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Dia de agenda cheia


A agenda econômica alcança o pico, em termos de divulgações, nesta quarta-feira, o que pode trazer volatilidade aos mercados financeiros no decorrer do dia.

Os eventos mais aguardados, no Brasil e no exterior, estão previstos para acontecer a partir da tarde. Enquanto o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a atualização da taxa Selic, hoje em 12,75%, deve ocorrer apenas após o fechamento do pregão local, a decisão do Federal Reserve será conhecida às 15 horas, mas a expectativa é de manutenção do juro básico norte-americano perto de zero.

Os investidores estarão atentos, em busca de pistas do Fed sobre o momento exato em que deve ter início o aumento da taxa dos Fed Funds, em meio aos indicadores recentes mais fracos sobre a economia dos Estados Unidos. O resultado preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do país nos três primeiros meses deste ano, que será conhecido às 9h30, deve reforçar essa percepção de que a atividade norte-americana ainda não está madura o suficiente para agüentar o processo de normalização monetária. Economistas esperam uma expansão de 1%, na taxa anualizada ao final do primeiro trimestre, ante alta de 2,2% no último trimestre de 2014.

À espera de sinais vindos dos EUA, as principais bolsas europeias ensaiam ganhos nesta manhã, tentando pegar carona em alguns balanços, mas o ímpeto é limitado pela expectativa com o Fed. A Bolsa de Atenas também avança, pelo sexto dia consecutivo, na melhor sequência de altas desde agosto, diante de declarações de autoridades de que as chances para o chamado “Grexit” são muito pequenas.

Entre as moedas, o euro revê o patamar de US$ 1,10, ao passo que a libra esterlina é negociada no maior nível em dois meses ante o dólar. A moeda norte-americana, aliás, perde terreno ante as principais rivais, com o ICE dollar index sendo negociado nos níveis mais baixos desde o início de março. A exceção fica com o iene, que recua.

Apesar da fraqueza do dólar, os contratos futuros do petróleo também cedem nesta manhã, em meio à expectativa pelo relatório do API sobre os estoques semanais da commodity e seus derivados nos EUA. À medida que o preço do barril do WTI e do Brent se recuperou, atingindo o valor mais alto do ano, os investidores começam a ter dúvidas sobre a dinâmica do setor, com os níveis de fornecimento ainda superando os de procura.

De volta à zona do euro, a concessão de empréstimos pelos bancos da região para empresas e famílias subiu 0,1% em março, em base anual, pela primeira vez em quase três anos (desde maio de 2012), indicando que os estímulos do Banco Central Europeu (BCE) estão finalmente chegando à economia real. No mês, houve alta de 0,2%.

Em contrapartida, o sentimento econômico no bloco da moeda única caiu ligeiramente em abril, pela primeira vez em cinco meses, a 103,7, de 103,9 em março.

Na Ásia, o destaque ficou com o tombo da Bolsa da Indonésia, que chegou a registrar a maior queda porcentual desde agosto de 2013, em meio aos alertas de vários países sobre as consequências nas relações diplomáticas que as execuções de cidadãos estrangeiros presos por tráfico de drogas podem trazer. Além da presidente brasileira Dilma Rousseff, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, avisou que dará passos “sem precedentes”, chamando o embaixador da Austrália no arquipélago vizinho para consultas.

Ainda na região, o BC da Tailândia voltou a surpreender, ao cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual para 1,5%, na esteira de uma redução igualmente inesperada em março, de mesma magnitude. A decisão levou em conta a recuperação econômica mais fraca que o esperado.

Já em Wall Street, os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água, com um ligeiro viés de baixa. O calendário econômico norte-americana reserva ainda, às 11 horas, as vendas pendentes de imóveis nos EUA em março.

No Brasil, a agenda do dia começa cedo, às 8 horas, quando sai o resultado de abril do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), cuja taxa deve ir além de 1%, depois de quase ter alcançado esse patamar em março. Já as 12h30, o Banco Central informa os números semanais do fluxo cambial.

Além disso, são esperados para hoje os números de março sobre a pesquisa Seade/Dieese de emprego e desemprego; a sondagem da indústria pela CNI; e o resultado primário do governo central pelo Tesouro Nacional. As estimativas para o dado das contas públicas vão desde déficit a superávit, sendo que a mediana das previsões aponta para um saldo positivo no mês passado, ao redor de R$ 3,5 bilhões.

Na política, Dilma tem reunião apenas com o governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, às 15 horas. Já o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participa de uma audiência pública conjunta de comissões na Câmara dos Deputados, às 10 horas.

À tarde, Levy tem encontros com lideranças políticas do Espírito Santo: o governador Paulo Hartung (17h); e o senador Ricardo Ferraço e o prefeito de Vitória, Luciano Rezende, às 18 horas. Por sua vez, o presidente do BC, Alexandre Tombini, participa do segundo e último dia de reunião do Copom.

O anúncio da decisão do Comitê, porém, não deve trazer surpresas e o mercado segue convicto de que o juro básico do Brasil subirá outro 0,50 ponto porcentual.

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