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G-20 pode lançar luz sobre economia global


Os mercados internacionais têm um alívio nesta sexta-feira, seguindo os ganhos da véspera em Wall Street, antes do encontro de ministros de Finanças do G-20 na China, a partir de hoje, quando devem discutir estímulos à economia global. A recuperação nos preços do petróleo impulsiona os ativos de países emergentes, ao mesmo tempo em que o Banco Central chinês (PBoC) disse ver espaço para mais afrouxamento monetário.

A Bolsa de Xangai subiu cerca de 1% hoje, após o presidente do PBoC, Zhou Xiaochuan, dizer que ainda tem à disposição ferramentas para estimular à economia chinesa e que não há nenhuma razão para uma depreciação do yuan chinês. O problema é que os investidores esperam muita conversa e pouca ação vinda desses dois dias de reuniões do G-20, em Xangai.

A expectativa é por uma ação coordenada entre as 20 maiores economias do mundo, a fim de reduzir a incerteza nos mercados financeiros. Ontem, porém, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, disse que uma "resposta emergencial" não deve ser esperada, a despeito da volatilidade global.

Então, os investidores seguem cautelosos. Ainda assim, na Ásia, Tóquio avançou um pouco menos (0,30%) e Hong Kong ganhou bem mais (2,5%), beneficiados pela alta do petróleo, que mantém a retomada após atingir a mínima em 13 anos no início do mês. Na Coréia do Sul, a alta foi de 0,4%.

Os mercados acionários asiáticos registraram a segunda semana de valorização também na esteira da recuperação das bolsas de Nova York ontem, quando o índice S&P 500 retomou níveis vistos pela última vez no começo de 2016. Nesta manhã, os índices futuros das bolsas norte-americanas seguem em alta, animando a abertura do pregão na Europa.

Essa combinação de fatores alimenta o apetite por risco entre os emergentes, com as bolsas e moedas ganhando terreno, o que pode interromper a sequência de três quedas consecutivas da Bovespa até ontem e intensificar a queda do dólar ante o real. No exterior, destaque para o dólar neozelandês, o chamado kiwi, que saltou ante o xará dos Estados Unidos, após um inesperado superávit comercial em janeiro - o primeiro em oito meses.

Na outra ponta, a libra esterlina perdeu 3% nesta semana, na maior queda semanal desde maio de 2010, à medida que o referendo do chamado "Brexit" sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Europeia (UE) foi marcado para 23 de junho. Entre as commodities, os metais básicos e os preciosos também avançam. O ouro sobe pelo quarto dia seguido, rumo à melhor performance mensal desde janeiro de 2012.

Na agenda econômica, a semana chega ao fim com as atenções voltadas à segunda prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2015. A estimativa é de desaceleração a 0,4%, ante leitura original de expansão de 0,7%, em termos anualizados no período. O dado será divulgado às 10h30, juntamente com os números sobre a renda pessoal e os gastos com consumo em janeiro, além do índice de preços PCE.

Esses indicadores podem desembaçar o cenário sobre a economia norte-americana, após recentes avaliações, exageradas, de nova recessão nos EUA; bem como calibrar as apostas em relação à normalização monetária pelo Federal Reserve. De todo modo, a probabilidade de quatro apertos no juro do país ao longo de 2016 é cada vez menos provável.

Ainda na agenda econômica norte-americana, às 12 horas, sai a leitura final do mês do índice de sentimento do consumidor. Na zona do euro, saem dados sobre o sentimento econômico na região da moeda única em fevereiro, adicionando ingrediente à premissa de mais estímulo monetário no próximo mês, a serem lançados por Mario Draghi.

Já no Brasil, o calendário do dia traz, pela manhã, o IGP-M de fevereiro, às 8h, que deve seguir acima da faixa de 1%, acelerando-se ante a taxa de janeiro (1,14%). No mesmo horário, tem a sondagem do comércio neste mês. À tarde, saem os dados de janeiro do Caged (15h).

Antes, às 10h30, o Banco Central informa os números consolidados do setor público no mês passado, que podem corroborar os dados de ontem anunciados pelo Tesouro Nacional, de que as contas do governo central fecharam janeiro no azul, após oito meses no vermelho. Vai depender da performance dos Estados e municípios, além das estatais (exceto Petrobras e Eletrobras).

Entre os eventos de relevo, a presidente Dilma Rousseff desembarca hoje no Chile, enquanto o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, participam de reuniões no âmbito do G-20.

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