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China dá nó nos mercados


Nem mesmo o quinto corte nas taxas de juros da China desde novembro ou a redução do compulsório bancário no país foi capaz de quebrar a espiral descendente que tomou conta da Bolsa de Xangai e que se espalha pelos mercados globais há pelo menos duas semanas. O índice Xangai Composto caiu 1,3% hoje, acumulando a maior queda em cinco sessões desde 1996, o que renova a aversão ao risco pelo mundo.

O sentimento que prevalece entre os investidores na China é de que a confiança foi danificada e seja o que for que Pequim fizer, a reação dos players é de sacar o dinheiro. Nem mesmo relatos, nesta manhã, de que o Banco Central chinês (PBoC) irá injetar 140 bilhões de yuans no sistema financeiro - algo em torno de US$ 21 bilhões - através de operações de ajuste de liquidez de curto prazo (SLO) aliviou a pressão vendedora nos negócios.

Contudo, a exceção desse selloff vem de Wall Street, onde os índices futuros das bolsas de Nova York avançam pouco mais de 1%, apontando para uma abertura em alta no dia, à medida que o foco se desloca para o simpósio econômico em Jackson Hole (Wyoming, EUA), que pode reforçar a percepção de que o Federal Reserve tende a adiar a primeira alta do juro norte-americano desde 2006 para o ano que vem.

Já as principais bolsas europeias exibem perdas ao redor de 1% nesta manhã, seguindo o sinal negativo vindo da Ásia. A exceção por lá ficou com a Bolsa de Tóquio, que subiu 3,20% hoje, em meio à queda do iene ante o dólar e o euro. Já a Bolsa de Hong Kong caiu 1,52%, influenciada pelas perdas de Xangai, que chegou a subir 4,3% na sessão, mas depois caiu 3,9%, na mínima do dia.

Nos mercados emergentes, a Bolsa de Dubai caiu 1,8% e a de Moscou recuou 1,4%, com o rublo russo perdendo mais 1,2% ante o dólar, ao passo que o ringgit malaio é negociado no menor valor desde 1998. Entre as commodities, o petróleo é pressionado, mas se segura na marca de US$ 39 por barril em Nova York, à espera dos estoques semanais norte-americanos de petróleo bruto e derivados (11h30).

Aliás, o calendário de indicadores segue fraco hoje, com destaque no exterior apenas para as encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos em julho (9h30). No Brasil, a FGV divulga, às 8 horas, a sondagem da indústria em agosto e o IBGE anuncia, às 9 horas, o índice de preços ao produtor (IPP) em julho. Já a CNI informa, às 11 horas, o índice de expectativa do consumidor neste mês.

Por aqui, chama a atenção uma a formação da maioria no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reabertura das ações de impugnação do mandato eletivo, apresentada pelo PSDB, contra a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer. A maioria foi formada por votos de quatro ministros e, agora, o processo deve ser desarquivado.

Em outra frente, o ministro do TSE, Gilmar Mendes, pediu que o Ministério Público de São Paulo investigue indícios de irregularidades no pagamento de R$ 1,6 milhão pela campanha de Dilma a uma empresa.

Hoje, Dilma reúne-se às 10 horas com a senadora Gleisi Hoffmann, que foi acusada pela Justiça Federal de ter sido beneficiada pelo esquema da Operação Lava Jato. Às 11 horas, a presidente recebe o senador e líder do PT, Humberto Costa e, às 12 horas, é a vez do encontro com o deputado e líder do PT na Câmara, Sibá Machado. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem apenas compromissos internos, ao passo que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, recebe o governador da Bahia, Rui Costa, às 9 horas.

Mas as atenções estarão voltadas ao Senado, onde acontece a sabatina do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que tenta ser reconduzido ao cargo.

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