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Mercado segue preocupado com impacto do coronavírus


Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram na linha d’água e a Bolsa de Xangai fechou no positivo hoje, na contramão do sinal negativo que prevaleceu na Ásia, mas esta segunda-feira está longe de ser um dia tranquilo no mercado financeiro. Os investidores continuam preocupados com o impacto do surto de coronavírus na economia global e tentam avaliar quando a atividade na China será retomada a pleno vapor.


Existe uma grande desconfiança por parte do mercado financeiro em relação aos números de casos da doença divulgados pelo governo chinês. Nos dados oficiais, o total de pessoas infectadas gira em torno de 40,2 mil, sendo que 909 mortes foram confirmadas e outras 3.386 pessoas se curaram. A imprensa local reforça que a taxa de cura do coronavírus aumentou significativamente, chegando a 8,2% em toda a China.


Mas enquanto questionam a veracidade desses dados, os investidores vão ajustando o foco ao impacto econômico do novo vírus na cadeia global de suprimentos. A pausa prolongada das atividades no comércio, fábricas e escolas na China tende a afetar a produção em diversos países, indicando que qualquer alívio no mercado financeiro possa ser prematuro. Ainda assim, prevalece a esperança de que os bancos centrais possam apoiar os ativos.


O BC chinês (PBoC) prometeu conceder empréstimos adicionais para proteger as empresas contra o bloqueio intensivo no país, que fechou lojas, fábricas e outros negócios. Já o governo chinês prometeu cortes de impostos e subsídios a agricultores, fabricantes de suprimentos médicos e outras empresas. Com isso, as autoridades estão adotando medidas para combater os efeitos do vírus, ao invés de lançar ações amplas de estímulo.


Exterior misto


Por ora, essa postura tem impedido uma forte onda vendedora (sell off) em Xangai, relegando o salto da inflação ao consumidor chinês (CPI) ao maior nível em oito anos. O índice Xangai Composto subiu 0,5%, enquanto Tóquio caiu 0,6% e Hong Kong recuou 0,65%. A Bolsa de Seul também fechou no vermelho (-0,5%). No Ocidente, Wall Street tenta se recuperar das perdas na última sexta-feira, o que alivia parte da pressão na Europa.


Nos demais mercados, o petróleo oscila em baixa, com o barril do tipo WTI orbitando ao redor de US$ 50, em meio ao desempenho misto do dólar. As moedas europeias oscilam em baixa, enquanto o iene ensaia ganhos e o xará australiano avança. Por sua vez, o yuan chinês (renminbi) se fortaleceu e é cotado abaixo de 7 por dólar. Já os títulos norte-americanos (Treasuries) estão de lado.


Esse comportamento no exterior tende a adiar qualquer tentativa de recuperação do mercado doméstico, após amargar perdas ao final da semana passada, com o Ibovespa voltando à faixa de 113 mil pontos e o dólar renovando o maior valor (nominal) em relação ao real, cotado acima de R$ 4,30. Esse comportamento da moeda norte-americana reflete, entre outros fatores, a queda da taxa básica de juros à mínima histórica.


Com os juros mais baixos, os investidores estrangeiros que ganhavam dinheiro fácil por aqui estão retirando seus recursos de aplicações no Brasil e partindo para outros destinos, como o México, em busca de maiores retornos, ou os Estados Unidos, em meio à busca por proteção. Aliás, o rumo da Selic é destaque na agenda econômica desta semana.


Semana de agenda forte


A agenda de indicadores e eventos econômicos desta semana tem de tudo um pouco. Dados de atividade no Brasil, nos EUA e na Europa recheiam o calendário ao longo dos próximos dias. Aqui, as vendas no varejo saem na quarta-feira e, no dia seguinte, é a vez do desempenho do setor de serviços, ambos em dezembro. Na sexta-feira, sai o IBC-Br.


Neste dia, no exterior, serão conhecidos o resultado preliminar do PIB da zona do euro, as vendas no varejo norte-americano e o desempenho da indústria nos EUA. Também merecem atenção a inflação ao consumidor norte-americano (CPI), na quinta-feira, e a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã.


No documento, o mercado financeiro espera encontrar os motivos que levaram o colegiado a sugerir a interrupção do ciclo de cortes na Selic, bem como os fatores que podem retomar o processo de afrouxamento monetário. Os investidores também querem saber por quanto tempo o juro básico deve seguir estável e até onde irá subir, quando o aperto começar.


Ainda por aqui, a temporada de balanços prossegue, trazendo como destaques os balanços dos bancos Itaú, hoje, e do Banco do Brasil, na quinta-feira. Lá fora, merece atenção também os discursos a serem proferidos pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso dos EUA, amanhã (Câmara) e quarta-feira (Senado).


Confira a seguir os principais destaques desta semana, dia a dia:

*Horários de Brasília

Segunda-feira: A semana começa com as tradicionais publicações domésticas do dia, a saber, o relatório Focus (8h25) e os dados semanais da balança comercial (15h). Na safra de balanços, saem os resultados trimestrais do Itaú e do BB Seguridades, após o fechamento do pregão local. Nos EUA, a agenda econômica está esvaziada.


Terça-feira: O destaque do dia fica com a ata da reunião da semana passada do Copom, mas a agenda traz também uma nova estimativa da safra agrícola neste ano e os dados regionais da produção industrial brasileira, além da primeira prévia deste mês do IGP-M. Entre os balanços, merece atenção o resultado trimestral da TIM. No exterior, destaque para o depoimento de Powell na Câmara. Entre os indicadores, saem o relatório JOLTS sobre o número de vagas de emprego disponíveis nos EUA e a leitura preliminar do PIB do Reino Unido. Do outro lado do mundo, no Japão, é feriado hoje.


Quarta-feira: O desempenho das vendas no varejo em dezembro é o destaque da agenda doméstica. No exterior, Powell volta a discursar no Congresso norte-americano, desta vez, no Senado. Entre os indicadores econômicos, destaque apenas para a produção industrial da zona do euro.


Quinta-feira: Mais um indicador de atividade, desta vez, sobre o desempenho do setor de serviços, será conhecido. Já a temporada de balanços volta a ganhar força, trazendo os números trimestrais de Banco do Brasil e Rumo. No exterior, a agenda dos EUA ganha força e traz a inflação ao consumidor norte-americano (CPI).


Sexta-feira: A semana chega ao fim com o indicador do Banco Central sobre a atividade (IBC-Br) ao final do ano passado. Além disso, sai o primeiro IGP deste mês, o IGP-10. Na safra de balanços, destaque para os demonstrativos contábeis de BTG, Cosan e Usiminas. Já nos EUA, saem as vendas no varejo e a produção industrial em janeiro, além da prévia da confiança do consumidor norte-americano, enquanto na zona do euro serão conhecidos os dados preliminares do PIB no trimestre passado.



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