Mercado fora de compasso
Descolamento do mercado local em relação ao exterior é destaque, mas também exagero
🧪 Dose diária:
🚨 A decisão do Copom concentra a atenção do mercado doméstico e será conhecida em dia de feriado nos EUA, na quarta-feira.
🔃 O destaque fica com o descolamento dos ativos locais. Enquanto a bolsa brasileira e o real estão entre os piores desempenhos do mundo em 2024, os índices em Nova York encerram a sexta-feira (14) em nível recorde pelo quarto dia seguido.
🤔 Mas não são poucos os especialistas que veem exagero na reação dos investidores. Como resultado, tem-se preços atrativos e uma posição técnica saudável.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta segunda-feira (17):
Na semana em que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) concentra as atenções do mercado doméstico e será conhecida em dia de feriado nos Estados Unidos, o destaque fica com o descolamento dos ativos locais. A bolsa brasileira e o real estão entre os piores desempenhos do mundo em 2024, descolando-se de Nova York.
No ano, o Ibovespa acumula perdas de mais de 10%, enquanto os índices Nasdaq e S&P 500 encerram a sexta-feira (14) em nível recorde pelo quarto dia seguido. Na direção simetricamente oposta, o dólar se valoriza em relação ao real, saindo de R$ 4,85 no fim do ano passado para R$ 5,40 no último pregão - o desempenho só fica atrás do iene.
Talvez por isso, essa dinâmica própria do mercado local foi destaque no noticiário durante o fim de semana. As manchetes dos principais veículos nacionais apontavam a “pior semana do governo Lula” em meio às derrotas no Congresso, principalmente na chamada “pautas de costumes”.
Com esse clima tenso, o núcleo de coordenação política do presidente Lula está em xeque e uma reunião hoje em Brasília tenta costurar a articulação entre Executivo e Legislativo. No front econômico, Lula reúne-se com ministros do Conselho Orçamentário para definir medidas de revisão dos gastos públicos e fechar o Orçamento de 2025.
Mas não são poucos os especialistas que veem exagero na reação dos investidores (Leia na Pílula do Dia). É ressoante a avaliação de que o mercado local não está aproveitando o bom pano de fundo externo e está amplificando o risco fiscal do país. Como resultado, tem-se preços atrativos e uma posição técnica saudável.
Há, portanto, um potencial de valorização à frente. Porém, a disposição em acumular posições arriscadas é mínima, o que se reflete na ausência de fluxo de longo prazo para os ativos locais. Assim, pode se esperar mais volatilidade por aqui, com o mercado exagerando no pessimismo, depois de ter virado o ano exageradamente otimista.
Ou seja, até aqui, a reação dos investidores pecou pelo excesso.
💊 Pílula do Dia
Todo mundo em pânico - menos ele: Quem é o economista que vê exagero na queda da bolsa e na disparada do dólar; e por que. Saiba aqui.
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,12%; S&P 500 -0,05% e Nasdaq +0,16%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,07% no pré-mercado; nos ADRs, Vale -0,18% e Petrobras +0,29%;
Europa: índice Stoxx 600 -0,03%; Frankfurt +0,23%; Paris +0,21% e Londres +0,01%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -1,83%; Hong Kong -0,03% e Xangai -0,55%;
Câmbio: DXY -0,01%, aos 105.54 pontos; euro +0,08%, a US$ 1,0714; libra -0,15%, a US$ 1,2668; dólar +0,15% ante o iene, a 157,61 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,238%, de 4,228% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,721%, de 4,715% na mesma comparação;
Commodities: ouro -0,58%, a US$ 2.335,50 a onça na Comex; petróleo WTI -0,20%, a US$ 78,29 o barril; Brent -0,17%, a US$ 82,48 barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (setembro/24) fechou em -0,97% em Dalian (China), a 818,50 yuans a tonelada métrica (US$ 114,32) após ajustes.