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O limbo dos 50 mil pontos


Stock Market Chart

Foi em novembro do ano passado, a última vez em que a Bovespa fechou no nível dos 54 mil pontos, no qual ela vem sendo negociada hoje. De lá para cá, pouco mudou. A presidente Dilma Rousseff já estava reeleita e as incertezas políticas que viriam, juntamente com o agravamento do escândalo de corrupção da Petrobras, ainda não estavam no preço.

O movimento recente, na visão de profissionais de renda variável consultados pelo blog A Bula do Mercado, é mais técnico e está relacionado à liquidez que ainda circula nos mercados globais. Para eles, a esticada da Bolsa brasileira continua tendo prazo de validade, que se expira em meio ao vencimento de índice futuro e de opções sobre índice, na quarta-feira da semana que vem.

Havendo espaço, dizem, dá para os “gringos” puxarem um pouco mais. A próxima resistência é logo ali, nos 54,7 mil pontos e, passando dela, buscaria fôlego até os 57,3 mil pontos. Mas os papéis da estatal petrolífera, por exemplo, já titubeiam na sessão de hoje, com os investidores avaliando o papel da união de Shell e BG também para a Petrobras.

Comprados em Bovespa nos mercados à vista e futuro, os investidores estrangeiros têm mostrado apetite pelos ativos de maior risco, principalmente diante do fortalecimento do dólar em nível global. Nesse movimento, o Brasil, maior emergente do Ocidente, tem a companhia da China, o maior emergente do Oriente.

Como citado em outro post, o maior rali atualmente entre os mercados acionários ocorre na China. Do começo do ano até esta quarta-feira, os índices Xangai Composto e Shenzhen saltaram 23,5% e 25,7% respectivamente. Essa “corrida de touro” ocorre a despeito da desaceleração da segunda maior economia do mundo e se trata de um reflexo natural das grandes expectativas em torno das transformações e reestruturações pelas quais o país asiático vem passando.

Portanto, os casos brasileiro e chinês são semelhantes. Em ambos, os riscos de tais “puxadas” nas ações é que a precificação seja construída em expectativas para a economia real, que por ora seguem turvadas, mas que, se alcançados, podem pavimentar uma base mais sólida.

Essa visão também respinga no comportamento das moedas, diante da possibilidade de mais estímulos monetários na Ásia, alagando ainda mais a liquidez global em tempos de aperto pelo Federal Reserve. Por ora, o dólar cai ante o real, refletindo também o quadro político local e segue se estabilizando na faixa de R$ 3,10.

Com certeza. Os preços ganharam um pouco mais de força no mês passado e atingiram o maior nível desde fevereiro de 2003, além da taxa mais elevada para meses de março desde 1995. Apenas nos três primeiros meses deste ano, o IPCA já acumula alta de 3,83%, a maior taxa para o período também desde 2003.

Os dados são do IBGE e mostram que boa parte do comportamento esteve relacionada com a conta da energia elétrica. Indagado se espera que a inflação do País termine o ano acima da meta, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, respondeu: “Com certeza”. Mas depois se explicou que a expressão se referia ao fato de que responderia à pergunta feita, e não sobre o estouro da meta.

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