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Mercado tem ajustes de fim de mês


Novembro termina com desempenho expressivos dos mercados globais, com o Ibovespa subindo quase 20% e o dólar caindo mais de 5%, relegando os problemas fiscais


Novembro termina hoje com um desempenho expressivo dos ativos brasileiros, com o Ibovespa subindo quase 20% e o dólar acumulando queda de mais de 5% no período. O movimento reflete o apetite dos investidores estrangeiros, que colocaram o montante recorde de R$ 30 bilhões na renda variável apenas neste mês, fazendo o mercado financeiro se esquecer dos problemas na política.

Mas passadas as eleições municipais, Brasília volta a ser o centro das atenções e os investidores alimentam expectativas positivas. Espera-se que o governo apresente a proposta para criação de um novo programa social sem “furar” o “teto dos gastos” e que o Congresso acelere a agenda de reformas, começando pela tributária. Ou seja, Executivo e Legislativo devem fazer no mês do Natal tudo o que não conseguiram neste trimestre.

Apesar da esperança, é pouco provável que a pauta avance, pois os parlamentares estão mesmo interessados é na sucessão presidencial na Câmara e no Senado. A troca de liderança pode favorecer o governo, que se lançar candidato próprio entre os deputados consegue conduzir os temas a serem votados. Na sexta-feira, a Corte Suprema decide se é permitida a reeleição de Rodrigo Maia e David Alcolumbre e, até lá, o jogo é esse.

O clima político deve influenciar os negócios locais até o fim do ano, mas o desempenho aqui também tende a ser dosado por forças externas. A esperança por uma vacina eficaz contra o coronavírus em breve combinada com a perspectiva de mais estímulos monetários e fiscais nos Estados Unidos também impulsionaram os mercados internacionais neste mês, com Wall Street conduzindo o movimento - e quebrando recordes.

As ações globais subiram mais de 10% em novembro, em média, depois que notícias positivas sobre vacinas estimularam uma perspectiva mais favorável à recuperação global no ano que vem, apesar da segunda onda de contágio nos dois lados do Atlântico Norte, com vários países lutando contra o ressurgimento da pandemia no inverno. A expectativa é de que a imunização de parte da população mundial ocorra até meados de 2021, impulsionando uma aceleração no crescimento econômico.

Dia de ajuste; semana cheia

Após um longo feriado, as bolsas de Nova York voltam a funcionar a pleno vapor hoje e sinalizam um dia de ajuste, com os ativos de risco reduzindo uma fatia dos ganhos acumulados no mês. Os índices futuros amanheceram em queda firme, após uma sessão de perdas na Ásia, lideradas por Hong Kong (-1,5%). As bolsas europeias são contaminadas por esse sinal negativo. O petróleo e o ouro caem, mas o dólar segue fraco.

Nem mesmo uma nova rodada de indicadores econômicos robustos na China impulsionam os negócios. O índice oficial dos gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa atingiu o maior nível em três anos em novembro, subindo a 52,1, de 51,4 em outubro, superando em muito a previsão de alta a 51,5. Desde março, o setor industrial está acima de 50, que indica expansão da atividade. Já o PMI de serviços subiu a 56,4, de 56,2, no período.

Ao longo da semana, serão conhecidos mais dados sobre a atividade nos setores industrial e de serviços nos EUA, na China e na zona do euro. Também são esperados os números da ADP (quarta-feira) e do payroll (sexta-feira) sobre o mercado de trabalho norte-americano. Entre os eventos de relevo, os países exportadores de petróleo (Opep) e aliados reúnem-se a partir de hoje.

A expectativa é de que o cartel mantenha os níveis de produção da commodity. Entre os eventos de relevo, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fala em comissões do Congresso dos EUA, amanhã e depois, sobre as medidas adotadas para conter os impactos econômicos da disseminação do coronavírus. O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, também participa dessas audiências.

Por aqui, o destaque fica com os números do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano, na quinta-feira. A previsão é de um salto de 9% em relação ao período anterior, confirmando a expectativa de recuperação em “V” da economia doméstica, após os impactos da pandemia. Um dia antes, saem os dados da produção industrial em outubro. Mas os número devem ser vistos pelo “retrovisor”, diante do avanço recente da pandemia.

Confira a seguir os principais destaques desta semana, dia a dia:

*Horários de Brasília

Segunda-feira: A semana começa com as publicações do Banco Central em destaque. Além do tradicional relatório de mercado Focus (8h25), têm também a nota de política fiscal em outubro (9h30). Antes, sai o índice de confiança no setor de serviços (8h). No exterior, destaque para o primeiro dia de encontros virtuais da Opep e aliados.

Terça-feira: A divulgação da balança comercial foi adiada para hoje e traz os dados fechados de novembro. No exterior, prossegue a discussão na Opep. Outro evento de relevo é a participação da presidente do Fed, em sessão no Senado. Entre os indicadores econômicos, saem as leituras revisadas de índices sobre a atividade industrial na zona do euro e nos EUA, além de dados preliminares sobre os preços ao consumidor (CPI) europeu.

Quarta-feira: Os dados da produção industrial brasileira em outubro são destaque por aqui. Lá fora, Powell volta a discursar, desta vez, na Câmara dos EUA. Entre os indicadores, saem dados sobre o emprego no setor privado norte-americano (ADP) e sobre a atividade no setor de serviços chinês, ambos referentes a novembro.

Quinta-feira: O PIB brasileiro no terceiro trimestre é o destaque do dia. No exterior, é a vez dos dados sobre o setor de serviços na zona do euro e nos EUA em novembro.

Sexta-feira: O relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos EUA (payroll) concentra as atenções, trazendo os números sobre a geração de vagas e a taxa de desemprego no país em novembro.

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