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O dragão chinês não virou lagartixa

PIB da China cresce acima do esperado no 3T23, mas não anima mercados

PIB da China cresce acima do esperado no 3T23, mas não anima mercados
PIB da China cresce acima do esperado no 3T23, mas não anima mercados
Dose diária: Vem da China a boa notícia desta quarta-feira (18). O dragão chinês mostrou que não virou uma lagartixa - ao contrário do que se andou dizendo por aí - e cresceu acima do esperado no terceiro trimestre deste ano. Com isso, a economia chinesa mostra que segue em boa forma, com chances de atingir a meta de crescer cerca de 5% neste ano. Porém, a reação dos mercados globais aos dados chineses foi comedida. Ao que tudo indica, os investidores não querem boas novas. Afinal, enquanto os dados robustos de atividade na China não animam os mercados hoje, os números mais fortes que o esperado sobre do varejo e da indústria nos Estados Unidos, divulgados ontem, trouxeram preocupações, resgatando a narrativa do Federal Reserve de higher for longer. A escalada da tensão geopolítica no Oriente Médio amplia a aversão ao risco. Com isso, o fato de não haver novas notícias previstas para o dia pode ser a boa notícia que o mercado espera.

Vem da China a boa notícia desta quarta-feira (18). O dragão chinês mostrou que não virou uma lagartixa - ao contrário do que se andou dizendo por aí - e cresceu acima do esperado no terceiro trimestre deste ano. Com isso, a economia chinesa mostra que segue em boa forma, com chances de atingir a meta oficial de crescimento de cerca de 5% neste ano.


Nos números, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) chinês foi de 4,9% entre julho e setembro na comparação anual, acima da previsão de 4,4%. Aqueles que ainda questionam o “milagre chinês” irão dizer que houve uma desaceleração forte em relação ao segundo trimestre de 2023, quando o país cresceu 6,3%.


Mas vale lembrar que o resultado entre abril e junho deste ano ocorreu em meio a uma base de comparação fraca, já que Xangai e outras grandes cidades chinesas estavam sob rigorosos bloqueios por causa da covid-19 no ano passado. Assim, considerando-se o acumulado dos noves primeiros meses de 2023, a economia chinesa avançou 5,2%.


O resultado do terceiro trimestre foi impulsionado pelas vendas no varejo, que avançaram no ritmo mais rápido desde maio e pelo nono mês consecutivo. Já a produção industrial permaneceu no maior nível desde abril. Esse desempenho compensou a desaceleração dos investimentos em ativos fixos e a pressão vinda do setor imobiliário.


Mercados não querem boa notícia


Porém, a reação dos mercados globais aos dados chineses foi comedida. Nem mesmo as bolsas de Hong Kong e de Xangai avançaram, ao passo que Tóquio ficou no zero a zero. O minério de ferro, por sua vez, teve ligeira alta no mercado futuro em Dalian, adicionando ingrediente à reação da Vale ao relatório trimestral de produção. No Ocidente, as praças europeias e os futuros dos índices em Nova York amanheceram no vermelho.


Ao que tudo indica, os investidores não querem boas novas. Afinal, enquanto os dados robustos de atividade na China não animam os mercados hoje, os números mais fortes que o esperado sobre do varejo e da indústria nos Estados Unidos, divulgados ontem (17), trouxeram preocupações.


Isso porque a resiliência da economia norte-americana resgatou a narrativa do Federal Reserve de higher for longer, induzindo os juros das Treasuries a tocarem novamente as máximas em 16 anos. O movimento foi alimentado pela escalada da tensão geopolítica no Oriente Médio, o que ampliou a aversão ao risco, içando os preços do petróleo, o que pode sustentar a Petrobras e, de quebra, segurar o Ibovespa.


Aliás, o presidente dos EUA, Joe Biden, aterrissou em Tel Aviv para uma visita simbólica de apoio a Israel, horas após o ataque a um hospital em Gaza que matou mais de 500 civis. Ele desistiu da viagem à Jordânia, após o cancelamento da cúpula com os líderes árabes em protesto por causa do episódio na região.


Com isso, o fato de não haver novas notícias previstas para o dia pode ser a boa notícia que o mercado espera. A agenda econômica está mais fraca hoje, trazendo como destaque o Livro Bege do Fed (15h), além de balanços do Morgan Stanley, antes da abertura, e de Netflix e Tesla, após o fechamento. Por aqui, saem as vendas no varejo em agosto (9h).


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Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h:

EUA/Futuros: Dow Jones -0,18%; S&P 500 -0,32% e Nasdaq -0,50%;

NY: Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; nos ADRs, da Petrobras +0,74% e da Vale +0,15%;

Europa: Stoxx 600 -0,26%; Frankfurt -0,27%; Paris -0,21%; Londres -0,32%;

Ásia/Fechamento: Tóquio +0,01%; Hong Kong -0,23%; Xangai -0,80%;

Câmbio: DXY -0,06%, 106.19 pontos; euro -0,12%, a US$ 1,0564; libra +0,08%, a US$ 1,2194; dólar -0,05% ante o iene, a 149,74 ienes;

Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,830%, de 4,834% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 5,187%, de 5,208% mesma comparação;

Commodities: ouro +1,12%, a US$ 1.957,30 a onça na Comex; petróleo WTI +2,81%, a US$ 89,10 o barril; Brent +2,93%, a US$ 92,55 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (janeiro/24) fechou em +0,40% em Dalian (China), a 868 yuans após ajustes (~US$ 118,90).


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