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Copom e PEC norteiam mercados


As apostas para a última reunião de 2016 do Comitê de Política Monetária (Copom) devem se agitar hoje, dia de divulgação da então ata, agora notas, do encontro da semana passada (8h30). O mercado financeiro ainda está dividido em relação aos próximos passos do Banco Central e a expectativa quanto ao rumo da taxa básica de juros (Selic) em novembro também depende de como vai caminhar o ajuste fiscal no Congresso.

Os investidores têm precificado uma chance levemente maior de manutenção do ritmo de queda, a 0,25 ponto, do que de aumento da dose de afrouxo, para 0,50 ponto porcentual. Mas essa probabilidade cada vez menor de o BC acelerar o ritmo de cortes dos juros pode ser colocada à prova hoje.

O segundo turno da votação na Câmara da proposta de emenda à Constituição (PEC) 241 acontece hoje, a partir das 15h, e o governo Temer quer aprovar a matéria que fixa um teto para os gastos públicos por até 20 anos com um placar próximo de 400 deputados. Trata-se de um resultado ainda mais favorável do que o obtido na primeira rodada, quando contabilizou 366 votos a favor e 111 contra. O mínimo necessário são 308 votos.

O presidente Michel Temer se apoia em uma base de mais de 400 deputados aliados, a maior desde a redemocratização do país, e quer demonstrar força política na votação de hoje, para avançar nas demais reformas. Nesse esforço, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ofereceu ontem um coquetel aos parlamentares para garantir o apoio, a fim de convencer o Legislativo que a agenda do Brasil não pode ser a agenda da Lava Jato.

Temer estava presente ao evento e foi recebido por servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público, que fizeram um protesto em frente à residência oficial da Presidência da Câmara. Todas as autoridades presentes, entre elas, o ministro das Fazenda, Henrique Meirelles, foram alvo de protestos. Essas manifestações podem continuar do lado de fora do Congresso hoje.

Há quem já admita, nos bastidores, um placar menos folgado do governo, o que complicarias as articulações políticas para temas mais delicados, como a Reforma da Previdência e também a trabalhista. Essa expectativa pela votação deve manter os mercados domésticos retraídos, a despeito do sinal positivo que prevalece nos negócios no exterior.

A temporada de balanços continua impulsionando os mercados internacionais, em meio aos sinais de melhora da atividade nas maiores economias do mundo, o que sustenta as bolsas da Europa e de Nova York no azul. A Ásia também fechou predominantemente em alta, com a queda do iene beneficiando a Bolsa de Tóquio, ao passo que tensões com a China pesaram na Bolsa de Seul.

O apetite por risco tenta se intensificar entre os investidores, apesar do aumento das chances de aperto monetário nos Estados Unidos em dezembro para 71%. Ontem, o presidente da distrital de Chicago do Federal Reserve, Charles Evans, disse que a taxa de juros norte-americana pode subir em até três vezes antes do fim do ano que vem.

Entre as commodities, o petróleo se sustenta na faixa de US$ 50 o barril, enquanto o aumento da produção e dos preços do aço na China estimula o zinco e o minério de ferro. As moedas de países emergentes e exportadores de commodities também se fortalecem, com destaque para os dólares australiano ("aussie") e neozelandês ("kiwi"), além do rand sul-africano.

Esse comportamento externo pode ser um desafio ao BC brasileiro, que anunciou ontem, antecipadamente, que vai retirar US$ 3,5 bilhões do mercado financeiro a partir de 1º de novembro, a fim de conter a expressiva valorização do real. O valor se refere aos contratos de swap cambial, que não serão renovados.

O dólar começou a semana no menor valor do ano e na mínima em 16 meses, cotado abaixo de R$ 3,12, diante do impacto da entrada de recursos estrangeiros ao país por causa da proximidade do prazo final da repatriação de bens e recursos mantidos irregularmente no exterior. Assim, o BC irá tentar brigar contra o fluxo positivo e a direção vinda do exterior.

Por lá, a agenda econômica norte-americana traz dados do setor imobiliário em agosto (11h) e o índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos neste mês (12h). O presidente da distrital de Atlanta do Fed, Dennis Lockhart, discursa, mas ele não tem direito a voto no conselho nem neste nem no próximo ano. Pela manhã, sai o índice IFO de sentimento econômico na Alemanha.

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