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Semana fecha com agenda cheia



A intensa volatilidade vista no mercado financeiro ontem pode se repetir hoje, diante da agenda carregada de indicadores econômicos relevantes, além do prejuízo de quase R$ 50 bilhões da Petrobras nos três primeiros meses deste ano. A China já anunciou números mistos sobre a atividade na indústria e as vendas no varejo em abril, o que contribui para a indefinição no exterior, em meio às incertezas sobre a retomada econômica global.


Ainda assim, é complicado falar em um cenário pós-pandemia de coronavírus um dia depois que o número de mortes pela doença chegou a 300 mil no mundo, infectando quase 4,5 milhões de pessoas. No Brasil, o total de casos já ultrapassa 200 mil, com quase 15 mil vítimas. O vírus, que surgiu no fim de 2019 na cidade chinesa de Wuhan, segue se espalhando, e não há vacina nem remédio eficazes contra a doença.

Então, a sensação de que a reabertura dos principais países ocidentais pode ser prematura combinada com o temor de uma segunda onda de contágio da Covid-19 deixam os investidores sem referência para os preços dos ativos. Esses sentimentos, somados aos riscos fiscais e aos ruídos políticos no Brasil, formam uma “tempestade perfeita”, mesmo após os presidentes Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia (Câmara) terem “reatado o namoro”.


O fato é que, enquanto Europa e Estado Unidos se preparam para emergir de vários níveis de bloqueio - lockdown, isolamento social etc. - a restauração da “normalidade” mostra-se um caminho muito mais longo. Nesse percurso, o mercado financeiro não consegue ver a costa nem o horizonte, de tão altas que estão as ondas. E daí então que se forma um intenso vaivém, tal qual visto ontem, com os negócios globais ficando à deriva.


Exterior ensaia alta


Por ora, os índices futuros das bolsas de Nova York têm ganhos moderados, mantendo o sinal positivo que prevaleceu ao final da sessão regular em Wall Street, o que embala a abertura do pregão europeu. Os investidores aguardam dados do mês passado sobre o desempenho do comércio varejista (9h30) e da produção industrial (10h15) nos Estados Unidos. Logo cedo, sai a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro.


Na Ásia, as principais bolsas encerraram sem uma direção única. Tóquio subiu (+0,6%), mas Xangai e Hong Kong tiveram leves baixas, de -0,1% e -0,2%, com as preocupações com a pandemia ainda pesando nos negócios. Os mercados na região também digeriram o aumento de 3,9% da produção industrial chinesa em abril, após cair 1,1% em março e ante previsão de alta menor, de 1%.


Porém, as vendas no varejo chinês caíram 7,5% no mês passado, menos que o declínio de 15,8% em março, mas mais que a previsão de queda de 7%. Por sua vez, os investimentos em ativos fixos acumulam perdas de 10,3% de janeiro a abril, mais que a estimativa de -9,5%, mas reduzindo o tamanho do declínio de 16,1% acumulado nos três primeiros meses do ano. Já a taxa de desemprego nas áreas urbanas oscilou em alta, passando de 5,9% em março para 6,0% em abril, após registrar um recorde de 6,2% em fevereiro.


No geral, os números mostram que à medida que a China reabilitou-se do vírus - Wuhan saiu do bloqueio total em 8 de abril - e reabriu sua economia, as fábricas voltaram a funcionar e as pessoas retornaram ao trabalho. Mas as perdas de empregos e o temor de contaminação reduziram os gastos dos consumidores, desafiando a retomada do crescimento econômico. E esse desafio também deve ser sentido no Ocidente.


Dia de agenda cheia


O calendário econômico no exterior traz também o índice sobre a indústria na região de Nova York neste mês (9h30), os estoques das empresas norte-americanas e o relatório Jolts sobre contratações e demissões nos EUA, ambos às 11h e referentes ao mês de março. Ainda no mesmo horário, sai a versão preliminar de maio do índice de confiança do consumidor norte-americano.


À tarde, é a vez do fluxo de capital estrangeiro no país (17h). Já na zona do euro, saem também a leitura preliminar da taxa de desemprego na região nos três primeiros meses deste ano e os dados de março da balança comercial, também logo cedo. No Brasil, sai o índice de atividade econômica em março (9h), calculado pelo Banco Central (IBC-Br).


A previsão é de queda de 5% na comparação com fevereiro e recuo de 2,5% em relação a um ano antes. Os números do IBC-Br servem de parâmetro para o desempenho do PIB brasileiro no acumulado do primeiro trimestre de 2020, mostrando o quanto a economia doméstica foi afetada pela pandemia. E a previsão é de queda de, ao menos, 3,5%.


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