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Feriado nos EUA reduz ritmo antes do carnaval


A semana começa com um feriado nos Estados Unidos, o que mantém as bolsas de Nova York fechadas, enxugando a liquidez global, e praticamente marca o fim do mês para os mercados domésticos, já que os negócios locais páram a partir de sexta-feira por causa do carnaval e só voltam na tarde da Quarta-feira de Cinzas para apenas mais dois pregões e meio em fevereiro.


Ainda assim, o surto de coronavírus na China tende a continuar ditando o rumo dos mercados financeiros ao longo dos próximos dias. A evolução dos casos confirmados da doença no país durante o fim de semana, ultrapassando a marca de 70 mil, reforçou a tendência de queda e indica que um ponto de virada foi alcançado, com o número de mortos passando de 1,7 mil, enquanto quase 11 mil pessoas se recuperaram. Outros 7 mil casos são suspeitos. Fora da província de Hubei, epicentro da doença, o número de casos cai há 12 dias seguidos.


Mas foram as medidas de estímulo tomadas pelo Banco Central chinês que encorajaram os investidores. O PBoC reduziu a taxa de empréstimo de médio prazo de 3,25% para 3,15%, injetando 200 bilhões de yuans (US$ 28,6 bilhões) em liquidez para essas operações de um ano, ao mesmo tempo em que colocou outros 100 bilhões de yuans (US$ 14,3 bilhões) por meio de operações de mercado aberto, após drenar 900 bilhões de yuans (US$ 129 bilhões) em contratos de recompra reversa que venciam hoje.


No geral, o BC chinês colocou mais dinheiro no mercado, por meio de compras de títulos de curto prazo, de modo a ajudar as empresas afetadas pelo surto de coronavírus a terem acesso ao crédito, reduzindo as restrições. A sensação de que mais medidas desse tipo devem ser adotadas impulsionou a Bolsa de Xangai, que subiu 2,3%, sendo que o índice CSI 300, que replica o desempenho das 300 principais ações negociadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, recompôs todas as perdas registradas desde a volta do feriado de Ano Novo Lunar.


Hong Kong, por sua vez, avançou 0,6%. Mas Tóquio caiu 0,7%, após a economia japonesa registrar contração maior que a esperada no quarto trimestre do ano passado. O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão encolheu ao ritmo de 6,3% entre outubro e dezembro de 2019, na taxa anualizada, ante previsão de recuo de 3,9%. A queda reflete o aumento do imposto sobre as vendas no início do trimestre, o que esfriou o consumo.


Apesar desse desempenho misto das bolsas asiáticas, as principais bolsas europeias caminham para uma abertura no positivo, mas já sentem a ausência do pregão em Wall Street. Também não há negócios com os títulos norte-americanos (Treasuries), ao passo que o petróleo está à deriva, uma vez que também na haverá sessão no CME. Já o dólar medindo forças em relação às moedas rivais, com o euro e o iene subindo.


Frustração interna


Apesar das medidas de estímulos adotadas pelo BC chinês, a situação do coronavírus na China ainda é delicada, com muitas empresas adiando a retomada da produção e companhias aéreas ampliando o prazo de suspensão de voos da/para China. Esse cenário tende a enfraquecer ainda mais a economia global, que já vinha fragilizada antes da eclosão da epidemia.


No Brasil, os indicadores sobre a atividade ao final do ano passado indicam uma transição moderada da recuperação econômica no início de 2020 e apontam para um crescimento do PIB entre outubro e dezembro de 2019 abaixo do esperado, em torno de 0,5%. Essa frustração tende a reforçar a torcida por novos cortes na taxa básica de juros ainda neste ano, mas uma Selic ainda menor pode provocar uma renovada pressão no dólar.


A moeda norte-americana conseguiu cravar a primeira desvalorização semanal do ano na última sexta-feira, após subir por seis semanas consecutivas. Tal comportamento só foi possível depois que o Banco Central foi levado a intervir no mercado de câmbio, promovendo leilões de swap cambial. Essa atuação, porém, apenas reduz a velocidade de valorização do dólar, sem alterar a tendência.


De qualquer forma, será importante observar a revisão nas estimativas do mercado financeiro no relatório Focus do BC, que sai hoje (8h25). A ver se as previsões já refletem a expectativa de juro e PIB mais baixos e dólar mais alto. Ao longo dos próximos dias, os destaques domésticos ficam com a prévia da inflação ao consumidor brasileiro (IPCA-15) em fevereiro, além dos balanços das peso-pesados Vale e Petrobras.


Já no exterior, o calendário econômico está bem mais fraco, trazendo apenas dados preliminares de atividade, na sexta-feira.


Confira a seguir os principais destaques desta semana, dia a dia:

*Horários de Brasília


Segunda-feira: A semana começa com um feriado nos EUA, pelo aniversário de George Washington (Dia do Presidente), o que mantém as bolsas de Nova York fechadas hoje. No Brasil, saem as tradicionais publicações do dia, a saber, o relatório Focus (8h25) e os dados semanais da balança comercial (15h).


Terça-feira: A agenda econômica segue mais fraca, trazendo apenas a segunda prévia deste mês do IGP-M e números do mercado imobiliário norte-americana e sobre a indústria na região de Nova York. Na safra de balanços, a Petrobras publica seus números.


Quarta-feira: A quarta-feira segue sem publicações relevantes no Brasil, trazendo apenas a prévia da sondagem da FGV sobre a confiança da indústria nacional em fevereiro. Já nos EUA, saem novos dados do setor imobiliário, além da inflação ao produtor (PPI) e da ata da primeira reunião do Federal Reserve neste ano, em janeiro.


Quinta-feira: O calendário doméstico, enfim, ganha força hoje, trazendo a prévia de fevereiro da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15). Também será conhecido o índice de confiança do consumidor. Nos EUA, destaque apenas para a atividade industrial na região da Filadélfia. Na safra de balanços, saem os resultados trimestrais de Vale e Gol.


Sexta-feira: A semana chega ao fim com mais duas sondagens da FGV, sobre a confiança no comércio e na construção, além dos custos nesse setor. Já os EUA trazem mais números do setor imobiliário. Na zona do euro, saem dados preliminares sobre a atividade nos setores industrial e de serviços, além do índice de preços ao consumidor (CPI).






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