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Mãos à obra


A volta aos trabalhos no Congresso Nacional hoje e o jantar oferecido ontem à noite no Palácio do Planalto devem concentrar as atenções dos mercados domésticos nesta terça-feira. A tentativa do governo federal em conter as "pautas bombas" e receber o apoio da base aliada ao ajuste fiscal está no foco dos negócios, mas a frágil situação política e das contas públicas tende a manter os ativos sob pressão.

Em reunião de pouco mais de duas horas com líderes e presidentes de partidos da base, a presidente Dilma Rousseff reforçou o apelo pelas votações no Congresso e pediu aos aliados para que não sejam "carneirinhos", enfrentando as pautas difíceis com "altivez". Em tom otimista, ela disse ainda que a Petrobras deve retomar os investimentos em breve.

Hoje, Dilma participa da cerimônia de celebração de dois anos do Programa Mais Médicos. Já a agenda de indicadores econômicos no Brasil começou cedo, com a divulgação do IPC-Fipe, que acelerou a 0,85% em julho, de +0,47% em junho. O resultado ficou perto do teto do intervalo das estimativas e superou a mediana projetada, de 0,81%.

Às 9 horas, sai o dado mais aguardado do dia, sobre a produção industrial em junho. As estimativas são de que a atividade na indústria tenha voltado a cair (-0,8%, na mediana), depois de avançar em maio, em base mensal, interrompendo uma sequência de três meses seguidos de queda. Na comparação anual, o setor deve registrar a 16ª retração consecutiva (-5%, na mediana).

No acumulado do segundo trimestre, a indústria deve ter tido recuo de 2,20% em relação aos três primeiros meses de 2015, ao passo que na comparação anual, o tombo pode ter chegado a 7%. O calendário doméstico reserva ainda os indicadores industriais da CNI em junho, às 11 horas. Na safra de balanços, destaque para os resultados trimestrais do Itaú Unibanco, antes da abertura do pregão da Bovespa.

Já no exterior, destaque apenas para as encomendas à indústria dos Estados Unidos em junho, às 11 horas. À espera desse indicador, os índices futuros das bolsas de Nova York estão no azul, também no aguardo do balanço da Walt Disney, entre outros. No fim do dia, a China entra em cena para anunciar o índice dos gerentes de compras (PMI) do setor de serviços em julho.

E hoje a Bolsa de Xangai trouxe um alento aos mercados, sobretudo os emergentes, com o rublo russo conduzindo a recuperação das moedas ligadas às commodities. O índice Xangai Composto subiu 3,7% hoje, interrompendo uma sequência de três pregões de queda (-4,4% no período). A recuperação se deu após algumas corretoras suspenderem as vendas a descoberto em meio à crescente intervenção de Pequim.

Os órgãos reguladores introduziram uma medida que obriga os investidores que alugam ações a esperar um dia para reembolsar os empréstimos. Entre as corretoras está a Citic Securities, a maior da China em termos de receita.

Os demais mercados asiáticos, contudo, recuaram, penalizados pela queda nos preços do petróleo, que ontem fechou no menor nível desde março em Nova York. O Brent, por sua vez, caiu abaixo de US$ 50 o barril pela primeira vez desde março. A Bolsa de Tóquio 0,14% e a de Hong Kong cedeu 0,02%. As decisões de política monetária na Austrália e na Índia não promoveram alterações em suas respectivas taxas de juros, impulsionando o dólar australiano e a rupia indiana.

Já na Europa, as principais bolsas não exibem um rumo único, com Londres e Frankfurt ensaiando ganhos, ao passo que Paris cede. Por lá, os investidores monitoram o segundo dia consecutivo de perdas da Bolsa de Atenas, um dia após despencar 16%, na maior queda desde pelo menos 1987 e fechar no nível mais baixo desde setembro de 2012.

Nesta manhã, o índice grego ASE caía 4,9%, com as ações dos bancos novamente liderando as perdas. O euro segue negociado na marca de US$ 1,10.

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