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China atua para acalmar mercados


Os mercados financeiros buscam uma estabilização nos negócios nesta terça-feira, um dia após o pior início de ano para os ativos em décadas. A China decidiu agir para apoiar o mercado de ações do país, injetando US$ 20 bilhões no sistema financeiro, em um esforço para acalmar os investidores e impedir a continuidade de uma onda vendedora (selloff) que liquidou US$ 590 bilhões em valor de mercado ontem em Xangai.

Ainda assim, as principais bolsas asiáticas registraram perdas hoje, mas a queda foi mais comedida, com Tóquio cedendo 0,42% e Hong Kong recuando 0,60%. Na Oceania, Sydney (-1,6%) e Nova Zelândia (-0,7%) tiveram perdas. Já a Bolsa de Xangai perdeu 0,25%, sustentada pela compra de ações por fundos estatais e após o órgão regulador do mercado sinalizar que a proibição de vendas dos principais acionistas permanecerá em vigor além do prazo, que expiraria nesta semana.

O yuan chinês, por sua vez, recuperou-se da mínima em cinco anos (desde maio de 2011) atingida ontem e era cotado a 6,5198 por dólar na madrugada, em alta de 0,2%. Enquanto a China estendeu o horário de negociação da moeda local onshore, o Banco Central chinês (PBoC) irá considerar o horário de 16h30 como de fechamento dos negócios - uma mudança importante, já que o sistema de fixação da taxa diária de referência usava a cotação de fechamento do dia anterior.

Entre os mercados emergentes, contudo, as perdas também tiveram continuidade. O índice MSCI da região caiu ao menor nível em seis anos, sem forças para engatar uma recuperação. Já as moedas dos países em desenvolvimento subiram das mínimas recordes ante o dólar, com destaque para a rupia indonésia, que liderava os ganhos entre os pares da região.

Nas commodities, os metais básicos usados na indústria também avançam, zerando a maior queda diária desde setembro, registrada ontem, com a alta liderada pelo cobre, que sobre quase 3%. O petróleo segue negociado na faixa de US$ 37 o barril, tanto em Londres quanto em Nova York, com os investidores monitorando os desdobramentos do fim das relações diplomáticas entre o Arábia Saudita e Irã.

No Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York avançam nesta manhã, em um tentativa de apagar o pior início de ano em Wall Street desde o início dos anos 2000, diante do temor com a desaceleração da economia chinesa. A Europa também exibe ganhos, amparada pelo sinal positivo nas commodities.

Essa melhora nos mercados pode se prolongar no decorrer do dia de hoje, influenciando os negócios no Brasil, já que a agenda econômica desta terça-feira faz uma pausa, antes do calendário intenso de indicadores e eventos pelo mundo a partir de amanhã. Por aqui, não está prevista a divulgação de nenhum dado relevante, mas a tensão pode continuar, com os investidores à espera de um pacote de medidas do governo para estimular a economia.

A presidente Dilma Rousseff planeja apresentar ainda neste mês propostas que ajudem a retomar o crescimento econômico, mas sem abandonar o ajuste fiscal. O pacote é tratado no Palácio do Planalto como uma espécie de “novo PAC” e tem como prioridade estimular o setor de construção civil, devido à capacidade de, uma vez estimulador, reagir mais rapidamente e, com isso, criar empregos.

No exterior, o calendário econômico traz apenas as vendas de automóveis em dezembro nos Estados Unidos. A zona do euro divulga números sobre a inflação e o desemprego na região. À noite, a China informa novos dados sobre o setor de serviços, que devem confirmar o apoio da atividade não manufatureira à segunda maior economia do mundo.

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