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Agenda cheia agita mercado antes do feriado


A véspera de feriado em vários países do mundo reserva fortes emoções nos mercados financeiros. O grande destaque do dia, no Brasil, é a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a atualização da taxa Selic, no início da noite. O juro básico doméstico deve subir para 13,75%, mas tudo indica que, depois, o próximo passo do Banco Central deve evitar grandes altas adicionais.

Por isso, mais importante que o anúncio em si, será o conteúdo do comunicado que acompanhará a decisão do Copom de hoje. Seja texto ou na ata do encontro que será divulgada apenas na semana que vem, os investidores querem saber quanto mais o BC pretende alongar o ciclo de aperto dos juros, em meio à fraqueza da atividade doméstica.

Antes, na hora do almoço, o BC entra em cena para divulgar, às 12h30, os números do fluxo cambial e o Índice Commodities Brasil (IC-Br), em maio. Pela manhã, saem também dados da PNAD contínua em abril (9h) e o índice PMI da Markit sobre o setor de serviços no mês passado (10h).

Em Brasília, a presidente Dilma Rousseff recebe ministros (da Ciência e Tecnologia, da Aviação Civil e da Casa Civil). O chefe da Pasta da Fazenda, Joaquim Levy, segue na França, onde tem vários compromissos na sede da OCDE.

Mas a quarta-feira começa com outro anúncio de política monetária, vindo do exterior. O BC da zona do euro (BCE) deve manter os estímulos atuais, uma vez que a crise da dívida da Grécia tem afetado o crescimento da região. A divulgação da autoridade monetária será feita às 8h45 e será seguida da tradicional coletiva de imprensa concedida pelo presidente da instituição, Mario Draghi, às 9h30.

Dados divulgados nesta manhã mostram que as incertezas sobre o futuro do país mediterrâneo na área da moeda única está atuando como um freio na recuperação econômica - e o contínuo desemprego elevado também tem contribuído na diminuição do ritmo. O índice composto dos gerentes de compras (PMI), que abrange a indústria e os serviços, caiu a 53,6 em maio, de 53,9 em abril. Ainda assim, o número é maior que o apurado na leitura preliminar.

Já a taxa de desemprego na zona do euro recuou a 11,1% em abril, de 11,3% no mês anterior. Além disso, as vendas no varejo dos 19 países europeus do bloco ganhou tração e subiu 0,7% em abril, também em base mensal.

As principais da Europa, porém, estão de lado, no aguardo de novidades sobre as negociações entre Atenas e seus credores e à espera do BCE. Hoje, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, reúne-se com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas, onde irá detalhar a proposta para evitar um calote da dívida.

Um ligeiro viés positivo prevalece nas praças financeiras de Paris e Frankfurt, sendo que a Bolsa grega registra a melhor performance entre os pares, com ganhos de mais de 3%. O euro, por sua vez, estende as perdas ante o dólar, digerindo o anúncio de que a Alemanha irá vender, pela primeira vez, bônus de 30 anos relacionados à inflação. A oferta inicial é de cerca de 2,5 bilhões de euros e deve acontecer nas próximas semanas.

Fora da região da moeda única, a Bolsa de Londres alterna altas e baixas, após o índice PMI do setor de serviços no Reino Unido crescer no menor ritmo em cinco meses em maio. O dado caiu a 56,5 no mês passado, de 59,5 em abril, mais que a previsão de queda a 59,2.

Nos Estados Unidos, a agenda econômica do dia também está carregada, o que redobra a cautela em Wall Street. Desde cedo, os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água, mas com um ligeiro viés positivo.

Tida como um termômetro para o relatório oficial (payroll), a ser divulgado na sexta-feira, a pesquisa ADP de hoje sobre a geração de vagas de emprego no setor privado norte-americano em maio, às 9h15, é um dos destaques do dia.

Na sequência da ADP, saem, às 9h30, os números da balança comercial nos EUA em abril. É válido lembrar que o salto no déficit comercial foi um dos principais responsáveis pela retração da maior economia do mundo nos três primeiros meses do ano e os dados de hoje podem sinalizar como se desenha o cenário dessa conta de trocas globais neste segundo trimestre.

Logo depois, às 11 horas, tem o índice ISM do setor de serviços em maio. A tarde reserva ainda nada menos que a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve.

O documento será divulgado às 15 horas e os investidores seguem ávidos por pistas sobre o momento exato em que se dará a primeira alta da taxa de juros nos EUA desde 2006. Para o renomado banco Goldman Sachs, o Fed deve iniciar o aperto em setembro, mas há bons motivos para adiar o aumento ao menos até 2016. A conferir.

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