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Semana pós-tarifaço de Trump é sobre juros nos EUA

  • Foto do escritor: Olívia Bulla
    Olívia Bulla
  • 11 de ago.
  • 3 min de leitura

Dados de inflação e atividade no Brasil e nos EUA calibram apostas sobre rumo dos juros

🧪Resumo Semanal: Reflexões e tendências para período de 11 a 15 de agosto de 2025

Trump tenta manter hegemonia dos EUA e trava nova versão da guerra comercial
Trump tenta manter hegemonia dos EUA e trava nova versão da guerra comercial

O mercado financeiro volta a se concentrar no noticiário econômico nesta semana, após a política roubar a cena dos negócios no período anterior, em meio às novas tarifas implementadas pelos Estados Unidos. Ou alguém ainda acha que a guerra travada por Donald Trump contra o mundo tem fins exclusivamente comerciais?


Depois que o conflito entre EUA e China em 2018 mostrou-se mais tecnológico, agora o Império parte para outra frente - a monetária - para tentar manter sua hegemonia mundial. Mas a fraqueza do dólar,  que tem ficado mais barato em diversos países - Brasil, inclusive - atrapalha os planos da Casa Branca. 


Com isso, o embate com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tende a esquentar ainda mais. Dados de inflação e atividade nos EUA devem embaralhar o cenário sobre o rumo da taxa de juros norte-americana. De um lado, os preços ao consumidor seguem salgados; de outro, a economia precisa de estímulos para evitar uma contração. 


Mesmo assim, crescem as apostas de cortes pelo Fed - provavelmente na próxima reunião, em setembro; a mensagem viria no famigerado simpósio de Jackson Hole, no fim deste mês. Com a taxa lá saindo da faixa atual de 4,25% a 4,5%, o tal do diferencial de juros volta ao campo e países onde as taxas são elevadas atraem a entrada de dólares - leia-se Brasil.


Portanto, Trump planeja provocar uma guerra cambial no mundo por meio de juros baixos nos EUA. Talvez não seja uma batalha via câmbio semelhante ao que se viu pós-crise de 2008 - mas sim a de 1929. Até porque o tripé que ainda sustenta a superioridade dos EUA só tem mais uma perna: a militar. E a Grande Depressão foi o marco do período Entre Guerras.


O que vem por aí 


- Terça (12): Inflação no Brasil (IPCA) e nos EUA (CPI) de julho


Preços ao consumidor estão mais salgados aqui e lá fora, puxados por alimentos e energia. Depois de estourar novo modelo de metas de inflação em junho, IPCA de julho deve confirmar aceleração apontada pela prévia do mês (IPCA-15). 


Já nos EUA, depois de ter registrado em junho a maior alta desde janeiro, CPI deve ter avançado ainda mais durante o mês que marca o início das férias de verão (no hemisfério norte), diante do aumento dos gastos do consumidor. 


Trajetória dos preços nos EUA dificulta chance de o Federal Reserve cortar os juros, elevando a pressão de Donald Trump sob Jerome Powell.


- Entre Quarta (13) e Sexta (15): Dados de atividade no Brasil, EUA e China


Comércio e setor de serviços brasileiro em junho abrem rodada de dados de atividade na semana, a partir de Quarta (13). Na China, produção industrial e vendas no varejo saem na Quinta (14) à noite. Nos EUA, os mesmos indicadores serão conhecidos na Sexta (15).


- Temporada de balanços do 2T25 segue a todo vapor


Destaques da semana são Sabesp, Natura, ambos na Segunda (11); BTG Pactual, na Terça (12); Ambipar, na Quarta (13); além dos bancos do Brasil e Nubank, na Quinta (14), e dos frigoríficos BRF e Marfrig, no mesmo dia. A área Gol encerra a divulgação, na Sexta (15).


O que passou 


- Petrobras perde R$ 31,9 bilhões em valor de mercado em um único dia (Fonte: Elos Ayta Consultoria), apesar de reverter prejuízo de um ano antes e lucrar R$ 26,65 bilhões em três meses.


Estatal petrolífera decepciona com dividendos menores que o esperado e investidor manda recado à empresa: quem investe é investidor


- Dólar cai quase 2% na semana e segue abaixo da marca de R$ 5,50


Após repique na moeda norte-americana por causa da tensão com o tarifaço de Trump em produtos brasileiros, dólar volta ao curso da tendência recente. No ano, queda é de 12%. 


- Ata do Copom reforça Selic a 15% por “período bastante prolongado”


Comitê de Política Monetária do Banco Central repete cinco vezes, no documento referente à reunião de julho, a expressão “período bastante prolongado” para descrever manutenção da taxa básica de juros no maior nível desde julho de 2006.


Dose semanal 💊


Você sabe o que significa a expressão Beggar-thy-neighbor?

É essa resposta que o mercado deveria buscar, pois o que está em jogo é os EUA tentando “empurrar a miséria” para outros países e, ao mesmo tempo, manter o nível da concorrência internacional.

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