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Dados do dia roubam a cena


*Para ouvir um resumo dessas principais notícias do dia, acesse o podcast.


A agenda de indicadores econômicos desta sexta-feira pede passagem ao noticiário geopolítico. Afinal, hoje é de dia de divulgação de dados sobre a inflação ao consumidor brasileiro (IPCA) e o emprego nos Estados Unidos (payroll). Os números, referentes ao mês de dezembro, devem agitar o mercado financeiro, ainda mais depois que o arrefecimento da tensão no Oriente Médio colocou a situação na região em segundo plano.


A expectativa é de que o IPCA ganhe força e avance mais de 1% no mês passado, na maior alta para dezembro desde 2002, em meio à pressão vinda dos preços das carnes, principalmente, e também dos combustíveis. Com isso, a taxa acumulada em 2019 deve encerrar próxima à meta perseguida pelo Banco Central, de 4,25%, depois de orbitar abaixo de 3% no período até recentemente. O resultado efetivo será divulgado às 9h.


Os números devem calibrar as apostas do mercado financeiro em relação à taxa básica de juros e definir se há espaço para novos cortes na Selic, após o recuo maior que o esperado da indústria nacional em novembro. Aliás, os dados fracos da produção industrial serviram de lembrete de que a recuperação econômica brasileira permanece frágil - e, talvez, ainda carente de mais estímulos para evitar um crescimento tipo “voo de galinha”.


Antes, às 8h, sai a primeira prévia de janeiro do IGP-M. Depois, o foco se desloca para os EUA, que anunciam, às 10h30, o número de postos de trabalho criados no país em dezembro. A previsão é de abertura de 150 mil vagas, o que manteria a taxa de desemprego estável em 3,5%. Já o ganho médio por hora deve manter o ritmo de alta.


O calendário econômico norte-americano traz ainda os estoques no atacado em novembro (12h). À espera desses números, o mercado financeiro se apoia nos sinais de que a recuperação da economia global permanece sólida e de que os bancos centrais devem manter uma postura suave (“dovish”) em relação a suas respectivas taxas de juros.


Além disso, o alívio na escalada bélica entre EUA e Irã combinado com a assinatura da fase um do acordo comercial com a China no próximo dia 15 e com os renovados indicadores que apontam para a robustez da atividade econômica norte-americana faz com que a reeleição do presidente Donald Trump em novembro seja algo menos turbulento, apesar do processo de impeachment contra ele em curso no Congresso.


Em compasso de espera


Em meio a tantos fatores positivos, os índices futuros das bolsas de Nova York estão em alta, sinalizando uma continuidade do momento de otimismo em Wall Street, com recordes nas bolsas. A sessão na Ásia também foi de ganhos - exceto em Xangai, ao passo que as principais bolsas europeias caminham para abrir no azul.


O problema é que a Bolsa brasileira não tem conseguido acompanhar esse rali no exterior. Ontem, o Ibovespa fechou em queda pela quinta sessão seguida, com o ambiente interno não sendo influenciado pelo cenário externo otimista. Os dados decepcionantes da produção industrial pesaram, inclusive, no dólar, que se aproximou da faixa de R$ 4,10.


Já no exterior, a moeda norte-americana mede forças em relação aos principais rivais, como o euro e o iene, mas cai frente ao xará australiano e a rupia da Indonésia. Nos bônus, o rendimento (yield) do título dos EUA de 10 anos está estável em 1,86%. Entre as commodities, o petróleo e o ouro oscilam em baixa.


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