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Fed e Copom mostram as garras ao mercado

No jargão do mercado, a postura dos bancos centrais se divide entre pombos e falcões

No jargão do mercado, a postura dos bancos centrais se divide entre pombos e falcões
No jargão do mercado, a postura dos bancos centrais se divide entre pombos e falcões
Resumo: O mercado deve operar na defensiva hoje, com os investidores desfazendo-se das apostas mais ousadas, após o Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária (Copom) mostrarem suas garras na condução da taxa de juros. Os ativos de risco precisam se ajustar à tese de juros talvez mais altos por ainda mais tempo nos Estados Unidos. Já o Copom promoveu o segundo corte consecutivo na Selic, mas precisou trazer mensagens duras sobre a inflação e as metas fiscais para cravar a manutenção do ritmo de cortes a 0,50 pp nas próximas reuniões. Com isso, o dia seguinte à Super Quarta deve ser de impacto negativo nos ativos de risco, mas não se assuste, investidor: ainda dá tempo para ajustar as posições.

O mercado financeiro deve operar na defensiva nesta quinta-feira (21), com os investidores desfazendo-se das apostas mais ousadas. Esse recuo estratégico ocorre após o Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária (Copom) mostrarem as suas garras na condução da taxa de juros.


No jargão do mercado, a política monetária dos bancos centrais se divide entre pombos (“dovish”) e falcões (“hawkish”). Os pombos são aqueles contrários ao aperto dos juros, enquanto os falcões são mais rigorosos com o rumo da taxa. Tanto o Fed quanto o Copom surpreenderam na Super Quarta pelo tom mais agressivo.


De um lado, o gráfico de pontos (dot plot) e Jerome Powell praticamente descartaram a chance do início do ciclo de cortes nos Estados Unidos em breve. Além disso, deixaram em aberto a possibilidade de um novo aumento. Com isso, os ativos de risco precisam se ajustar à tese de juros (talvez) mais altos por ainda mais tempo. Foi, portanto, uma pausa hawkish.


E é exatamente aí que se destoa do Copom. Afinal, o segundo corte consecutivo na Selic deu início a um novo ciclo de queda dos juros básicos - o oitavo desde 1999. Porém, o Comitê precisou trazer mensagens duras sobre inflação e as metas fiscais para cravar a manutenção do ritmo de cortes a 0,50 ponto percentual (pp) nas próximas reuniões.


Mercado não tem medo do bicho-papão


Porém, como já dito aqui, não é de hoje que o Fed vem entoando o discurso de que sequer os aumentos na taxa de juros terminaram. Da mesma forma, o Copom deixou claro desde que começou a reduzir a Selic, em agosto, que a política monetária seguirá em terreno contracionista.


Portanto, os investidores estão ignorando o rinoceronte cinza vindo em velocidade constante e em direção contrária no meio da estrada. Aliás, quando se depara com fenômenos raros, os mercados também recorrem à fauna. Afinal, esses mamíferos com chifre são mais comuns de serem avistados, mas, muitas vezes, parecem estar escondidos.


Ainda no jargão do mercado financeiro, alguns episódios são conhecidos como um “rinoceronte cinza”. Trata-se de um evento previsível, que tem uma alta probabilidade de ocorrência, mas para o qual ninguém dá muita importância. Embora haja o risco de provocar um grande impacto negativo, os investidores têm um tempo para se prepararem para a colisão nos ativos.


O mesmo não se pode dizer em relação ao Cisne Negro. Esse animal exótico é lembrado quando um evento imprevisível que tem uma pequena chance de ocorrer acaba acontecendo e provoca efeitos imensuráveis. Foi exatamente o caso da pandemia da covid-19 e são contra os efeitos do coronavírus na economia que os BCs ainda lutam. Aliás, você já viu um cisne negro por aí?


Pílulas do Dia 💊

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Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h30:

EUA/Futuros: Dow Jones -0,43%; S&P 500 -0,60% e Nasdaq -0,78%;

NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -1,15% no pré-mercado; ADRs da Vale -1,55%; ADRs da Petrobras -0,59%;

Europa: Stoxx 600 -1,05%; Frankfurt -1,03%; Paris -1,34%; Londres -0,62%;

Ásia/Fechamento: Tóquio -1,37%; Hong Kong -1,29%; Xangai -0,77%;

Câmbio: DXY -+0,24%, 105.45 pontos; euro +0,01%, a US$ 1,0663; libra -0,41%, a US$ 1,2293; dólar -0,29% ante o iene, a 147,90 ienes;

Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,427%, de 4,414% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 5,148%, de 5,191% mesma comparação;

Commodities: ouro -1,14%, a US$ 1.944,70 a onça na Comex; petróleo WTI -1,01%, a US$ 88,75 o barril; Brent -1,02%, a US$ 92,57 o barril; minério de ferro (janeiro/24) fechou em -0,75% em Dalian (China), a 864 yuans a tonelada métrica, após ajustes (~US$ 118,30).



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