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Mercados entram na última semana do ano


Os mercados domésticos devem se arrastar nesta última semana de 2015, agora que as expectativas em relação à mudança no comando do Ministério da Fazenda foram reequilibradas nos preços dos ativos, com os investidores aguardando a nova política econômica brasileira para 2016. A "primeira urgência" apontada pelo ministro Nelson Barbosa já foi regulamentada e o governo federal irá utilizar o superávit primário de 2014 para pagar ainda neste ano as dívidas atrasadas das chamadas "pedaladas fiscais".

O anúncio foi feito via Medida Provisória (MP) publicada na última quinta-feira no Diário Oficial da União, que define que serão destinados até R$ 10,990 bilhões para pagar dívidas com o FGTS e outros R$ 15,1 bilhões serão pagos ao BNDES para equalização de juros. Segundo a LDO de 2015, alterada neste mês, a meta de resultado primário poderia ser reduzida em pouco mais de R$ 57 bilhões para o pagamento das “pedaladas” - prática que foi condenada pelo TCU.

Resolvida a questão, as atenções se voltam para a reunião entre a presidente Dilma Rousseff e a nova equipe econômica nesta segunda-feira, diante da pressão para que o governo anuncie, logo nos primeiros dias do novo ano, medidas concretas rumo à retomada do crescimento econômico. Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma precisa de apoio popular para vencer a batalha do impeachment.

Ainda em Brasília, um grupo de governadores reúne-se hoje para discutir a proposta de mudanças na economia a ser apresentada pelo novo ministro da Fazenda. O encontro é organizado pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e já tem a presença confirmada de pelo menos 13 governadores, entre eles o do Rio, Luiz Fernando Pezão.

Mas com o rito do processo contra o mandato da presidente parado até o fim do recesso parlamentar, assim como a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do cargo de deputado, o noticiário político deve fazer uma pausa nos negócios locais. Ainda assim, os três dias de pregão da semana devem ser marcados por volumes excessivamente baixos, com o rali de fim de ano sendo adiado para 2016.

As bolsas de Nova York são as únicas grandes a funcionarem em plena véspera de ano-novo. Wall Street fecha apenas no dia 1º de janeiro, na companhia das praças na Europa e na Ásia. A Bolsa de Londres, que não abre hoje devido a um feriado, também opera no dia 31, em pregão reduzido, enquanto Paris e Frankfurt ficarão fechadas nesta data. Os mercados na Austrália e na Nova Zelândia também estão fechados hoje.

Na quinta-feira passada, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam em leve baixa, mas acumularam valorização na semana e, de quebra, o S&P zerou as perdas do ano. Nesta manhã, porém, os índices futuros estão na linha d'água, com um viés negativo. Por sua vez, o índice Xangai Composto subiu 0,4% no dia 25, mas tombou 2,59% hoje, penalizado pela queda de 1,4% no lucro industrial no mês passado, com a sexta queda seguida do setor sinalizando um aprofundamento na desaceleração econômica da China.

As fortes perdas da Bolsa chinesa lideraram a queda entre as moedas e ações de países emergentes, o que deve provocar um movimento de realização na Bovespa e no real. A moeda brasileira caminha para o terceiro ano seguido de desvalorização, figurando no topo do ranking global, na companhia dos pesos argentino e colombiano.

Entre as bolsas, Hong Kong e Seul caíram 1,1%, cada, com o won sul-coreano encabeçando a lista de maiores quedas do dia. Porém, as bolsas na Malásia e Índia subiram, assim como o ringgit malaio e a rupia indiana. Nas commodities, o petróleo devolve ganhos, após o rali da semana passada, que garantiu o maior avanço em meses. Os metais básicos também recuam.

Já a agenda econômica está esvaziada nos Estados Unidos e na Europa nesta segunda-feira, mas traz como destaque indicadores norte-americanos sobre a confiança do consumidor (amanhã), as vendas de imóveis (quarta-feira) e a atividade industrial na região de Chicago (quinta-feira).

No Brasil, o quadro fiscal rouba a cena, com as atenções do dia voltadas para o resultado primário do governo central em novembro, que o Tesouro Nacional anuncia às 14h30. Na sequência, às 15 horas, saem os dados semanais da balança comercial. Amanhã, é a vez dos dados consolidados das contas públicas pelo Banco Central e também do IGP-M deste mês.

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