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Mercados buscam recuperação, mas mantêm a cautela


Os mercados internacionais se recuperam do novo selloff visto no início desta semana e os ativos de risco exibem ganhos na manhã desta quarta-feira, embora o sentimento entre os investidores não aparenta ter mudado muito e a incerteza continua sendo o principal problema. Esse alívio momentâneo no exterior pode também atenuar a tensão no Brasil por hoje, mas a crise política mantém os negócios locais mais avessos.

No exterior, são os índices futuros das bolsas de Nova York que inspiram uma sessão de recuperação para o dia, diante de certa calmaria na Ásia antes de um feriado chinês. A Bolsa de Xangai conseguiu praticamente zerar as perdas de quase 5% apuradas na sessão e fechou em ligeira baixa, de 0,2%, neste último pregão da semana, devido à parada militar que o Partido Comunista promove amanhã em comemoração pelo Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial.

O mercado acionário na China seguirá fechado na sexta-feira. Essa recuperação intradiária em Xangai suavizou as perdas entre as demais bolsas asiáticas, com o índice japonês Nikkei 225 fechando em baixa de 0,39%, beneficiado ainda pelo enfraquecimento do iene ante o dólar, ao passo que Hong Kong caiu 1,18%. No Pacífico, destaque para a Bolsa da Austrália, que também fechou praticamente estável, com o chamado aussie caindo a níveis vistos pelo última vez em 2009 ante o dólar, abaixo de 0,70.

Aliás, a economia australiana expandiu-se no ritmo mais lento desde 2013 no segundo trimestre deste ano, em 0,2% na comparação com os três primeiros meses de 2015, quando cresceu 0,9%. A previsão era de crescimento de 0,4% e a abertura do dado mostra que foram os gastos do governo e das famílias que impulsionaram o Produto Interno Bruto (PIB).

Já na Europa, as principais bolsas se esforçam para ficar no campo positivo, mas as perdas das ações ligadas ao setor de energia ofuscam os ganhos das farmacêuticas. O barril do petróleo em Nova York volta a ser negociado abaixo de US$ 45, antes da divulgação dos estoques semanais da commodity e seus derivados nos Estados Unidos (11h30).

Entre as moedas, o rublo russo se recupera do maior recuo desde abril, enquanto o ringgit malaio interrompe uma sequência de quatro dias de alta. O won sul-coreano também cai. Nas divisas europeias, o euro está de lado, cotado a US$ 1,13, ao passo que a libra esterlina perde terreno após um dado de construção ficar abaixo do esperado.

Na agenda do dia, as atenções locais se dividem entre indicadores e eventos. Pela manhã, às 9 horas, o IBGE anuncia o desempenho da indústria em julho, que deve seguir a tendência recente e cair 0,10%, na mediana, no confronto mensal. Se confirmada tal expectativa, será o quinto mês de resultado negativo da atividade industrial desde o início do ano.

Já em relação a um ano antes, a previsão é de queda de 6,25%, o que, se confirmada, será a 17ª taxa negativa consecutiva nessa base de comparação. Depois, às 12h30, o Banco Central informa os dados de agosto do fluxo cambial e do Índice de Commodities (IC-Br).

À noite, o mesmo BC volta à cena para anunciar a atualização da Selic, que deve ser mantida em 14,25%. Se confirmada a previsão, será a primeira vez que o juro básico não subirá desde outubro de 2014, após sete elevações consecutivas. Ainda assim, a taxa seguirá no maior patamar desde outubro de 2006, quando estava em igual nível.

Diante dessa aposta majoritária, entre economistas e na curva de juros futuros, o foco dos investidores se volta para o comunicado que acompanhará a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), diante da recente turbulência nos ativos globais por causa da China e na esteira da nova revisão da meta fiscal para 2016. A ata do encontro deste mês, na próxima semana, também será amplamente aguardada.

Outro ponto de relevo é a participação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na abertura do seminário econômico Brasil-Japão, na sede da Fiesp. Já nos Estados Unidos, a criação de postos de trabalho no setor privado em agosto (9h15) e o Livro Bege (15h) estão entre as últimas divulgações que podem calibrar as apostas para o encontro de setembro do Federal Reserve.

Para o dado da ADP, que é tido como um termômetro do payroll, que sai na sexta-feira, a expectativa é de geração de ao menos 200 mil vagas. Entre um anúncio e outro, serão conhecidos ainda: a produtividade e o custo da mão de obra no trimestre passado (9h30), as encomendas à indústria em julho (11h), além dos estoques de petróleo.

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