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Mercado ignora riscos e mantém rali



O mercado financeiro funciona a pleno vapor hoje, com a volta do pregão em Wall Street e passados os ajustes nos ativos locais após o alívio com o vídeo da reunião ministerial de abril, que içou o Ibovespa aos 85 mil pontos e trouxe o dólar abaixo de R$ 5,45. As atenções dos investidores se concentram, então, na retomada da atividade em várias partes do mundo para medir os impactos do coronavírus na economia e traçar um cenário pós-pandemia, relegando, assim, os riscos políticos.


Com isso, o sinal positivo se espalha pelo exterior, indo desde a Ásia, com Tóquio subindo 2,5% e liderando as altas na região, passando pela Europa, onde as ações de empresas de viagens conduzem os ganhos após a notícia de que a Espanha irá permitir visitantes estrangeiros, e chegando até Nova York. Os índices futuros das bolsas norte-americanas têm alta firme, de quase 2%, sinalizando um rali após o fim de semana prolongado.


Por lá, os investidores renovam o otimismo em relação a uma vacina contra Covid-19 e se apoiam nos sinais de que as principais economias globais estão engatinhando lentamente, após as medidas de bloqueio adotadas por causa da pandemia, com qualquer notícia mais positiva sobre o coronavírus desencadeada uma nova onda de rali, que conta ainda com a queda do dólar e a alta do petróleo.


Porém, as tensões entre Estados Unidos e China continuam, após Washington ameaçar impor sanções a Pequim, caso siga com os planos de aprovar uma nova lei de segurança nacional em Hong Kong. Protestos pró-democracia voltam a tomar as ruas da ex-colônia britânica. Do outro lado, a China denuncia a expansão da lista de empresas chinesas impedidas de fazer negócios nos EUA, bem como alerta para a retórica política que tenta empurrar os dois países em direção a uma “nova Guerra Fria”.


Crise tripla


Da mesma forma, aqui, os investidores relegam a “crise tripla” que o Brasil atravessa, depois que o problema na saúde pública foi politizado, dificultando as medidas de combate à disseminação do vírus, o que colocou o país no segundo lugar no ranking de infectados. Ao mesmo tempo, as ações adotadas pelo governo aumentou o rombo das contas públicas, elevando dúvidas quanto à aceleração do crescimento econômico.


Além disso, a crise política continua no radar, em meio às investigações de suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. A visita inesperada dele ontem à sede da Procuradoria-Geral da República (PGR) causou desconforto, dando a sensação de que o presidente fez pressão indevida sobre o procurador, Augusto Aras. Caberá a ele decidir, com base no inquérito, se denuncia Bolsonaro à Corte Suprema (STF).


Ao mesmo tempo, o empresário Paulo Marinho será ouvido novamente hoje, na Superintendência da PF no Rio. O depoimento está sob sigilo, mas sabe-se que ele acusa o senador Flávio Bolsonaro, de quem é suplente, de ter sido avisado com antecedência por um delegado da PF sobre a Operação Furna da Onça, que levou à prisão diversos parlamentares do Rio, em novembro de 2018, e deixou Fabrício Queiroz em evidência.


Deflação à vista


Já a agenda econômica desta terça-feira traz como destaque a prévia deste mês do índice oficial de preços ao consumidor. Depois de titubear nos últimos dois meses, com oscilações laterais próximas a zero, o IPCA-15 deve tombar 0,5%, reforçando o cenário de deflação no país. Além disso, a taxa acumulada em 12 meses deve ficar em torno de 2,1%, portanto abaixo do piso do intervalo de tolerância perseguido pelo Banco Central, de 2,5%.


Os números efetivos serão conhecidos às 9h. Antes, às 8h, saem dados sobre os custos e a confiança no setor da construção civil em maio. Números do setor imobiliário também estão em destaque nos EUA, que divulgam as vendas de imóveis novos e os preços dessas residências. Também sai o índice de confiança do consumidor em abril (11h).


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