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"Sell in may and go away"


Ainda é feriado em alguns lugares nesta segunda-feira e muitos mercados financeiros estão fechados hoje, incluindo os da China e no Reino Unido. Assim, Xangai e Hong Kong se livraram de uma nova forte queda na Bolsa de Tóquio (-3,11%), em meio ao salto do iene para o maior nível em um ano e meio ante o dólar. Mas o impacto no Ocidente das perdas na Ásia é limitado, com os negócios mais atentos à queda das commodities.

O petróleo cai ao redor de 1%, mas segue negociado acima de US$ 40 o barril, com os investidores devolvendo parte dos ganhos de mais de 20% apenas em abril, após as exportações do Irã se aproximarem de um nível recorde, elevando a tensão em relação ao excesso de oferta global. O cobre também recua, realizando lucro depois de registrar o maior ganho mensal em um ano em abril. Já as bolsas em Nova York e na Europa estão na linha d'água, mas com um ligeiro viés de alta.

De um modo geral, os investidores estão colocando no bolso os ganhos obtidos no mês passado, preparando-se para as férias (no Hemisfério Norte) e respeitando um velho jargão dos mercados internacionais, que diz para "vender em maio e ir embora" (sell in may and go), a fim de evitar uma queda sazonal dos ativos de maior risco. Porém, esse movimento pode ser a senha para uma nova alocação de recursos no Brasil.

Afinal, a Bovespa e o real ainda não colocaram nos preço a saída definitiva da presidente Dilma Rouseff do cargo, o que deve renovar o fôlego de valorização das ações e moeda brasileira. Ontem, ela aproveitou o Dia do Trabalho para anunciar um pacote de bondades, corrigindo em 5% a tabela do Imposto de Renda e elevando em 9% o benefício do Bolsa Família bem como aumentando para 25 mil o total de construção de moradias populares.

Mas o cancelamento da participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do evento em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, reforça a expectativa de que o afastamento de Dilma é certo e que o vice-presidente Michel Temer deve, em breve, assumir. Porém, o Senado precisa selar de vez a queda do governo Dilma, destituindo-a do cargo, para que o vice possa começar a fazer as mudanças pró-mercado, como ele tem ventilado.

Hoje, no front político, tem continuidade as sessões dedicadas à apresentação de especialistas contra e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Hoje, serão ouvidos os professores Geraldo Luiz Mascarenhas Prado (UFRJ) e Ricardo Lodi Ribeiro (UERJ), além do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Marcello Lavenère, indicados por senadores governistas.

Amanhã, é a vez dos indicados pela oposição. Serão ouvidos o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU); o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Veloso e o professor José Maurício Conti.

Já a agenda econômica ganha força apenas no fim da semana. Na quinta-feira, as atenções se voltam para a ata da reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a autoridade monetária alterou tanto o placar da decisão de manutenção da taxa Selic, agora unânime, quanto o conteúdo do comunicado.

Os investidores vão procurar, no documento, pistas sobre quando pode ter início o processo de redução dos juros básicos, após o Banco Central ter alertado para os níveis elevados dos preços atuais e também das expectativas inflacionárias. Ao que tudo indica, o mercado entendeu o recado de que a flexibilização só começará quando houver mais convergência desses índices à meta.

No dia seguinte, na sexta-feira, será conhecido outro indicador que pode calibrar as apostas em relação à condução da política monetária. Trata-se do índice oficial de preços ao consumidor brasileiro em abril, medido pelo IPCA. Antes, já nesta terça-feira, saem os números da atividade industrial.

No exterior, o destaque fica com o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos (payroll), na sexta-feira. Os números sobre a geração de postos de trabalho no mês passado somados à renda média por hora e à taxa de desemprego podem aquecer o debate sobre a próxima alta nos juros do país, após o Federal Reserve deixar junho em aberto.

Aliás, dados sobre o emprego e a produtividade recheiam o calendário econômico no país. Hoje, nos EUA, saem o índice ISM industrial e os gastos com construção, ambos às 11h.

A zona do euro divulga números sobre os preços ao produtor (PPI), amanhã, a atividade nos setores industrial e de serviços (quarta-feira), além das vendas no varejo (no mesmo dia). Na China, estão previstos números sobre a balança comercial e a atividade.

Hoje, dados de atividade mostraram que a indústria na zona do euro está crescendo a um ritmo anêmico, o que reforça a recuperação moderada, com o índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria na região oscilando em alta de 51,7 em abril, de 51,6 em março. A previsão era de queda a 51,5. Na China, o índice PMI industrial oficial ficou em 50,1 no mês passado, ante 50,2 em março e projeção de alta a 50,3.


 
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