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Congresso mantém veto, mas tensão volta à França


O Congresso Nacional manteve o veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste de até 78% aos servidores do Judiciário. Mas o placar foi apertado e a sessão, que foi derrubada pela própria base aliada, deve ser retomada nesta manhã para apreciar outros cinco vetos. Enquanto a votação ocorria, na madrugada desta quarta-feira, uma intensa troca de tiros era registrada durante uma operação da polícia francesa em Saint-Denis, no norte de Paris.

Uma caçada ao suposto cérebro dos ataques terroristas cometidos na última sexta-feira na capital francesa fechou escolas, cafés e interrompeu o tráfego de trens, carros e pessoas nas ruas da cidade localizada ao norte de Paris hoje, o que reacende a tensão nos mercados financeiros. A operação segue em curso e já deixou duas pessoas mortas.

Ainda não há informações sobre o funcionamento do pregão da Bolsa de Paris. Mas os índices futuros das bolsas de Nova York e do Europe Stoxx50 exibem perdas aceleradas, de até 0,5%, com o medo do terrorismo voltando aos negócios, quatro dias após os ataques em Paris. Ontem, o esvaziamento de um estádio de futebol, onde aconteceria a partida entre Alemanha e Holanda, já havia inibido a recuperação dos ativos, que parecia intacta.

Os investidores estavam mais "bullish", ignorando a queda nos preços do barril de petróleo, que segue rumo a US$ 40, e também a perspectiva de aumento nos juros norte-americanos. E essa disposição ao risco será testada hoje, com as atenções dos negócios pelo mundo voltadas para a divulgação, às 17 horas, da ata da reunião de outubro do Federal Reserve.

À época, a autoridade monetária norte-americana abandonou os entraves que podiam adiar o início de um aperto dos juros ainda neste ano, reforçando as apostas de que a primeira alta nos Fed Funds desde 2006 deve mesmo ocorrer em dezembro. No documento a ser conhecido nesta tarde, os investidores estarão em buscas de pistas que confirmem esse prognóstico.

Na mensagem da reunião do mês passado, o BC dos EUA deixou de dizer que o cenário global restringe a atividade e a inflação do país - os dados de ontem mostraram queda na produção industrial pelo segundo mês seguido, mas alta dos preços ao consumidor dentro do esperado. Antes da ata do Fed, às 11h30, saem dados sobre a construção e a licença de moradias novas nos Estados Unidos no mês passado.

Depois, às 13h30, é a vez dos estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país. A commodity tem ditado o rumo das bolsas de Nova York, que subiram com o salto do WTI na segunda-feira e seguiram ontem a queda do barril. Nesta manhã, o petróleo é negociado em alta, enquanto os metais básicos recuam, após o presidente chinês, Xi Jingping, admitir que a segunda maior economia do mundo enfrenta consideráveis pressões de baixa.

A Bolsa de Xangai caiu 1,02% hoje e Hong Kong perdeu 0,21%, mas Tóquio fechou com leve alta de 0,09%. Entre os mercados emergentes, o sinal negativo prevalece, com as moedas da região, como o rand sul-africano e o won sul-coreano, perdendo terreno para o dólar.

Já a agenda doméstica desta quarta-feira começa cedo, às 8h30, quando o Banco Central informa o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) em setembro. A previsão é de que o indicador recue 0,60% ante agosto, acumulando retração de 1,2% no terceiro trimestre e confirmando o aprofundamento da recessão brasileira na segunda metade de 2015. Na comparação com setembro de 2014, o IBC-Br deve ter caído 6,2%.

Depois, às 12h30, o BC volta à cena para anunciar os números semanais do fluxo cambial. Antes, às 11 horas, a CNI informa o índice de confiança do empresário industrial (ICEI) neste mês. Mas os negócios locais também estarão atentos à movimentação em Brasília.

Após a vitória por apenas seis votos na manutenção do veto do Judiciário, os parlamentares retomam hoje a sessão, às 11h30, para análise de cinco vetos que ainda faltam passar por votação. Outros sete vetos da presidente também foram mantidos, de um total de 13 que ainda estão sendo analisados.

Mas a base aliada derrubou a sessão, mostrando que o apoio ao governo ainda não é sólido. Afinal, é necessária a liberação da pauta no Congresso para votar os projetos de lei de conteúdo orçamentário. Entre eles, o principal é a votação do texto aprovado ontem pela Comissão Mista do Orçamento (CMO) que autoriza o governo a fechar o ano de 2015 com um déficit primário de até R$ 119,9 bilhões.

Sem a mudança a presidente Dilma Rousseff pode incorrer em crime de responsabilidade fiscal. Vai depender, então, da pauta de votação do dia a ser definida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. Hoje, Dilma tem uma série de encontros, mas o destaque fica para a reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, às 18 horas.


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