O grande encontro
Depois de algum vai-não-vai, Donald Trump e Kim Jong Un parece que vão mesmo se reunir em Cingapura na próxima semana pra discutir sabe-se lá o quê. Fala-se por aí muito mais do luxo do hotel insular que vai abrigar o encontro do que sobre os temas da conversa entre o norte-americano e o norte-coreano.
Dizem que o debate vai girar em torno de uma tal desnuclearização da Península Coreana. Mas ninguém descarta algo mais interessante, como técnicas de sobrevivência em ambientes isolados. Afinal, não é pouca gente no mundo que gostaria de ver perdida para sempre a chave da porta onde esses dois vão se encontrar. (Caso isso ocorra, é importante que ninguém consiga resgatá-los.)
Sabemos, porém, da improbabilidade de isso ocorrer. Também sabemos de outras improbabilidades, como de a Coreia do Norte abrir mão de seu programa nuclear em troca de promessas vagas e meia dúzia de BigMacs, ou de os Estados Unidos exigirem qualquer outra coisa que não seja o desmantelamento total e absoluto do programa nuclear norte-coreano, bélico ou não.
Para Pyongyang, sua biribinha atômica é crucial para evitar uma degringolada para além daquela que o país já vive por causa de seu isolamento do resto do mundo.
Para Washington, desestabilizar qualquer região além de suas fronteiras é fundamental para a manutenção de sua hegemonia militar, financeira e político-ideológica sobre o dito “mundo livre”.
Em questão de pouquíssimo tempo, Trump tocou fogo no Oriente Médio ao transferir a embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém e sabotar o acordo nuclear com o Irã. Em um momento no qual as Coreias do Norte e do Sul parecem ter encontrado uma trilha menos beligerante para o futuro, conseguirá Trump incendiar também o Extremo Oriente?
E sabe como é incêndio, né? Dá um trabalhão pra debelar e não obedece fronteiras.