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Mercados ampliam rali


As bolsas internacionais dão continuidade aos ganhos da véspera, embaladas pelo segundo dia consecutivo de valorização em Xangai. O índice chinês subiu 2,3% hoje, em meio a especulações de que Pequim irá intensificar os estímulo para reativar a debilitada economia. Já no Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, retorna ao país em meio ao cabo-de-guerra no governo entre aumento de impostos e corte de despesas.

Após reunir-se, ontem, com a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente da República, Michel Temer, defendeu a redução dos gastos do governo e disse ser contrário a qualquer alta de impostos, mas sugeriu a elevação da Cide. A estratégia do peemedebista está alinhada à do partido, PMDB, de se descolar de qualquer desgaste que uma eventual alta de tributos possa trazer.

O assunto deve continuar sendo tema central em Brasília e pode até entrar na pauta da reunião de Dilma com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, às 15 horas. Já o ministro Levy, que vê o aumento do Imposto de Renda à Pessoa Física, por exemplo, como um "caminho", deve levar a questão adiante hoje. Às 12h30, ele participa de uma palestra em um hotel na capital paulista, cuja tema é "uma agenda para o crescimento".

Mais discreto, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou do G20 e tem apenas compromissos internos. Na agenda doméstica desta quarta-feira, a FGV divulga, às 8 horas, a primeira prévia de setembro do IGP-M e também as leituras regionais do IPC-S no início deste mês. Às 9 horas, o IBGE anuncia os números regionais da produção industrial em julho.

Depois, às 12h30, é a vez dos dados semanais do fluxo cambial. Também ocorre hoje o leilão de troca de NTN-B. Já no exterior, o calendário econômico do dia está esvaziado, o que desloca as atenções para os índices de preços em agosto na China, que saem apenas à noite (22h30).

Ainda assim, merece destaque a divulgação do relatório norte-americano Jolts, às 11 horas, com informações sobre o número de vagas de emprego disponíveis nos Estados Unidos em julho. O documento, é bom lembrar, é um dos preferidos da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, sobre a dinâmica do mercado de trabalho no país.

À espera desses indicadores, os investidores se apoiam na China para ampliar o apetite por risco. Declarações do Ministério das Finanças chinês - de que o governo irá acelerar a reforma do sistema fiscal, aumentar os gastos com infraestrutura e intensificar o uso do modelo de parceria público-privada para fortalecer o crescimento econômico - elevaram o sentimento nos negócios e espalharam otimismo pelo mundo.

A Bolsa de Hong Kong subiu 4,1% hoje, registrando o maior ganho em dois dias desde 2008, enquanto a Bolsa de Seul avançou 3%. Mas nenhum mercado na Ásia alcançou o desempenho em Tóquio, onde o índice Nikkei 225 saltou 7,7%, no maior ganho diário desde outubro de 2008, em meio às especulações de que acabou o selloff que levou o mercado japonês à mínima em 11 meses. Relatos de que o governo japonês planeja reduzir um imposto sobre empresas também ajudaram no movimento.

Nos demais mercados emergentes, o índice MSCI da região exibia a maior alta desde o fim de agosto. Entre as moedas, o ringgit malaio conquistava terreno e saía da mínima desde 1998, ao passo que o rublo russo, o rand sul-africano e o won sul-coreano ganhavam do dólar. Nas commodities, o petróleo tenta se firmar no azul.

O sinal positivo também prevalece entre as principais bolsas europeias e os índices futuros das bolsas de Nova York, ao mesmo tempo que o euro e o juro da T-note de 10 anos estão de lado. A suavização das preocupações quanto à desaceleração da segunda maior economia do mundo e a perspectiva de que a primeira alta do juro norte-americano desde 2006 será novamente adiada - talvez para dezembro - alimentam os ganhos nos mercados, ao menos nestes primeiros dias de setembro.

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