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Semana intensa começa com mercados em baixa


A última semana do mês e, de quebra, do trimestre começa em marcha ré. As bolsas caíram na Ásia e as ações de bancos pesam na Europa, ao passo que os índices futuros em Nova York têm perdas aceleradas, apesar da tentativa de alta do petróleo, com os investidores recompondo o fôlego antes de uma série de divulgações e eventos relevantes nos próximos dias. O dólar ganha terreno ante os rivais.

No Brasil, o destaque fica com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, a ser publicado amanhã. É no documento que o BC poderá corrigir, se necessário, a precificação do mercado, que já vê 100% de chance de corte na taxa básica de juros (Selic) em outubro, ao menos em 0,25 ponto percentual.

E não faltam motivos para justificar essa aposta. O alívio recente na inflação, a previsão de gasolina mais barata, a manutenção dos estímulos monetários no exterior, o espaço menor de atuação do BC no dólar, e as declarações de Henrique Meirelles (Fazenda) e Ilan Goldfajn (BC) contribuem para vislumbrar um início do ciclo de afrouxamento monetário no mês que vem.

Esse cenário consolidado deve provocar uma revisão das principais variáveis econômicas do Brasil, neste e no próximo ano, a serem apresentadas na Pesquisa Focus (8h25). Ainda no calendário doméstico, chamam atenção os números da Pnad sobre o mercado de trabalho no país e o resultado consolidado do setor público, ambos na sexta-feira.

Neste dia, um grande evento na capital paulista reúne nada menos que os presidentes Michel Temer; da Petrobras, Pedro Parente; e da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior; e o ministro Meirelles. Um dia antes, saem o resultado primário do governo central e o IGP-M de setembro.

No exterior, o foco está na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a partir de hoje, que deve influenciar os negócios até o meio da semana. O barril da commodity ensaia uma recuperação, mas segue abaixo de US$ 45, após registrar a maior queda em dois meses na última sexta-feira, em meio a sinais de que a Arábia Saudita irá se dispor em cortar a produção de petróleo para apoiar os preços, no encontro final entre os membros da Opep e a Rússia, na quarta-feira.

Outro evento de relevo na quarta é o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que volta a falar no dia seguinte. Juntos, esses dois eventos tendem a calibrar o sentimento dos investidores, uma vez que o tombo do petróleo ao final da semana passada abalou o otimismo nos negócios, diante dos sinais de que os principais bancos centrais irão manter os estímulos para sustentar a recuperação econômica.

Mas essa perspectiva de política monetária suave ("dovish") pode sofrer contratempos. Além do discurso de Yellen, que pode ter um tom mais duro ("hawkish"), o cenário político também envolverá os investidores, já que acontece hoje o primeiro de três debates na televisão entre os candidatos à Presidência dos EUA Donald Trump e Hillary Clinton .

A agenda de indicadores econômicos norte-americanos também está carregada. O foco está na terceira e última estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre deste ano, que sai na quinta-feira e deve indicar o ritmo da atividade na maior economia do mundo. Na leitura anterior, o dado mostrou expansão de 1,1% e a previsão é de revisão em alta, para +1,3%.

Também na agenda dos EUA, saem a renda pessoal e os gastos com consumo em agosto, na sexta-feira, juntamente com o resultado final da Universidade de Michigan sobre o sentimento do consumidor em setembro. Hoje, nos EUA, saem apenas as vendas de casas novas em setembro (9h).

Amanhã tem a confiança do consumidor pelo Conference Board e, na quarta-feira, é a vez das encomendas de bens duráveis. Dados de confiança, inflação e desemprego recheiam a agenda na zona do euro, ao passo que na China saem números sobre a atividade nos setores de serviços e da indústria.

A Bolsa de Xangai caiu 1,8% hoje, contaminando o desempenho das demais praças asiáticas, com Tóquio cedendo 1,25% e Hong Kong recuando 1,6%. Na Europa, a Bolsa de Frankurt é penalizada pela queda acentuada das ações do Deutsche Bank, que são negociadas em nova mínima recorde após relatos de que a chanceler alemã Angela Merkel descartou qualquer ajuda financeira ao banco antes das eleições nacionais no ano que vem.

Entre as moedas, o índice MSCI de moedas emergentes caiu ao menor nível em duas semanas, com as divisas de países em desenvolvimento perdendo terreno ao dólar. Os destaques ficam com o peso filipino, que é negociado no valor mais baixo em sete anos em meio às preocupações com medidas no país que podem afugentar o capital estrangeiro, e também com a lira turca, que afunda à mínima em sete semanas após o rebaixamento do país pela Moody's para o nível "junk".

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