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Mercados em contagem regressiva


Os mercados financeiros devem seguir com volumes reduzidos nesta terça-feira, com os investidores fazendo a contagem regressiva para o fim de um ano turbulento, em que nada funcionou para os negócios. Ainda assim, um sinal positivo prevalece nas bolsas internacionais hoje, embalado pela recuperação do petróleo, antes da divulgação dos estoques norte-americanos da commodity nos Estados Unidos, amanhã.

No Brasil, após três horas de reunião da presidente Dilma Rousseff com a equipe econômica do governo, ontem, foi decidido que todos os R$ 57 bilhões das chamadas "pedaladas fiscais" serão pagos até quinta-feira, última dia do ano. A estratégia é enfraquecer a tese do impeachment contra o mandato presidencial e fechar o ano dentro do limite de déficit previsto no Orçamento, sem afrouxar o prometido equilíbrio fiscal.

Foi preciso determinar se seria possível fazer todos os pagamentos, após o rombo nas contas públicas apontado ontem pelo Tesouro Nacional. Somados em valores atualizados, as pedaladas e o déficit fiscal devem gerar um déficit orçamentário de R$ 108,8 bilhões, ainda dentro da lei. O governo deve conceder uma coletiva de imprensa hoje para definir a "prestação de contas".

Na agenda doméstica do dia, o Banco Central informa, às 10h30, os dados fiscais consolidados no mês passado, que devem corroborar os números da véspera do governo central. Juntos, INSS, Tesouro e BC devem fechar 2015 no vermelho pela segunda vez seguida – fato inédito na história do país - mostrando a urgência na reforma previdenciária, já que o saldo negativo da Previdência Social respondeu pela maior parte do resultado apurado no período.

Ainda assim, o governo federal espera um superávit primário em dezembro, de pelo menos R$ 2,5 bilhões, a fim de compensar o atual déficit e cumprir a meta deste ano. Também no calendário local, destaque para o IGP-M do mês, que deve desacelerar fortemente, para 0,6%, com a dissipação do efeito da depreciação cambial sobre os preços levando o índice ao resultado mais baixo desde agosto. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, o IGP-M deve encerrar em 10,65%.

Os números efetivos serão conhecidos às 8 horas. Já no exterior, as atenções do dia se voltam para o índice do Conference Board sobre a confiança do consumidor nos Estados Unidos em dezembro, que deve avançar a 93,5. O dado será divulgado às 13 horas. Antes, ao meio-dia, saem os preços de imóveis residenciais em cidades norte-americanas em outubro.

Por ora, os índices futuros das bolsas de Nova York avançam, embalando as principais bolsas europeias e impulsionados pelos ganhos do petróleo, que ainda ronda na faixa de US$ 36 o barril, nos menores níveis em anos. Essa persistente fraqueza nos preços das commodities, que reflete as preocupações com o crescimento econômico global, atinge em cheio os mercados emergentes.

O índice MSCI da região recua pelo segundo dia consecutivo, com as moedas de países emergentes perdendo terreno para o dólar. O ringgit malaio e o rublo russo são destaques de queda, acumulando perdas de quase 20% neste ano, diante da queda nos preços do petróleo. As rupias indonésia e indiana também caem hoje, mas o ranking global de moedas mais desvalorizadas em 2015 segue liderado pelo peso argentino e real brasileiro, com o dólar devendo fechar o ano na faixa de R$ 3,90.

Na Ásia, a Bolsa de Xangai ensaiou uma melhora hoje e subiu 0,86%, um dia após ter recuado mais de 2,5%, na maior queda em um mês. Mesmo assim, o índice Xangai Composto subiu 22% desde o fundo atingindo em agosto, em meio à intervenção estatal para interromper um derretimento do mercado. Com isso, o mercado acionário chinês acumula alta de 10% no ano, estendendo o salto de 53% obtido no ano passado.

A Bovespa, por sua vez, encerrou o pregão de ontem acumulando queda ao redor de 12,5%, caminhando para o terceiro ano seguido de desvalorização do mercado acionário brasileiro. Diante do histórico de baixo volume de negócios nos últimos dias do ano, é provável que, de fato, o índice encerre o ano abaixo do patamar dos 50 mil pontos e perto dos menores níveis desde abril de 2009.

Ainda assim, a nova carteira teórica dos índices da Bolsa brasileira, que entram em vigor no primeiro dia útil de 2016, pode elevar o volume de negócios amanhã, quando sai a terceira e última prévia desses índices. A conferir.

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