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Volatilidade reina nos mercados


Apesar das sinalizações agressivas de política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) e a adoção de taxa de juros negativa pelo BC japonês (BoJ), a preocupação dos investidores segue elevada, o que mantém a volatilidade nos negócios. A Bolsa de Xangai subiu mais de 2% hoje, diante da injeção de 100 bilhões de yuans (US$ 15 bilhões) pelo BC chinês (PBoC) antes do feriado de Ano Novo Lunar, mas o sinal negativo prevalece entre os índices futuros das bolsas de Nova York e também no petróleo.

É o pessimismo global que ainda impera, diante das incertezas em relação ao crescimento econômico e à normalização da taxa de juros nos Estados Unidos. Ontem, o vice-presidente do Federal Reserve, Stanley Fischer, declarou que a próxima decisão do colegiado não está clara, por causa da recente turbulência nos mercados financeiros e da perda de tração na China.

Mas a injeção de recursos hoje pelo PBoC antes da paralisação no mercado chinês na semana que vem em meio às festividades garantiu ganhos de 2,3% no índice Xangai Composto e alta de 2% no CSI 300. A autoridade monetária empoçou o sistema financeiro com quase 2 trilhões de yuans em operações de empréstimo de curto e médio prazo desde o fim do mês passado, a fim de impedir um aumento no custos em meio à demanda por dinheiro antes da chegada do Ano do Macaco de Fogo.

Nos demais mercados asiáticos, porém, houve perdas. Tóquio caiu 0,6% e Hong Kong recuou 0,2%. As bolsas e moedas de países emergentes também exibem perdas, com o ringgit malaio liderando a queda. O dólar australiano reage em baixa à decisão do BC do país (RBA) de manter o juro no mínimo recorde de 2%, mas sinalizou a possibilidade de haver novos cortes. O BC da Índia (RBI) também segurou a taxa em 6,75%, a fim de enfraquecer a rupia local, antes da divulgação de detalhes do orçamento do país.

No Ocidente, Wall Street é afetada pela queda nos preços do barril de petróleo, diante das apostas de que os estoques norte-americanos da commodity devem continuar se expandido e elevando o excesso de oferta global. Esse desempenho negativo contamina a abertura das bolsas europeias, em dia de agenda econômica mais fraca no exterior.

As atenções se voltam para os preços ao produtor (PPI) e a taxa de desemprego na zona do euro, ambos em dezembro. Os dados serão conhecidos logo cedo. Ao longo do dia, sai desempenho das montadoras norte-americanas em janeiro.

No Brasil, destaque para a produção industrial em dezembro e no acumulado de 2015. A estimativa é de que a atividade tenha recuado pelo sétimo mês consecutivo, em -0,5% ante novembro, no décimo resultado negativo do setor em todo o ano passado. No confronto anual, a previsão é de queda de 10,5%, na 22ª taxa negativa consecutiva.

Os números efetivos serão conhecidos às 9 horas. Antes, às 8h, saem as leituras nas capitais do IPC-S, que acelerou para 1,78% em janeiro. Na safra de balanços, destaque para os resultados trimestrais do Itaú, antes da abertura do mercado.

Entre os eventos de relevo, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reúne-se com os líderes e vice-líderes da base aliada na Câmara, às 10 horas, a fim de colocar questões importantes para o país, como a DRU e a CPMF, em primeiro plano no Congresso. À tarde, ele recebe o vice-presidente do Banco de Desenvolvimento dos Brics, Paulo Nogueira Batista Júnior.

Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tem reunião com representantes da Moody's, que estão em missão anual no país. A agência de classificação de risco é a única das três principais que ainda não rebaixou a nota de crédito (rating) do país a grau especulativo. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, recebe a delegação da Bolívia, e tem uma reunião ampliada (10h) com o presidente do país, Evo Morales.

Às 11h30, eles farão uma declaração à imprensa. À tarde, Dilma participa de sessão solene no Congresso Nacional. É a primeira vez, desde que assumiu o Palácio do Planalto, que ela entrega uma mensagem presidencial ao Legislativo. Na pauta dos assuntos a serem tratados, estão temas como o ajuste fiscal e a reforma da Previdência.

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