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Dado de emprego nos EUA comanda o dia


A primeira sexta-feira de novembro promete ser agitada para os mercados financeiros, pois hoje é dia de divulgação do relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos (payroll), o que deve mexer com os negócios pelo mundo. No Brasil, os investidores recebem os números da inflação oficial no país, medida pelo IPCA, que deve ter acelerado pelo segundo mês consecutivo. Ambos os dados referem-se a outubro.

Os números sobre os preços ao consumidor brasileiro serão divulgados pelo IBGE às 9h. A previsão é de aceleração na taxa para 0,80% (na mediana), de 0,54% em setembro, o que, se confirmado, será o maior resultado para meses de outubro desde 2002, quando subiu 1,31%. Já no acumulado em 12 meses, o IPCA deve voltar a encostar-se aos dois dígitos, indo até 9,91% (na mediana), na maior variação para o período desde novembro de 2003.

Antes, às 8 horas, a FGV informa o IGP-DI do mês passado, que também deve acelerar, para 1,62% (na mediana), com a depreciação cambial mantendo os IGPs, em geral, pressionados. Ainda na agenda doméstica, destaque para os números do setor automotivo em outubro, a serem divulgados pela Anfavea, às 11h30. Na safra de balanços, saem os resultados trimestrais da Marfrig.

Independente desse calendário econômico carregado no Brasil, a atenção do mercado global está concentrada na divulgação da criação de vagas nos EUA em outubro, às 11h30. A previsão é de recuperação no dado, após a decepção com a geração de emprego nos dois meses anteriores, com a abertura de 180 mil postos de trabalho no país e estabilidade na taxa de desemprego em 5,1%.

Não está descartada revisões nos números do payroll em agosto (136 mil) e em setembro (148 mil), ante uma média de 260 mil contratações por mês em 2014. Depois, às 18 horas, será conhecido o crédito ao consumidor em setembro. Os números do payroll tendem a calibrar as apostas em relação à primeira alta nos juros norte-americanos desde 2006, que é cada vez mais provável de acontecer em dezembro.

No encontro dos dias 15 e 16 do mês que vem, o Federal Reserve poderá tomar uma decisão simbólica de demover os Fed Funds do intervalo entre zero e 0,25% sete anos depois de situar a taxa nesses níveis por um período prolongado. Ao final da próxima reunião, haverá entrevista coletiva com a presidente do Fed, Janet Yellen, bem como atualização das projeções para as principais variáveis econômicas nos EUA.

De olho nesse grande evento, os índices futuros das bolsas de Nova York estão de lado, porém com um ligeiro viés positivo. O juro da T-note de 10 anos segue nos níveis mais altos em quatro meses, a 2,23%, sendo que a precificação na curva segue apontando 56% de chance de aperto nos juros norte-americanos no próximo mês.

Na Europa, porém, as bolsas estão divididas entre o prognóstico de aperto monetário nos EUA e a sinalização de estímulo adicional pelo Banco Central Europeu (BCE) em pleno mês de Natal. Ainda assim, os negócios na região são impactados pela inesperada queda da produção industrial da Alemanha em setembro, em -1,1% ante agosto, ante previsão de alta de 0,5%. Os números de hoje e de ontem sobre o país mostram como a desaceleração econômica na China e em outros mercados emergentes afetou a maior economia europeia.

Já a Bolsa de Londres digere os dados sobre a atividade na indústria e a balança comercial do Reino Unido em setembro, ecoando ainda a cautela mostrada ontem pelo BC inglês (BoE) em relação ao momento exato em que iniciará o ciclo de aperto dos juros, uma vez que reduziu as estimativas para o crescimento econômico e para a inflação no país.

Na Ásia, o dia foi de ganhos. A Bolsa de Xangai subiu pelo terceiro dia consecutivo, acumulando valorização de mais de 5% na semana, beneficiada pelo aumento de 11% nas vendas de automóveis na China - o maior em sete meses, a 1,85 milhão de unidades no mês passado. A Bolsa de Hong Kong, porém, caiu 0,80%, em meio à cautela antes do payroll, enquanto o índice japonês Nikkei 225 avançou 0,78%. Já no Pacífico a Bolsa de Sydney recuou 0,6%.


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