Mercado quer se descolar do exterior em março
Debate sobre nível terminal da taxa Selic deve esquentar, guiando mercado local

🧪 Dose diária:
🚨 O Ibovespa conseguiu reduzir em fevereiro uma parte da queda registrada em janeiro e começa o mês de março nesta sexta-feira (1) com perdas acumuladas de quase 4% no ano.
💸 Já o dólar está um pouco mais caro desde o início de 2024, mas segue abaixo de R$ 5,00. Esse comportamento mostra que é o exterior quem dita o rumo dos mercados.
✂ Mas o novo mês pode abrir espaço para um descolamento dos negócios locais. Afinal, a taxa Selic segue em queda, enquanto o Fed hesita em iniciar os cortes nos juros em breve.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta sexta-feira (1):
O Ibovespa conseguiu reduzir em fevereiro uma parte da queda registrada em janeiro e começa o mês de março nesta sexta-feira (1) com perdas acumuladas de quase 4% no ano. Já as bolsas de Nova York registraram alta de até 6% só no mês passado. Esse desempenho levou o S&P 500 a níveis recordes e o Nasdaq às máximas desde 2021.
Aliás, os ativos de risco relacionados ao exterior e negociados no Brasil, como o Bitcoin e o índice de ações de empresas estrangeiras (BDRX), lideraram os ganhos no mês passado. O dólar, por sua vez, está um pouco mais caro desde o início de 2024, mas segue abaixo de R$ 5,00. Esse comportamento mostra que é o exterior quem dita o rumo dos mercados.
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h30:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,23%; S&P 500 -0,24% e Nasdaq -0,18%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -0,03% no pré-mercado; nos ADRs, Vale +0,07% e Petrobras +0,97%;
Europa: índice Stoxx 600 +0,27%; Frankfurt +0,33%; Paris -0,21% e Londres +0,65%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +1,90%; Hong Kong +0,47%; Xangai +0,39%;
Câmbio: DXY +0,02%, 104.18 pontos; euro -0,07%, a US$ 1,0799; libra -0,05%, a US$ 1,2621; dólar +0,28% ante o iene, a 150,39 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,229%, de 4,257% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,600%, de 4,631% na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,18%, a US$ 2.058,40 a onça na Comex; petróleo WTI +1,10%, a US$ 79,14 o barril; Brent +1,14%, a US$ 82,86 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (maio/24) fechou em +0,45% em Dalian (China), a 891 yuans após ajustes (US$ 124,44).
Mercado mira atividade
Ao menos até aqui. Mas o novo mês pode abrir espaço para um descolamento dos negócios locais, passando a ter uma dinâmica própria. Afinal, a taxa Selic segue em queda, enquanto o Federal Reserve hesita em iniciar os cortes nos juros em breve. As duas reduções já contratadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) até maio vão levar o juro básico ao limiar dos dois dígitos.
Portanto, o debate sobre o nível terminal da queda deve esquentar a partir de agora. Os números da economia brasileira ao final de 2023 que saem hoje abrem a discussão. A ver se os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre irão manter a tendência dos períodos anteriores e surpreender novamente, com um resultado melhor que o esperado.
Se isso acontecer, o Copom pode frear os estímulos à economia. Ainda mais após os números salgados da inflação neste início de ano, acumulando sinais de pressão de alta nos preços, e do valor recorde da massa salarial real, o que reforça a melhora do consumo. Ou seja, quanto mais fraco vieram os dados, maior a chance de uma Selic de um dígito, distante dos 10%.
Lá fora, a China abriu o dia de divulgação de dados de atividade, que tem ainda números sobre a indústria na zona do euro e nos Estados Unidos. O índice dos gerentes de compras (PMI) do setor industrial chinês oscilou em baixa em fevereiro, a 49,1, de 49,2 em janeiro, mas permaneceu em território de contração pelo quinto mês consecutivo.
O resultado mostra o impacto nas fábricas da pausa de uma semana devido às festividades do Ano Novo Lunar. As grandes indústrias ficaram fechadas ou reduziram as operações no período. Já o PMI do Caixin subiu a 50,9, mostrando que as pequenas e médias empresas industriais seguem em expansão.
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