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MPs do ajuste e ata do Fed no radar


A quarta-feira começa com vitórias do governo no Congresso. Enquanto a Câmara aprovou ontem, por 323 votos a favor e 125 contra, o texto-base da Medida Provisória (MP) 668, que eleva a tributação sobre produtos importados, o Senado ratificou a indicação do jurista Luiz Edson Fachin para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Hoje, os deputados devem votar outros destaques em torno da MP 668 - terceiro texto do pacote de controle das contas públicas - o que pode comprometer a apreciação, prevista para amanhã, do projeto de lei que elimina os benefícios da desoneração da folha de pagamentos das empresas. Na MP 668, o aumento das alíquotas de PIS e Cofins que incidem sobre a importação de mercadorias deve elevar arrecadação federal para cerca de R$ 700 milhões apenas neste ano.

Na outra Casa, deve ter início a votação da MP 665, que também está na agenda do ajuste fiscal. Aliás, nesta manhã, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, toma café com os senadores. Já a presidente Dilma Rousseff recebe, pela manhã, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu e, à tarde, o governador do Ceará, Camilo Santana.

Enquanto monitoram os desdobramentos vindos de Brasília, os investidores também recebem os indicadores econômicos do dia, com destaque para a pesquisa de serviços do IBGE em março (9h) e para os números semanais do fluxo cambial (12h30). Mas as atenções estão mesmo voltadas para a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, que será divulgada às 15 horas.

O documento, é bom lembrar, pode trazer pistas quanto ao momento exato em que a taxa de juros dos Fed Funds subirá pela primeira vez desde 2006. Ontem, os dados robustos do setor imobiliário nos Estados Unidos reacenderam especulações sobre quando o Fed deve começar a agir.

À espera da ata, os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água, mas com um ligeiro viés de baixa. Por sua vez, o dólar mostra força ante as principais moedas rivais, sendo negociado nos maiores níveis em duas semanas em relação ao euro, à medida que a divergência de política monetária nos EUA e na Europa também é considerada pelos agentes financeiros.

A moeda norte-americana recebe impulso ainda do alargamento da diferença entre o rendimento (yield) da T-note e do bund alemão de 10 anos. As Treasuries avançam nesta manhã, pela primeira vez em três dias, o que enfraquece o yield do papel de 10 anos para 2,28%. Já o título da Alemanha de mesmo vencimento subia pelo segundo dia, estendendo a queda do yield, agora em pouco menos de 0,6%.

A expectativa é de que os bônus europeus sigam pressionados até que seja encaminhada uma solução definitiva para a Grécia. Hoje, autoridades do Banco Central Europeu (BCE) irão discutir a possibilidade de reforçar as regras para que os bancos gregos acessem um financiamento de emergência, à medida que o país mediterrâneo caminha para um calote. Segundo fontes, a Grécia não terá como pagar a próxima parcela ao Fundo Monetário Internacional (FMI), de 1,5 bilhão de euros que vence no dia 6 de junho, caso não seja alcançado antes um acordo com os credores internacionais.

Nesta manhã, o índice ASE da Bolsa de Atenas caía ao redor de 0,4%, um dia após encerrar no maior nível desde o início de março. As demais bolsas europeias também exibem perdas, depois do rali da véspera ter sido inspirado por um possível aumento de liquidez pelo BCE até o próximo mês e em meio à decepção com alguns resultados corporativos.

A exceção ficava com a Bolsa de Londres, que tenta ensaiar ganhos, à medida que os investidores digerem a ata da última reunião de política monetária do BC inglês (BoE). A libra esterlina ganhou tração, após o documento mostrar que o colegiado vê um crescimento econômico mais acelerado do país no segundo trimestre deste ano. Todos os membros do BoE votaram pela manutenção dos estímulos ora em curso.

Na Ásia, o destaque ficou com o Japão. O índice Nikkei 225 fechou no maior nível desde abril de 2000, após a economia do país crescer mais que o esperado no início deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) japonês avançou 2,4% no primeiro trimestre de 2015 na taxa anualizada, em relação aos três meses anteriores. O número superou a previsão, de alta de 1,6%. O dólar rondava a faixa de 120 ienes, mais cedo.

Nos demais mercados da região, a Bolsa de Xangai subiu, mas a de Hong Kong caiu, enquanto a de Seul teve alta. Na Austrália, a Bolsa de Sydney caiu ligeiro 0,1%. Por fim, o petróleo mostra maior volatilidade, em meio às tensões no Iêmen e antes do relatório semanal sobre os estoques norte-americanos da commodity.

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