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PIB chinês dá injeção de ânimo no mercado


Exatamente em cima do alvo. A economia da China cresceu 6,9% em 2015, menos que o avanço de 7,3% no acumulado de 2014, mas em linha com a previsão da grande maioria dos economistas. Trata-se do ritmo mais lento de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) chinês nos últimos 25 anos, ao mesmo tempo em que o resultado se equipara à meta de Pequim, de crescimento “em torno de 7%”. Apenas no quarto trimestre do ano passado, a alta foi de 6,8% na taxa anualizada, o menor avanço desde a recessão global de 2009.

Em reação, a Bolsa de Xangai registrou a maior alta em dois meses, de +3,2%, com os investidores alimentando expectativas por estímulos adicionais à economia chinesa - como a redução da taxa de juros e/ou do compulsório bancário - uma vez que o crescimento no último trimestre de 2015 ficou levemente abaixo do esperado (+6,9%). Ao mesmo tempo, os números da produção industrial, das vendas no varejo e do investimento em ativos fixos perderam força no fim do ano passado.

Ainda assim, o sinal positivo se espalhou pelas demais bolsas asiáticas, com Tóquio subindo 0,55% e Hong Kong avançando 1,61%. No Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York apontam para uma volta do feriado com ganhos acelerados, de mais de 1%, animando a abertura do pregão na Europa e podendo embalar a sessão da Bovespa, que segue no menor nível desde março de 2009.

Entre as commodities, o petróleo também ensaia uma recuperação, com o barril do Brent exibindo alta mais acentuada que o do WTI, ao passo que os metais básicos têm ganhos firmes. Os mercados emergentes também mostram uma retomada e saem das mínimas desde 2009, após os dados chineses impulsionarem especulações por novos estímulos no país. O índice MSCI da região tem a primeira alta em quatro dias.

Nas moedas, o rand sul-africano conduz os avanços. A lira turca, o ringgit malaio, a rupia indonésia e o won sul-coreano também ganham terreno ante o dólar. O yuan offshore, porém, se enfraqueceu, em meio às apostas de novas medidas de estímulo a serem adotadas pelo Banco Central chinês (PBoC) antes do feriado do Ano Novo Lunar no país, no início de fevereiro, pois as ações já tomadas ainda não tiveram efeito sobre a economia.

Afinal, os números chineses são vistos com desconfiança pelo mercado financeiro, pois apenas 19 dias após o fim de 2015, o país mais populoso do mundo, terceiro maior em termos geográficos e segundo no ranking econômico global, consegue compilar o principal indicador de atividade. Assim, os esforços das autoridades chinesas em suavizar a desaceleração tornaram os dados menos úteis como guia aos negócios.

Como consequência, os investidores se debruçam sobre o que realmente aconteceu no último trimestre de 2015 na China. Para tanto, os dados da indústria e do varejo em dezembro são mais críveis e sugerem que o gigante emergente tem se expandido a uma taxa significativamente mais lenta do que os números oficiais mostram – ainda que o setor de serviços conquiste espaço na dinâmica da atividade em substituição à manufatura pesada.

Enquanto a produção industrial cresceu 5,9% no mês passado, ante igual mês de 2014, de uma alta de 6,2% em novembro, também em base anual, as vendas do comércio varejista mantiveram o ritmo de expansão acima de dois dígitos e avançaram 11,1% no mesmo período, ante +11,2% no mês anterior, na mesma base de comparação. Já os investimentos em ativos fixos subiram 10% no acumulado de 2015, no menor ritmo desde 2000. Todos os resultados ficaram abaixo do esperado.

Na agenda econômica do dia, a terça-feira começou com uma nova prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, que subiu a 1,02%, acelerando-se ante alta de 0,88% na primeira leitura do mês. Na sequência, às 8 horas, a FGV informa a segunda prévia do IGP-M de janeiro e os números regionais do IPC-S. Depois, às 11 horas, a entidade anuncia indicadores coincidentes e antecedentes do mercado de trabalho.

Mas o grande destaque do calendário de indicadores e eventos econômicos desta terça-feira fica com o início da primeira reunião de 2016 do Comitê de Política Monetária (Copom). O encontro é marcado pelo dissenso, pois apesar de a maioria dar como certo o fim do “período prolongado” de estabilidade da taxa básica de juros (Selic), a questão em relação à decisão do Banco Central neste mês é: o que o mercado acha que o BC deveria fazer e o que o BC fará de fato.

Desde a semana passada, as chances de aperto de 0,50 ponto porcentual (pp) têm perdido força na curva de juros futuros, mas o mercado financeiro se apoia na “comunicação intensa” da autoridade monetária após a última reunião, em novembro, para sustentar tal aposta como majoritária. Com a credibilidade em xeque, ou o Copom sobe em meio ponto ou mantém a Selic estável - uma alta menor, de 0,25pp poderia gerar ainda mais “ruído”.

No exterior, dados sobre os preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) em dezembro são esperados no Reino Unido, enquanto a Alemanha e a zona do euro anunciam índices de sentimento econômico neste mês. Nos Estados Unidos, saem a confiança das construtoras (13h) em janeiro e o fluxo de capital estrangeiro (19h) em novembro. Na safra de balanços, destaque para os resultados trimestrais dos bancos Bank of America e Morgan Stanley, antes da abertura do mercado, e para IBM e Netflix, após o fechamento do pregão.

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