Jerome Powell vem aí
Presidente do Fed discursa em Jackson Hole e deve definir rumo dos mercados, mas não dos juros
🧪 Dose diária:
🚨 O mercado realizou lucros ontem. Depois de alcançar novos topos históricos por três pregões seguidos, o Ibovespa perdeu fôlego e caiu.
💸 Já o dólar cravou a maior alta percentual do ano e voltou à faixa de R$ 5,60. Os investidores também aproveitaram a sessão para montar posições defensivas.
❓ A cautela que antecede o discurso do presidente do Fed em Jackson Hole se dá diante do risco de Jerome Powell não indicar nenhuma pista sobre o rumo dos juros nos EUA.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta sexta-feira (21):
O mercado financeiro realizou lucros ontem (22). Trata-se de um típico movimento em que os investidores colocam no bolso os ganhos recentes. Depois de alcançar novos topos históricos por três pregões seguidos, o Ibovespa perdeu fôlego e caiu 0,95%. Já o dólar cravou a maior alta percentual do ano e disparou 2%, voltando à faixa de R$ 5,60.
Além de realizar lucros, os investidores também aproveitaram a sessão para montar posições defensivas, em meio à cautela que antecede o discurso do presidente do Federal Reserve em Jackson Hole (11h). O risco é Jerome Powell não dar nenhuma pista sobre o rumo da taxa de juros nos Estados Unidos.
Aliás, foi exatamente isso o que ele fez nas duas edições anteriores. Nas ocasiões, ele não sinalizou o ritmo do aperto mais rápido e intenso da história do Fed nem indicou o fim do ciclo, um ano depois. Daí porque os investidores buscaram proteção em ativos seguros. A incorporação de prêmios na curva local de juros realçou o clima de aversão ao risco.
Fala, Powell
Nesta sexta-feira (23), porém, os mercados amanheceram mais dispostos. O sinal positivo vindo dos futuros dos índices das bolsas de Nova York embala os ativos brasileiros no exterior, com o EWZ indicando uma recuperação da bolsa brasileira hoje. Nos ADRs, o destaque fica com a Petrobras, que acompanha a alta nos preços do barril de petróleo.
Ou seja, ao que tudo indica, o movimento da véspera foi passageiro e o mercado retoma a trajetória de alta que tem sido a marca deste mês. A manutenção do rumo do dia vai depender do discurso de Powell no fim da manhã. A ver se ele ao menos confirma a indicação da ata da reunião do Fed em julho.
O documento da quarta-feira (21) deixou clara a disposição dos membros votantes do colegiado em promover o primeiro corte nos juros dos EUA em mais quatro anos em breve, tirando a taxa do maior nível deste século. Para alguns, a queda já deveria ter ocorrido. Daí porque a chance de ocorrer em setembro está acima de 70%, mas à dose mínima, de 0,25 ponto.
A ansiedade do mercado é sobre o que virá depois. Para isso, talvez seja necessário aguardar a divulgação do gráfico de pontos (dot plot) ao final do encontro do Fed no mês que vem. Até lá, as apostas de quedas adicionais por lá e um aperto da taxa Selic aqui devem ditar a dinâmica dos negócios - ainda que um ou outro sejam improváveis.
💊 Pílulas do Dia
Buraco do filho do Jack: Por que o simpósio em Jackson Hole é tão importante para o mercado. Entenda.
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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,31%; S&P 500 +0,41% e Nasdaq +0,62%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,54% no pré-mercado; nos ADRs, Vale +0,29% e Petrobras +0,89%;
Europa: índice Stoxx 600 +0,19%; Frankfurt +0,47%; Paris +0,46% e Londres +0,24%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +0,40%; Hong Kong -0,16% e Xangai +0,20%;
Câmbio: DXY -0,15% aos 101.36 pontos; euro +0,12%, a US$ 1,1126; libra +0,33%, a US$ 1,3136; dólar -0,19% ante o iene, a 146,02 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 3,859%, de 3,857% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,019%, de 4,016% na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,77%, a US$ 2.536,00 a onça na Comex; petróleo WTI +1,10%, a US$ 73,82 o barril; Brent +0,93%, a US$ 77,94 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (janeiro/25) fechou -1,43% em Dalian (China), a 725,50 yuans a tonelada métrica (US$ 100,06) após ajustes.