Mercado avalia quando é hora de se antecipar
Eleições antecipadas são revés na Europa, mas antecipar corte nos EUA está em jogo
🧪 Dose diária:
🚨 O mercado inicia a semana de divulgação de dados de inflação no Brasil e nos EUA olhando para a reviravolta nas eleições legislativas da França.
🤔 O presidente Macron deve ter chegado à mesma conclusão que o então primeiro-ministro do Reino Unido Rishi Sunak: eleições antecipadas são uma péssima ideia.
🤞 No front econômico, a expectativa é de que o Fed sinalize uma queda na taxa em setembro. Ou mesmo antecipe o início dos cortes nos juros para o fim deste mês.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta segunda-feira (8):
O mercado financeiro inicia a semana de divulgação de dados de inflação no Brasil (IPCA) e nos Estados Unidos (CPI) olhando para a Europa. A reviravolta nas eleições legislativas na França barrou a ascensão da extrema-direita e embolou o esquema político, com a frente de esquerda e a aliança centrista precisando formar uma coalizão para governar sobre o Rio Sena.
Em reação, os ativos europeus amanheceram no vermelho, mas logo engataram uma rápida recuperação. A Bolsa de Paris exibe leve alta, animando as demais praças do velho continente, enquanto o euro oscila acima de US$ 1,08. Do outro lado do Atlântico Norte, os futuros dos índices das bolsas de Nova York estão na linha d’água e o dólar mede forças frente às moedas rivais.
Passada a surpresa com a virada histórica da Nova Frente Popular, o presidente Macron deve ter chegado à mesma conclusão que o então primeiro-ministro do Reino Unido Rishi Sunak: eleições antecipadas são uma péssima ideia. Afinal, o resultado dos pleitos foi a volta do Partido Trabalhista ao poder após 14 anos e a ausência de maioria na França - algo incomum para o país que tem a tradição de eleger legislaturas com partido dominante.
Mercado quer antecipar cortes
É assim que o noticiário político vai chamando a atenção dos investidores, tendo ainda como ponto alto as eleições presidenciais nos EUA, em novembro. Com isso, a discussão em torno dos indicadores econômicos e cortes nos juros pelo Federal Reserve vai dividindo espaço com outros temas.
Mas isso não significa que o mercado não espera mais nenhuma novidade no front econômico. Ao contrário, a expectativa é de que números mais brandos do índice de preços ao consumidor norte-americano, a serem conhecidos na quinta-feira, pressionem o Fed a sinalizar, de fato, uma queda na taxa em setembro.
Mais que isso, o CPI pode até antecipar o início do ciclo nos EUA para o fim deste mês. Para tanto, também merecem destaque os pronunciamentos do presidente do Fed, Jerome Powell, no Senado e na Câmara dos Representantes, amanhã e depois, respectivamente. Portanto, antes dos dados efetivos da inflação norte-americana.
Powell tende a ser pressionado pelos congressistas a remover a taxa de juros do maior nível desde 2001 antes da disputa pela Casa Branca, de modo a evitar uma reviravolta dolorosa também na atividade econômica norte-americana. Ainda mais diante da pressão sobre Joe Biden para abdicar da candidatura à reeleição pelo Partido Democrata.
Enquanto isso, no Brasil...
Esses ventos vindos de fora têm potencial para mover a bolsa brasileira. Aliás, o Ibovespa entra na segunda semana de julho ainda sem saber o que é cair neste início de segundo semestre, em meio à correção no dólar e à devolução dos prêmios nos juros futuros. Na cena local, também ganham relevância o desempenho do varejo e dos serviços - setor que tende a ser mais impactado pela reforma tributária a ser regulamentada nesta semana.
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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,02%; S&P 500 -0,04% e Nasdaq -0,04%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,04% no pré-mercado; nos ADRs, Vale -1,29% e Petrobras -0,34%;
Europa: índice Stoxx 600 +0,41%; Frankfurt +0,57%; Paris +0,55% e Londres +0,23%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -0,32%; Hong Kong -1,55% e Xangai -0,93%;
Câmbio: DXY +0,01%, aos 104.89 pontos; euro -0,01%, a US$ 1,0839; libra +0,02%, a US$ 1,2817; dólar +0,18% ante o iene, a 161,06 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,314%, de 4,286% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,645%, de 4,612% na mesma comparação;
Commodities: ouro -0,73%, a US$ 2.379,90 a onça na Comex; petróleo WTI -1,47%, a US$ 82,21 o barril; Brent -1,46%, a US$ 85,71 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (setembro/24) fechou em -1,87% em Dalian (China), a 854 yuans a tonelada métrica (US$ 116,39) após ajustes.