Mercado vive o dia seguinte à Super Quarta
Mensagem do Fed e do Copom sobre juros ainda ocupa os mercados
🧪 Dose diária:
🚨 Os juros nos Estados Unidos vão cair neste ano. Quando? Não se sabe. O Fed descartou março, deixou maio na mesa, mas também indicou que pode ser depois.
✂ Já a taxa Selic vai continuar caindo ao ritmo de 0,50 ponto “nas próximas reuniões”. Até quando? O Copom não disse.
📅 É nesse cenário sem muita clareza no horizonte que os mercados iniciam o mês de fevereiro, com o “efeito Powell” se sobrepondo ao “efeito janeiro”.
Os juros nos Estados Unidos vão cair neste ano. Quando? Não se sabe. O Federal Reserve descartou março, deixou maio na mesa, mas também indicou que pode ser depois. Já a taxa Selic vai continuar caindo ao ritmo de 0,50 ponto porcentual (pp) “nas próximas reuniões”. Até quando? O Comitê de Política Monetária (Copom) não disse.
Os bancos centrais preferiram evitar dizer o que não sabem porque o que está em jogo é a credibilidade. Depois de ter a imagem arranhada, com Jerome Powell reiterando que a “inflação é transitória” para então dar uma guinada acelerada nos juros, a última coisa que o Fed quer agora é errar novamente e afrouxar a taxa cedo demais ou muito rápido.
Ao menos esse passo gradual eliminou a dúvida do “se”. A questão é que como o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed projeta três cortes de 0,25 pp na taxa em 2024, o ciclo de alívio pode ficar para o segundo semestre - inclusive após o fim das férias de verão (no hemisfério norte). Daqui a 40 dias, deve-se descobrir se maio segue no páreo.
Já o Copom não se comprometeu com prazo. Na primeira reunião do ano e com mais sete à frente, apenas garantiu que nada muda - por ora. Afinal, foi a demora em alterar a rota do juro básico, para baixo, que resultou em críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e numa queda de braço com o governo. Mexer no plano de voo é um risco.
Efeito Powell
É nesse cenário sem muita clareza no horizonte que os mercados iniciam o mês de fevereiro. Isso depois de o Ibovespa amargar o pior janeiro desde 2016, com queda acumulada de 4,8%. Agora são 15 vezes, desde o início dos anos 2000, que a bolsa brasileira ficou no vermelho no primeiro mês do ano.
A boa notícia é que o “efeito janeiro” serve mais de barômetro quando o desempenho é positivo, animando os negócios com ações nos meses seguintes. Já quando o resultado é negativo, como foi agora, o impacto parece ser menor. A ver, então, se o Ibovespa dá continuidade hoje à correção técnica vista ontem.
Ainda assim, os investidores precisam ter sangue-frio. Afinal, ao longo de 2023, o Ibovespa ficou atrás dos principais indicadores de referência praticamente todos os meses e só teve boa recuperação em novembro e dezembro, salvando o ano. Já o dólar encerrou janeiro abaixo de R$ 4,95, mas nem Powell salvou o mês, com a moeda subindo 1,8%.
Em Nova York, os três principais índices acionários avançaram pouco mais de 1% no primeiro mês de 2024, cada. Nesta manhã, o mercado futuro amanheceu em alta, com o “efeito Powell” ainda movimentando Wall Street. Já na Europa e na Ásia, prevaleceu o sinal negativo, enquanto nas commodities, o desempenho é misto.
Nem mesmo a manutenção do índice da indústria chinesa medido pelo Caixin em 50,8 em janeiro, repetindo a leitura de dezembro e contrariando a previsão de queda a 50,6, animou o minério de ferro em Dalian. Mas o que chama mesmo a atenção é o aumento da diferença no rendimento (yield) entre os bônus de 2 e de 10 anos dos EUA (Treasuries).
Na agenda desta quinta-feira (1), dados de atividade no Brasil e no exterior recheiam o calendário, que traz também o índice de preços ao consumidor na zona do euro e a decisão de juros do Banco da Inglaterra (BoE). Na safra de balanços, as big techs Apple, Amazon e Meta se juntam às outras “magníficas” que já divulgaram resultados.
💊 Pílulas do Dia
Um ano para esquecer: Santander Brasil tem balanço ruim o suficiente no 4T23 e frustra otimismo dos investidores para 2024. Saiba mais.
Selic em 11,25%: Confira quanto rendem as aplicações de renda fixa e onde investir agora.
Melhor que os outros: Ifix bate Ibovespa, IDIV e small caps em janeiro: Veja os FIIs mais (e menos) rentáveis.
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h10:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,11%; S&P 500 +0,31% e Nasdaq +0,52%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,12% no pré-mercado; nos ADRs, Vale +0,44% e Petrobras +0,41%;
Europa: índice Stoxx 600 -0,14%; Frankfurt -0,31%; Paris -0,83% e Londres +0,37%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -0,6%; Hong Kong +0,52%; Xangai -0,64%;
Câmbio: DXY +0,39%, 103.68 pontos; euro -0,16%, a US$ 1,0803; libra -0,28%, a US$ 1,2652; dólar -0,06% ante o iene, a 146,86 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 3,950%, de 3,919% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,246%, de 4,209% na mesma comparação;
Commodities: ouro -0,47%, a US$ 2.057,50 a onça na Comex; petróleo WTI 0,51%, a US$ 76,24 o barril; Brent -0,59%, a US$ 81,04 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (maio/24) fechou em -0,93% em Dalian (China), a 962,50 yuans após ajustes (US$ 134,42).