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Mercado espera Fed e novas pesquisas


O mercado financeiro brasileiro não parece estar convencido do crescimento de Fernando Haddad na corrida presidencial, apesar da transferência de votos do ex-presidente Lula, nem acredita na estagnação de Jair Bolsonaro, em meio à propagação do voto útil entre os eleitores de direita e anti-PT. Com isso, os investidores aguardam novas pesquisas eleitorais previstas para hoje, enquanto o mundo espera a decisão de juros do Federal Reserve.

O destaque por aqui fica com mais um levantamento do Ibope, desta vez, encomendado pela CNI. A pesquisa foi feita de sábado a segunda-feira, com 2 mil eleitores, em quase 130 cidades. Os números serão conhecidos às 14h, com informações sobre a intenção de voto para o primeiro e segundo turnos. No fim da tarde (18h), acontece o debate do SBT entre os presidenciáveis.

Antes, pela manhã (10h), o Instituto Paraná disponibiliza mais uma sondagem sobre a sucessão presidencial apenas para assinantes de uma revista. Os números devem ser divulgados ao público em geral somente à tarde (15h). Também foram feitas pouco mais de 2 mil entrevistas, entre domingo e ontem.

Aparentemente, o mercado financeiro brasileiro está dando o benefício da dúvida em relação ao desfecho das eleições em outubro. É possível que os investidores já estejam assimilando um PT mais pragmático (centrista) de volta ao poder bem como uma agenda agressiva de privatizações, no caso de Bolsonaro ser eleito.

Essa percepção faz com que os ativos domésticos se tornem atrativos, em algum momento, abrindo espaço para a tomada de risco e a busca por retorno - como se viu ontem. Seja como for, a nova estratégia do Banco Central, de reduzir os estímulos monetários, oferece algum suporte aos negócios locais, estabilizando os preços e amortecendo o impacto do cenário nebuloso em um período de maior turbulência eleitoral.

Não se pode esperar que o BC dos Estados Unidos faça o mesmo hoje, a partir das 15h. O Fed deve aumentar a taxa de juros norte-americana em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 2,00% e 2,25%, e sinalizar mais um aperto em dezembro, totalizando quatro altas neste ano. Com isso, o foco fica na entrevista coletiva do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell (15h30), e na atualização das projeções econômicas para os EUA (dot plot).

A principal dúvida é se o custo do empréstimo no país pode ser ainda maior em 2019, com o Fed adotando um ritmo menos gradual no processo de normalização monetária e levando os juros para taxas superiores ao esperado, encerrando em um nível ainda mais alto. Na curva implícita, o juro projetado pelo título norte-americano de 10 anos (T-note) já mudou de patamar, voltando a superar os 3%, nos maiores níveis em quase sete anos.

O rendimento (yield) do papel de dois anos (T-bill), por sua vez, está na máxima em uma década. O dólar também deveria acompanhar esse fortalecimento, mas o salto no preço do barril de petróleo, tipos WTI e Brent, mostra que a moeda norte-americana não está tão cara assim…Ao mesmo tempo, Wall Street deveria estar longe dos níveis recordes de alta, com os investidores migrando para o retorno seguro (e atrativo) das Treasuries.

Com isso, o primeiro aumento da taxa de juros nos EUA em setembro na história do Fed deve trazer mais volatilidade ao mercado financeiro global, diante de um ajuste nos preços dos ativos e em meio à cautela com a escalada da tensão comercial contra a China. À espera dos eventos envolvendo o Fed, os mercados internacionais estão na linha d’água nesta manhã.

Os índices futuros das bolsas de Nova York ensaiam ganhos, enquanto as principais bolsas europeias têm leves perdas. Na Ásia, as bolsas de Hong Kong e Xangai voltaram do feriado com alta firme, sendo beneficiadas pela intenção da fornecedora global de índices MSCI de elevar o peso das ações chinesas no benchmark global do ano que vem.

Pela manhã, a agenda econômica traz dados sobre os estoques semanais de petróleo bruto e derivados nos EUA (11h30) e sobre as vendas de imóveis novos no país em agosto (11h). No Brasil, saem o índice de confiança do comércio em setembro (8h), dados sobre as operações de crédito em agosto (10h30) e os números parciais do fluxo cambial (12h30).

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