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Driver dos mercados hoje tem nome e sobrenome

Balanços de Netflix e Tesla ficam em segundo plano, em dia de discurso de Jerome Powell

Balanços de Netflix e Tesla ficam em segundo plano, em dia de discurso de Jerome Powell
Balanços de Netflix e Tesla ficam em segundo plano, em dia de discurso de Jerome Powell
Dose diária: Netflix e Tesla roubaram a cena ontem à noite, mas o foco dos mercados globais nesta quinta-feira não está nos balanços. As atenções do dia se voltam para a participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em evento a partir das 13h. A expectativa é de que ele concorde com o tom mais moderado adotado por alguns dirigentes do Fed recentemente. Em jogo, está a aposta de que o aumento acentuado das taxas mais longas realiza boa parte do trabalho do Fed, reduzindo a necessidade de um novo aperto nos juros. Porém, é pouco provável que a mensagem vá além da próxima reunião. Isso porque forças antagônicas atuam no comportamento dos títulos dos Estados Unidos (Treasuries). Diante disso, os investidores tentam tirar a prova dos nove, para testar qual conta contém erros.

Netflix e Tesla roubaram a cena ontem à noite (18), mas o foco dos mercados globais nesta quinta-feira (19) não está nos balanços. Até porque, enquanto as ações da plataforma de streaming saltaram mais de 10% no after-hours em Nova York, a incomum cautela de Elon Musk em relação às expectativas para o Cybertruck desanimou.


Com isso, as atenções do dia se voltam para a participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em evento a partir das 13h. O tema do encontro é perspectivas econômicas e a expectativa é de que ele concorde com o tom mais moderado adotado por alguns dirigentes do Fed recentemente.


Em jogo, está a aposta de que o aumento acentuado das taxas mais longas realiza boa parte do trabalho do Fed, reduzindo a necessidade de um novo aperto nos juros. Ou seja, se confirmar o discurso suave (“dovish”), Powell deve descartar a chance de alta adicional em novembro. Porém, é pouco provável que a mensagem vá além da próxima reunião.


Mercados tiram a prova dos nove


Isso porque a escalada no rendimento (yields) dos títulos dos Estados Unidos (Treasuries), com o papel de 10 anos (T-note) voltando a se aproximar da marca de 5%, reflete, acima de tudo, a resiliência da atividade econômica norte-americana. Assim, ainda existem poucos motivos para o Fed endossar a expectativa de fim do ciclo de alta de vez.


Até porque forças antagônicas atuam no comportamento do mercado de bônus. De um lado, a escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio mantém a procura por proteção em ativos seguros - o que, em tese, reduz os yields, com respectiva alta nos preços dos títulos devido à fuga para qualidade (flight to quality).


De outro, o “apoio sem precedentes” do governo Biden a Israel amplia os riscos fiscais, em meio à intenção da Casa Branca de pedir um pacote de ajuda financeira, colocando em xeque os esforços políticos do Congresso para evitar uma paralisação (shutdown) no mês que vem. De quebra, a alta dos preços do petróleo reforça a pressão sob a inflação.


Diante disso, os investidores tentam tirar a prova dos nove, para testar qual conta contém erros. Nesse cálculo de soma zero, os ativos seguem no vermelho, acompanhando o clima de aversão ao risco. As principais bolsas europeias recuam, após uma sessão de perdas na Ásia, enquanto os futuros de ações nos EUA também apontam para uma abertura negativa.


Ao mesmo tempo, os rendimentos dos títulos norte-americanos continuam a subir. Com isso, o Ibovespa deve seguir em queda hoje. Nem mesmo a Petrobras deve salvar, tal qual visto ontem, com o preço do barril do Brent e do WTI tendo dificuldades para se firmar na marca de US$ 90. A ver se a Vale cumpre esse papel hoje, apesar do minério de ferro ficar de lado.


Pílulas do Dia 💊

Petróleo salva: Petrobras atinge maior valor de mercado da história com alta do petróleo. Leia aqui.

Olho na folhinha: B3 divulga calendário de feriados e negociações para 2024. Confira as datas.

Ó-quis-sô: Oxxo abre uma loja a cada dois dias e segue avançando sobre concorrência. Entenda.

É domingo: Milei encerra campanha presidencial com sanduíche em dólar e reza liberal. Eleições acontecem dia 22.


Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h:

EUA/Futuros: Dow Jones -0,09%; S&P 500 -0,07% e Nasdaq +0,06%;

NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -0,37% no pré-mercado; nos ADRs, da Petrobras -0,67% e da Vale +0,31%;

Europa: Stoxx 600 -0,76%; Frankfurt -0,29%; Paris -0,58%; Londres -0,73%;

Ásia/Fechamento: Tóquio -1,91%; Hong Kong -2,46%; Xangai -1,74%;

Câmbio: DXY +0,01%, 106.58 pontos; euro +0,09%, a US$ 1,0549; libra -0,22%, a US$ 1,2113; dólar -0,08% ante o iene, a 149,81 ienes;

Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,952%, de 4,902% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 5,238%, de 5,217% mesma comparação;

Commodities: ouro -0,31%, a US$ 1.962,10 a onça na Comex; petróleo WTI -1,47%, a US$ 87,02 o barril; Brent -2,00%, a US$ 89,67 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (janeiro/24) fechou em -0,17% em Dalian (China), a 866,50 yuans após ajustes (~US$ 118,70).


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