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Política em cena nos mercados


Os riscos e as incertezas continuam no Brasil. Na semana de dados importantes de inflação em novembro, com o IGP-DI na terça-feira e o IPCA na quarta-feira, o foco dos mercados domésticos estará no cenário político. Os partidos tem até as 14 horas desta segunda-feira para definir os parlamentares que integrarão a comissão especial que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rouseff. Ao todo, serão 65.

Amanhã, o Conselho de Ética deve votar o parecer do processo contra o mandato do deputado Eduardo Cunha, depois de quatro adiamentos. Para muitos, o impeachment dela depende do futuro dele, que pode ser afastado da Presidência da Câmara em breve - seja pelo próprio órgão da Casa ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República, que tem a prerrogativa.

Ainda assim, a oposição pode tentar viabilizar a continuidade do impeachment e a disputa com o Palácio do Planalto sobre a tramitação do processo durante o recesso do Congresso Nacional deve ser decidida pelo STF. O Planalto, que contabiliza votos suficientes para arquivar o pedido, quer um desfecho o mais rápido possível. Já a oposição quer arrastar a questão até depois do carnaval.

O tema deve estar na pauta da reunião de coordenação política, às 15 horas. Pela manhã, Dilma recebe o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Entre os indicadores, o Banco Central publica a Pesquisa Focus (8h30) e a balança comercial informa os números da primeira semana de dezembro.

No exterior, a semana que antecede a última reunião do ano do Federal Reserve põe em período de silêncio todos os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Mas James Bullard, da distrital de Saint Louis do Fed, fala hoje. Entre os indicadores, destaque para o índice de preços de produtos importados, na quinta-feira, e para a inflação no atacado (PPI) e as vendas no varejo norte-americano, no dia seguinte.

Hoje, tem apenas o crédito ao consumidor em outubro (18h). Por ora, os índices futuros das bolsas de Nova York estão mais propensos em devolver parte dos ganhos da última sexta-feira, após os números robustos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Na Europa, tem reunião do Banco Central inglês (BoE), na quinta-feira, além de dados de atividade e preços em países da zona do euro ao longo da semana. Hoje, a produção industrial alemã decepcionou, ao crescer menos que o esperado em outubro, em +0,2% ante setembro e previsão de +0,8%.

Mesmo assim, foi a primeira alta da indústria da maior economia europeia em três meses, o que ajuda a sustentar as principais bolsas europeias no azul hoje. O euro, por sua vez, tem ligeiro viés de baixa, diante da divergência da política monetária do Fed e do Banco Central Europeu (BCE). Amanhã, tem uma leitura preliminar do PIB da região da moeda única no trimestre passado.

Já na Ásia, saem os dados da balança comercial da China e índices de preços ao produtor e ao consumidor (CPI). A Bolsa de Xangai subiu hoje pela quinta vez em seis pregões, com +0,34%, em meio a um volume financeiro 35% abaixo da média dos últimos 30 dias. Na última sexta-feira, Pequim informou que vai reduzir o horário de negociação com índices futuros e introduzir o mecanismo de circuit breaker em janeiro.

Nos demais mercados asiáticos, o sinal positivo prevaleceu, diante dos ganhos em Wall Street ao final da semana passada. Tóquio subiu 0,99%, Hong Kong teve +0,14% e Seul avançou 0,7%. No Pacífico, a Bolsa de Sydney ganhou 1,2%. Entre os ativos emergentes, o índice MSCI da região cai pelo quarto dia seguido.

As moedas desses países e correlacionadas às commodities perdem terreno para o dólar, diante das apostas de aperto nos juros dos EUA pelo Fed em dezembro. Os investidores veem 74% de chance de a primeira alta nos Fed Funds desde 2006 ocorrer na próxima semana. Mas o impacto imediato desse aumento ainda é digerido pelos negócios.

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