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China lança mais dados


A China continua emitindo sinais de que é preciso agir para evitar uma desaceleração abrupta da economia, mas nenhum novo estímulo foi anunciado. À espera de medidas adicionais vindas de Pequim, os mercados internacionais reagem aos dados chineses sobre a indústria e o varejo em outubro, neste dia fraco de negócios em Wall Street. Internamente, segue o “burburinho” em Brasília sobre quem fica e quem sai, sem ações práticas.

Novembro é o último mês antes do recesso parlamentar para destravar a pauta do ajuste fiscal e clarear o cenário para 2016, conforme deseja o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Rumores de que ele seria substituído pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles na Pasta agitam os mercados domésticos. Porém, Levy mostra resistência, ciente do apoio que tem da presidente Dilma Rousseff.

A principal meta do governo é aprovar as medidas do pacote fiscal e obter um Orçamento em 2016 que garanta um superávit primário. No Congresso, o projeto de lei sobre a repatriação de recursos está na pauta hoje, mas a Câmara dos Deputados segue ocupada com as tentativas do presidente Eduardo Cunha de provar que não mentiu à CPI sobre a existência de contas no exterior.

A bancada do PSDB promete para esta quarta-feira a leitura de um documento em plenário, no qual pedirá pelo afastamento de Cunha do cargo, uma vez que a defesa do deputado foi considerada inconsistente. O assunto colocou em segundo plano o andamento da pauta do impeachment contra o mandato da presidente Dilma Rousseff. Além disso, segue sem data a apreciação dos vetos presidenciais remanescentes, em sessão conjunta.

Ao mesmo tempo, líderes do PSDB na Câmara procuraram o governo para propor um acordo pela aprovação da desvinculação de receitas da União (DRU), o que daria maior liberdade ao governo para remanejar o Orçamento. Foi a primeira vez desde o início do atual mandato de Dilma que a oposição procura aliados do governo para oferecer uma trégua e ajudar na aprovação de medidas consideradas imprescindíveis pelo Planalto.

Sem qualquer alívio nas incertezas domésticas, os negócios locais ainda têm de se ajustar ao noticiário vindo do exterior, onde a China reacendeu o temor quanto à perda de tração da economia, após a produção industrial no país registrar em outubro o crescimento mais fraco desde 2008, de +5,6% em relação a um ano antes e ante previsão de +5,8%. Os investimentos em ativos fixos avançaram 10,2% nos 10 primeiros meses de 2015, no ritmo mais lento desde 2000.

Porém, os investimentos estrangeiros direto (IED) na China subiram 4,2% em outubro, a US$ 8,77 bilhões. Já as vendas no varejo chinês registraram o maior avanço do ano no mês passado, de +11% e ante expectativa de +10,9%. O comércio chinês foi impulsionado pela aceleração nas vendas de automóveis no país, que cresceram 13,3% em outubro, a 1,94 milhão de veículos, após o governo de Pequim cortar impostos para a compra de carros novos.

E o consumo doméstico deve continuar em ascensão em novembro, afinal hoje é o "Dia do Solteiro" (duplo 11) na China - data em que as compras de produtos pela internet disparam em meio às promoções em sites como do Alibaba. Antes do meio-dia, as transações já haviam superado o montante de 2014, de US$ 9 bilhões.

Em reação aos números chineses, as bolsas asiáticas fecharam sem um rumo único hoje. Xangai e Tóquio conseguiram encerrar com ligeiros ganhos, de 0,26% e 0,10%, respectivamente, mas Hong Kong cedeu 0,15%. Entre os mercados emergentes, o índice MSCI da região exibia leve baixa, mas as moedas desses países mostram recuperação, liderada pelo avanço dos dólares australiano (aussie) e neozelandês (kiwi).

As commodities, porém, são negociadas em baixa, com o preço do barril do petróleo caindo cerca de 1% e ficando cada vez mais próximo de US$ 40, enquanto o cobre recua ao redor de 0,50%, em meio aos dados que mostram que o reequilíbrio da economia chinesa continua.

Já no Ocidente, o calendário econômico está mais fraco nesta quarta-feira, feriado pelo Dia do Veterano nos Estados Unidos, que mantém o mercado de bônus fechado e enxuga a liquidez das bolsas de Nova York hoje. Ainda assim, prevalece um viés positivo em Wall Street nesta manhã. As principais bolsas europeias também estão em alta, em uma tentativa de retomar o rali visto logo no começo da semana.

Por lá, o destaque fica para o discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, às 11h15. A expectativa é de que ele reafirme o compromisso de injetar mais liquidez nos mercados no mês que vem, antecipando o presente de Natal dos investidores, ao mesmo tempo em que o Federal Reserve se propõe em apertar as taxas de juros.

A probabilidade de que a primeira alta nos Fed Funds desde 2006 ocorrerá em dezembro subiu a 66%, de 50% ao final de outubro, com o relatório de emprego nos EUA no mês passado dando suporte a uma ação do Fed no mês que vem. Nesta manhã, o juro da T-note de 10 anos estava em 2,34%.

Já no Brasil, a agenda do dia traz apenas os números do fluxo cambial na primeira semana de novembro, às 12h30. Na safra de balanços, destaque para os resultados trimestrais de Gol e JBS, após o fechamento do pregão local. As ações do Bradesco também podem se sensibilizar com a notícia de que os presidentes da Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi, e da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio de Oliveira, morreram em uma queda de jatinho.

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