Cazuza dá o ritmo do mercado
Mercado exagera na reação ao IPCA-15 e realça dependência ao Copom
🧪 Dose diária:
🚨 O mercado exagerou na reação ao IPCA-15 ontem. A prévia da inflação veio com números abaixo do esperado, porém nem tão positivos quanto o desempenho dos ativos de risco.
🤔 Esse comportamento realça o quanto os investidores estão à mercê do Copom. Afinal, as dúvidas sobre o nível terminal da Selic seguem sem resposta, apesar da convicção (exagerada).
🤞 A ver, então, se a reação em Nova York aos números do PIB dos EUA também não será um exagero. Afinal, não é de hoje que o mercado se pergunta sobre quando o alívio do Fed vai começar.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta quarta-feira (28):
O mercado exagerou na reação ao IPCA-15 ontem, que veio com números abaixo do esperado, porém nem tão positivos quanto o desempenho dos ativos de risco. O Ibovespa subiu 1,6%, fechando acima dos 131 mil pontos, ao passo que o dólar caiu quase 1%, a R$ 4,93, e os juros futuros ampliaram a percepção de uma taxa Selic em 9,50%.
Esse comportamento apenas realça o quanto os mercados domésticos estão à mercê do Banco Central. Afinal, a única surpresa na prévia da inflação oficial ao consumidor foi uma aceleração menor que o previsto. Isso significa que o espaço para novos cortes no juro básico segue aberto, mas não sugere ritmo mais intenso nem queda mais profunda.
Ou seja, as dúvidas sobre o nível terminal da Selic seguem sem resposta, apesar da convicção (exagerada) dos investidores de que será um dígito, distante da primeira dezena. Assim, os mesmos motivos que fizeram a bolsa brasileira disparar na véspera, podem levar a uma correção ali na frente - depois de embelezar o mês de fevereiro.
Até porque Wall Street andou de lado ontem, à espera do índice de preços de gastos com consumo (PCE) em janeiro, que sai amanhã, e deve calibrar as apostas em relação a quando o Federal Reserve inicia o ciclo de cortes nos juros dos Estados Unidos. A segunda revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA hoje (10h30) agita a espera.
NY sem exageros
Vale lembrar que na primeira leitura, a taxa anualizada mostrou forte desaceleração em relação ao trimestre anterior, mas ficou acima do esperado. Ou seja, mostrou que a perda de tração da atividade econômica norte-americana não foi tão intensa quanto se imaginava. E a ausência de sinais de recessão tende a adiar um movimento inicial do Fed.
Ainda mais se os dados de inflação nos EUA, no dia seguinte, reforçarem a retórica de que a luta contra a alta dos preços ainda não foi vencida. A ver, então, se a reação em Nova York também não será exagerada nesta quarta-feira (28). Afinal, não é de hoje que o mercado se pergunta sobre quando o alívio do Fed vai começar.
Depois de exagerar na dose, prevendo sete cortes em série, com início já em março, as expectativas dos investidores foram reduzidas para cinco quedas, começando em junho e entrando em uma sequência a partir daí, até chegar em 4%. Mesmo assim, é uma previsão mais ousada (exagerada) do que a do Fed, que prevê apenas três reduções neste ano.
Diante disso, os futuros dos índices das bolsas de Nova York amanheceram em queda firme nesta quarta-feira (28), após uma sessão negativa na Ásia, o que também contamina o pregão europeu. Nas commodities, o petróleo cai mais de 1%, enquanto o minério de ferro subiu pouco mais que isso em Dalian (China).
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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h30:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,42%; S&P 500 -0,49% e Nasdaq -0,66%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) estável no pré-mercado; nos ADRs, Vale -0,81% e Petrobras -0,45%;
Europa: índice Stoxx 600 -0,25%; Frankfurt +0,07%; Paris -0,06% e Londres -0,65%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -0,08%; Hong Kong -1,51%; Xangai -1,91%;
Câmbio: DXY +0,30%, 104.13 pontos; euro -0,25%, a US$ 1,0819; libra -0,32%, a US$ 1,2643; dólar +0,13% ante o iene, a 150,70 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,298%, de 4,301% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,691%, de 4,687% na mesma comparação;
Commodities: ouro -0,47%, a US$ 2.034,40 a onça na Comex; petróleo WTI -1,20%, a US$ 77,93 o barril; Brent -1,10%, a US$ 82,73 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (maio/24) fechou em +1,59% em Dalian (China), a 893,50 yuans após ajustes (US$ 124,79).
