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Política volta à cena, em semana de agenda cheia


O resultado das urnas nas eleições municipais no Brasil deu uma ampla vitória aos partidos da base aliada do governo Temer, fortalecendo a trégua selada entre os Três Poderes na última sexta-feira, que aliviou a pressão no cenário político doméstico. Já no exterior a pouco mais de uma semana para o dia da eleição presidencial nos Estados Unidos, os investidores receberam do FBI um lembrete de que a política segue como uma fonte potencial de volatilidade nos mercados financeiros, o que redobra a postura defensiva nos negócios neste último dia de outubro.

A reabertura das investigações sobre os emails da candidata democrata Hillary Clinton, enviados por meio de um servidor privado, reduz o apetite por ativos de risco, diante das incertezas sobre se tal decisão pode afetar a corrida presidencial. O ouro é o principal beneficiado por essa busca por proteção e avança pelo terceiro dia, após uma pesquisa mostrar que Hillary perdeu apoio de cerca de um terço dos eleitores após a carta do FBI enviada ao Congresso.

Entre os metais básicos, porém, o sinal positivo prevalece. O alumínio e o zinco são negociados nas máximas em anos, o que estimula as ações de mineradoras. O petróleo, por sua vez, se afasta cada vez mais da marca de US$ 50 o barril, cotada no menor valor em um mês, após a Opep encerrar a reunião em Viena sem chegar a um acordo sobre as cotas individuais de produção dos países do cartel.

Diante desse cenário, as principais bolsas não exibem uma direção única. Xangai e Tóquio caíram, mas Hong Kong subiu, enquanto na Europa as praças da região estão divididas entre o sinal vermelho vindo da Ásia e os ganhos verificados em Wall Street. As bolsas de Nova York tentam se recuperar do susto ao final da semana passada, quando o que até então caminhava para ser uma sessão tranquila tornou-se um dia nervoso e volátil, após o FBI lembrar que até as eleições haverá muita incerteza.

As implicações são percebidas, principalmente, nos negócios com dólar e Treasuries. A moeda norte-americana ganha terreno ante os rivais, exceto o rand sul-africano e o won sul-coreano, que reage a notícias vindas do cenário político desses países. Já o peso mexicano, que se ressente à cada notícia que fortalece o cenário de vitória do republicano Donald Trump, é negociado no menor nível em duas semanas. Entre os bônus, o rendimento do título dos EUA de 10 anos (T-note) recua, diante da menor procura pelo papel.

As atenções dos investidores se dividem, então, entre o noticiário político e a agenda econômica, que está carregada ao longo da semana, principalmente no exterior. O grande evento é a reunião de política monetária do Federal Reserve, que acontece em pleno feriado de Finados no Brasil. Dias depois, tem o relatório de emprego nos Estados Unidos (payroll).

Após o crescimento robusto da economia dos EUA entre julho e setembro, na primeira estimativa, com a maior expansão trimestral desde meados de 2014, a mensagem a ser deixada pelo Fed na reunião deste mês somada aos dados de emprego tendem a selar a perspectiva de aumento dos juros norte-americanos em dezembro. As apostas já giram em torno de 80% e devem ser calibradas nesta semana, consolidando-se de vez após as eleições presidenciais, no próximo dia 8.

Mas a agenda econômica no exterior está carregada desde hoje, com destaque para a renda pessoal e os gastos com consumo nos EUA em setembro, juntamente com o índice de preços PCE. Dados de atividade recheiam o calendário no país entre amanhã e quinta-feira, véspera da divulgação do chamado payroll.

Fora dos EUA, o calendário econômico está igualmente carregado, e traz também nesta segunda-feira os números preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no terceiro trimestre deste ano, além dos preços ao consumidor (CPI) na região. Amanhã, é a vez dos índices de atividade na indústria e no setor de serviços na China em outubro.

Um dia depois, saem os mesmos indicadores da industrial na região da moeda única. Também merecem atenção as decisões de política monetária no Japão (BoJ) e na Austrália (RBA), ambas nesta terça-feira, e do Banco Central inglês (BoE), na quinta-feira. É válido lembrar que a Europa saiu do horário de verão ontem, distanciando-se em uma hora do horário de Brasília.

No Brasil, a safra de balanços divide as atenções com os indicadores econômicos. Os destaques ficam com os resultados trimestrais do Itaú Unibanco, hoje, antes da abertura, e com a produção industrial nacional no mês passado, amanhã.

Entre os eventos de relevo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, almoça hoje, mais uma vez, acompanhado do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Desta vez, o presidente do IBGE, Paulo Rabello, também estará presente. À tarde, Meirelles recebe o presidente da Anfavea, Antônio Megale. Na agenda do dia do presidente Michel Temer consta uma série de compromissos envolvendo a conferência entre países falantes de língua portuguesa.

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