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IPCA e ata do Fed testam visão dos mercados

Mercados mantêm tom otimista e parecem ter dificuldade para ler o cenário atual

Mercados mantêm tom otimista e parecem ter dificuldade para ler o cenário atual
Mercados mantêm tom otimista e parecem ter dificuldade para ler o cenário atual
Dose diária: Os mercados globais mantiveram o tom otimista ontem (10) e esse alívio será testado nesta véspera de feriado no Brasil. A agenda econômica desta quarta-feira (11) merece atenção, diante da divulgação do IPCA de setembro (9h). Mas a pausa por aqui amanhã (12) enquanto lá fora segue funcionando deve reduzir o ritmo do dia. Na véspera, o Ibovespa subiu pelo segundo dia, enquanto o dólar caiu pela segunda vez seguida, em sintonia com as bolsas de Nova York. Foram exatamente os dois pregões sob o conflito em Israel e com o apetite por risco em alta. De um modo geral, os investidores assimilam a guerra no Oriente Médio e veem o conflito como localizado e de curta duração. Porém, como já dito aqui, os mercados se enganam ao olhar apenas para a aparência. A ver, então, se os investidores vão manter a visão míope em relação aos números da inflação ao consumidor brasileiro, bem como à mensagem do Federal Reserve a ser trazida na ata da reunião de setembro (15h).

Os mercados globais mantiveram o tom otimista ontem (10) e esse alívio será testado nesta véspera de feriado no Brasil. A agenda econômica desta quarta-feira (11) merece atenção dos negócios locais, diante da divulgação do IPCA de setembro (9h), mas a pausa por aqui amanhã (12) enquanto lá fora segue funcionando deve reduzir o ritmo do dia.


Na véspera, o Ibovespa subiu pelo segundo dia, enquanto o dólar caiu pela segunda vez seguida, cotado a R$ 5,05. Foram exatamente os dois pregões sob o conflito em Israel e com o apetite por risco em alta. E não foi apenas por aqui. As bolsas de Nova York também encerraram a sessão de terça-feira (10) novamente com ganhos moderados.


De um modo geral, os investidores assimilam a guerra no Oriente Médio e veem o conflito como localizado e de curta duração. Por isso, o foco tende a se deslocar do cenário geopolítico para o econômico, concentrando-se no calendário de indicadores, que ganha força a partir de hoje, trazendo também a ata da última reunião do Federal Reserve (15h).


Flight to quality


Porém, como já dito aqui, os mercados se enganam ao olhar apenas para a aparência. Isso porque a queda no rendimento (yields) dos títulos norte-americanos (Treasuries) observada na primeira reação do mercado de bônus nos Estados Unidos, ontem, ocorreu não por causa da perspectiva de cortes nos juros pelo Fed em breve.


Nem pela aposta de manutenção das taxas nos EUA até o fim do ano ou pela melhora das expectativas de inflação. O que o movimento reflete é uma busca por segurança nesses papéis. Assim, apesar de todos esses cenários apontarem o mesmo sinal - de queda dos yields - o racional é diametralmente oposto ao que os investidores enxergam.


Com isso, engana-se quem está se apoiando em comentários de dirigentes do Fed para tomar risco, recompondo parte das perdas recentes, em especial nas bolsas e moedas. Afinal, embora não haja uma aversão ao risco, existe sim um voo para a qualidade (flight to quality) dos ativos seguros.


IPCA não engana


A ver, então, se os investidores vão manter a visão míope em relação aos números da inflação ao consumidor brasileiro. Afinal, o IPCA deve ter atingido o pico no acumulado em 12 meses até setembro, indo além da taxa de 5%. No dado mensal, a previsão é de aceleração da alta dos preços para 0,32% - o contrário do registrado em agosto (0,23%).


No entanto, a abertura do indicador deve mostrar uma qualidade melhor dos dados. A média dos cinco núcleos da inflação, por exemplo, deve arrefecer, assim como os preços administrados e industriais, que devem desacelerar. Em contrapartida, o recuo mais moderado dos alimentos e a resiliência na alta da gasolina mantêm a inflação mais salgada.


Daí, então, a tese de que há espaço para seguir com a “velocidade de cruzeiro” no ritmo de queda da taxa Selic, de 0,50 ponto porcentual (pp), deve ganhar força. Porém, não é de hoje que o Comitê de Política Monetária (Copom) aponta para os riscos geopolíticos como os principais obstáculos ao recuo do juro básico aqui.


O risco, então, é o mercado continuar olhando para os vetores de forma embaçada. Afinal, os investidores levaram um bom tempo para assimilar a narrativa de juros mais altos por mais tempo por parte do Fed, bem como o pouso da Selic ainda em terreno contracionista e, agora, a mensagem da declaração de uma guerra “longa e difícil” de Israel.


Mas sabe quando a gente avisa alguma coisa e a outra pessoa não quer ouvir? Quem avisa, amigo é...


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Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h30:

EUA/Futuros: Dow Jones +0,18%; S&P 500 +0,20% e Nasdaq +0,26%;

NY: Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; nos ADRs, da Petrobras -0,40% e da Vale +0,38%;

Europa: Stoxx 600 +0,09%; Frankfurt -0,05%; Paris -0,58%; Londres +0,08%;

Ásia/Fechamento: Tóquio +0,60%; Hong Kong +1,29%; Xangai +0,12%;

Câmbio: DXY -0,02%, 105.83 pontos; euro -0,04%, a US$ 1,0604; libra +0,01%, a US$ 1,2280; dólar estável ante o iene, a 148,72 ienes;

Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,558%, de 4,664% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,961%, de 4,974% mesma comparação;

Commodities: ouro +0,51%, a US$ 1.884,80 a onça na Comex; petróleo WTI -0,32%, a US$ 85,70 o barril; Brent -053%, a US$ 87,17 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (janeiro/24) fechou em +0,55 em Dalian (China), a 823,50 yuans após ajustes (~US$ 113).





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