top of page

Risco chinês soma-se ao Fed


Os preços ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI) na China em outubro, divulgados ontem à noite, reforçaram as apostas de que mais medidas de estímulo estão a caminho. A necessidade de apoiar a demanda doméstica, em meio ao fraco consumo global por produtos chineses, não consegue embalar os mercados internacionais e prevalecem os temores quanto à desaceleração da segunda maior economia do mundo.

A Bolsa de Xangai interrompeu uma sequência de quatro dias consecutivos de alta e caiu 0,19% hoje, após a inflação ao consumidor diminuir o ritmo no mês passado e subir 1,3%, em base anual, ante +1,6% em setembro e uma expectativa de +1,5%. Já o PPI caiu 5,9% no período, no 44º resultado negativo consecutivo no atacado.

Esses riscos persistentes de deflação no país combinados com o enfraquecido comércio exterior abrem a porta para estímulos adicionais pelo Banco Central da China (PBoC), que tenta estabilizar a economia e cumprir a meta de Pequim, seja em relação à inflação ou ao crescimento. As apostas são de que as autoridades políticas irão agir para aliviar as pressões deflacionárias e impulsionar o consumo interno.

Nos demais mercados asiáticos, a Bolsa de Hong Kong recuou 1,31%, no maior recuo em uma semana, enquanto a Bolsa de Tóquio avançou 0,14%. No Pacífico, Sydney caiu 1,2%. Já nos mercados emergentes, o índice MSCI cai pelo quarto dia, rumo ao menor nível em cinco semanas, com os fracos dados chineses somando-se à perspectiva de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos.

Essa combinação deve atingir em cheio os ativos no Brasil, o que levou o Banco Central a se antecipar mais uma vez e anunciar mais dois leilões de linha para hoje. O duro golpe para os mercados domésticos, porém, vem de questões locais. Afinal, no fim da sessão de ontem, rumores de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixaria o cargo até o fim do ano voltaram a pesar nos negócios.

Nos bastidores, a notícia é de que Levy teria sofrido novo revés no ajuste fiscal, após a decisão do governo de reabrir pedidos de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento (PIS), reduzindo o corte no programa em R$ 3 bilhões, para R$ 27,5 bilhões. A notícia amplia as incertezas em relação ao equilíbrio das contas públicas e deve trazer uma nova rodada de nervosismo hoje.

A agenda do ministro Levy para esta terça-feira ainda não estava disponível. Já a presidente Dilma Rousseff estará no Rio de Janeiro, onde visita obras e participa de cerimônia de entrega de unidades habitacionais. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, está em Madri, onde participa de um evento promovido pelo BC espanhol e da zona do euro (BCE). Por sua vez, o diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, reúne-se novamente com economistas - desta vez, no Rio de Janeiro.

Entre os indicadores econômicos, internamente, a FGV divulga, às 8 horas, prévias do IPC-S e do IGP-M neste início de novembro, enquanto o IBGE anuncia, às 9 horas, dados da safra agrícola estimada até o mês passado e o prognóstico para 2016, além dos números regionais da produção industrial.

De volta ao exterior, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem leves ganhos nesta manhã, em uma tentativa de recuperar parte das perdas de ontem antes do feriado nos Estados Unidos pelo Dia do Veterano amanhã, que manterá os mercados em Wall Street fechados, e em meio à agenda econômica norte-americana novamente fraca hoje. Às 11h30, saem os preços de importação e exportação no país em outubro e, às 13 horas, é a vez dos estoques no atacado em setembro.

Na Europa, o calendário de indicadores também está mais fraco nesta terça-feira, o que desloca as atenções para a reunião de ministros de Finanças da União Europeia (Ecofin), em Bruxelas. Por ora, as principais bolsas da região tentam acompanhar o sinal positivo vindo das bolsas norte-americanas, também buscando reaver parte das perdas da véspera.

Posts Destacados
bottom of page