto Hong Kong teve alta de 1,2%. Fora da China, Tóquio avançou 0,5% e Seul teve alta de 1,8%. No Pacífico, Sydney cresceu 0,4%, reagindo também à decisão do BC australiano (RBA) de manter a taxa de juros do país no piso recorde de 0,75%.


O dólar australiano (aussie) também reage em alta à decisão do RBA, ao passo que o yuan chinês (renminbi) é cotado abaixo de 7 por dólar. Já a moeda norte-americana mede forças em relação aos rivais. Nas commodities, o petróleo se recompõe e o barril do tipo WTI volta à faixa de US$ 50. O ouro recua e o rendimento (yield) dos títulos norte-americanos avança.


Esse comportamento dos mercados no exterior pode continuar ajudando os negócios locais, que ontem já se recuperaram. O Ibovespa voltou a circundar a faixa dos 115 mil pontos, enquanto o dólar caiu abaixo de R$ 4,25. Agora, os investidores se preparam para a agenda de indicadores e eventos econômicos do dia.


Atividade calibra Selic e Trump discursa


O calendário desta terça-feira traz como destaque, no Brasil, o desempenho da indústria nacional em dezembro. A previsão, porém, é de queda na produção do setor, de -0,5% em relação a novembro e de -0,8% no confronto anual, no segundo resultado negativo consecutivo em ambos os confrontos.


Também serão conhecidos os números acumulados da indústria no quarto trimestre de 2019 e no ano passado como um todo. Os resultados efetivos serão conhecidos às 9h e podem corroborar as apostas de queda adicional no juro básico (Selic) nesta semana, diante da perda de tração da atividade doméstica ao final do ano passado.


Logo cedo, ainda por aqui, saem leituras regionais sobre a inflação ao consumidor (IPC) em janeiro. Já no exterior, serão conhecidos o índice de preços ao produtor (PPI) na zona do euro (7h) e as encomendas às fábricas nos EUA (12h), ambos referentes ao mês de dezembro.


Mas o foco da agenda externa está no discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o estado da União, no Congresso norte-americano, à meia-noite. De olho na reeleição, ele deve realçar as conquistas no primeiro mandato e alfinetar os democratas. No fim do dia, saem dados do setor de serviços na China em janeiro.


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