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Com China, mercado aquece os motores


Dados de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) chinês esquentam os mercados financeiros nesta terça-feira, aquecendo os negócios para os próximos dias, em que a agenda econômica ganhará força. O aumento dos preços no varejo praticamente dentro do esperado em dezembro, em +2,1% ante previsão de +2,2%, e o salto do índice no atacado para o ritmo mais acelerado em mais cinco anos, a +5,5%, embala as commodities.

Isso porque, aos poucos, a China dá sinais cada vez mais evidentes de aceleração dos preços ao consumidor e ao produtor, o que se traduz em um cenário favorável às matérias-primas e ao consumo interno. Esse comportamento tende a dar mais tração aos indicadores de atividade, beneficiando a indústria e o varejo da segunda maior economia do mundo.

Nesta manhã, o barril do petróleo tipo WTI ensaia uma recuperação, após perder quase 4% na sessão anterior, diante do aumento da perfuração de poços nos Estados Unidos, o que ofusca os cortes na produção pelo cartel da Opep. Entre os metais básicos, o minério de ferro subiu 3,8% na Bolsa de Dalian e fechou no maior valor desde dezembro, perto do limite diário de alta.

O cobre também avança, assim como o ouro, em meio à maior demanda pelo metal precioso às vésperas do ano novo chinês, no fim do mês. Nas bolsas, porém, os investidores estão mais hesitantes, o que se reflete no sinal misto que prevaleceu na Ásia e na queda dos índices futuros em Nova York. Xangai caiu 0,3%, mas Hong Kong subiu 0,5%.

Mas é nos EUA que a combinação desses dois fatores, inflação e atividade, merece atenção. Afinal, como frisou o presidente da distrital de São Francisco do Federal Reserve, John Williams, “as estrelas estão se alinhando”, o que significa que a maior economia do mundo está sólida o suficiente para suportar um processo mais intenso de normalização dos juros.

Na curva implícita, a chance de aumento da taxa chamada FFR em março tem crescido e já gira em torno de consideráveis 35%. Se isso acontecer, os juros norte-americanos chegam, enfim, ao primeiro dígito e passarão do intervalo de 0,50% a 0,75%, indo para 0,75% a 1%.

Até por isso, a perspectiva é de valorização do dólar ao redor do mundo – o que indica que a cotação do câmbio doméstico abaixo de R$ 3,20 não é nada “realística”. Espera-se que o Banco Central volte a intervir no mercado, caso o dólar resolva buscar a faixa de R$ 3,15. Afinal, o Fed deve voltar a subir juros em breve e essa visão ganha cada vez mais adeptos.

Hoje, a moeda norte-americana cai pelo segundo dia seguido, o que eleva as chances de intervenção do BC brasileiro no mercado local. O dólar perde terreno para as moedas emergentes, diante dos dados animadores vindos da China, e também para as divisas de países desenvolvidos, em meio às expectativas montadas com as políticas do governo Trump. A exceção fica com a libra esterlina, que é cotada no menor valor desde outubro, diante dos avanços para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

No calendário econômico do dia nos EUA, saem os estoques no atacado e o relatório JOLTS sobre a criação de empregos, em novembro, às 13h. Aliás, a agenda econômica desta terça-feira começa a ganhar força, principalmente no Brasil.

O destaque do dia fica com as vendas no varejo em novembro de 2016 (9h). O comércio varejista deve ter recebido um impulso das promoções da Black Friday e interrompido quatro meses seguidos de queda. A estimativa é de alta de 0,4% em relação a outubro.

Já na comparação com um ano antes, as vendas que excluem automóveis e material de construção devem ter recuado pelo vigésimo mês seguido (desde abril de 2015), em -4%. No mesmo horário, saem os números da estimativa de safra agrícola neste ano. Antes, às 8h, será conhecida a primeira estimativa de janeiro do IGP-M.

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