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Brasil volta do feriado de olho nos EUA


O feriado no Brasil foi de ganhos em Nova York e na Europa, mas de perdas em Xangai, ontem. Em todos os mercados, os negócios foram guiados por dados de atividade, com a indústria na zona do euro avançando em relação ao mês anterior, ao passo que na China o setor industrial seguiu retraído em outubro e nos Estados Unidos a manufatura também ficou estagnada, devido à fraca exportação.

O dado doméstico sobre o setor de transformação será conhecido hoje, às 10 horas, nos números compilados pela Markit. Amanhã, sai a pesquisa industrial mensal do IBGE. Ainda nesta terça-feira, tem a pesquisa Focus (8h30) e os números semanais da balança comercial (15h). Entre os eventos de relevo, acontece a reunião de coordenação política.

No exterior, a agenda está mais fraca e traz apenas as encomendas à indústria norte-americana em setembro, às 13 horas. É bom lembrar que os EUA saíram do horário de verão no último fim de semana, ficando mais afastados do horário GMT e de Brasília. Assim, as bolsas em Wall Street iniciam o pregão às 12h30, estendendo-se até as 19 horas.

Os horários de divulgações dos principais indicadores também mudam e o payroll - indicador mais aguardado deste semana - será conhecido às 11h30 de sexta-feira. No mesmo dia, no Brasil, saem o IGP-DI e o IPCA de outubro. Alimentação e o reajuste nos preços de combustíveis devem ser o destaque na inflação ao consumidor.

Também merece atenção o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, amanhã. Ela e o dados de emprego nos EUA podem ser determinantes em relação aos próximos passos de política monetária no país ainda em 2015, com efeitos fortes no dólar - o que levou o Banco Central a antecipar-se e marcar dois leilões de linha para hoje.

Na Austrália, a decisão do BC local (RBA) de não mexer nos juros do país, mas de deixar a porta aberta para possíveis cortes, fortaleceu o dólar australiano. O chamado "aussie" subia a US$ 0,72, mais cedo, com os investidores vendo chances de redução na taxa básica do país em apenas 30% em dezembro, de 60% antes da decisão de hoje. Já a possibilidade de corte no primeiro trimestre de 2016 gira em torno de 70%.

No Reino Unido, os investidores aguardam o anúncio de política monetária do banco central local (BoE), na quinta-feira. Leituras finais de índices dos gerentes de compras (PMI) dos setores de serviço e composto serão conhecidos ao redor do mundo ao longo da semana.

Ontem, as principais bolsas europeias garantiram ganhos após o PMI industrial da região da moeda única subir a 52,3 em outubro, de 52 em setembro. Londres hesitou, já à espera do BoE.

Na Ásia, a Bolsa de Xangai caiu 1,7% ontem, no segundo pregão seguido de queda, após o PMI oficial chinês

seguir em território que indica contração da atividade pelo terceiro mês seguido, ficando inalterado em 49,8 no mês passado. A previsão era de avanço a 50 - a linha divisória entre expansão e retração. Hoje, o índice Xangai Composto encerrou com leve alta de 0,1%, após mudar de direção oito vezes no pregão.

O PMI oficial não-manufatureiro da China, que serve de termômetro para os setores de serviço e construção, caiu a 53,1, de 53,4, na leitura mais fraca desde dezembro de 2008. Já na leitura feita pela Caixin e Markit, o PMI industrial ficou em 48,3 em outubro, na leitura mais expressiva desde junho deste ano, de 47,2 em setembro.

Ainda na região, a Bolsa de Hong Kong cedeu 1,19% e a de Tóquio recuou 2,10% na segunda-feira. Na Austrália, Sydney teve a maior queda desde o fim de setembro, ontem, mas subiu 1,4% hoje. O índice Hang Seng avançou 1,3% nesta terça-feira.

Entre as moedas, o won sul-coreano e o baht tailandês ganham terreno ante o dólar hoje, assim como a rupia indonésia e o ringgit malaio. A lira turca também se fortalece, na esteira das eleições parlamentares.

Em Nova York, as bolsas fecharam perto das máximas ontem, com alta de cerca de 1%, embaladas por balanços corporativos e dados econômicos, com os índices Dow Jones e S&P 500 recuperando as perdas desde a surpresa com a maxidesvalorização do yuan chinês, em agosto. O índice ISM de atividade industrial nos EUA ficou praticamente estável, em 50,1 em outubro, de 50,2 em setembro, mas foi a leitura mais fraca desde maio de 2013.

O dado mostra como as fábricas estão sofrendo com a diminuição da demanda no exterior e consumidores bem abastecidos em casa. Mas os futuros dos Fed Funds seguem precificando 50% de chance de o Federal Reserve elevar os juros norte-americanos em dezembro. No fim de outubro, um dia antes de o Fed sinalizar que ainda considera apertar a política monetária neste ano, essa precificação estava em 35%.

O ouro vem sentido esse nervosismo do investidor em relação à última reunião de 2015 do BC dos EUA, uma vez que taxas de juros mais elevadas no país diminuem o apetite pelo metal precioso - que passa a dar retornos menos atrativos. Da mesma forma, o dólar se fortalece e reduz os preços das commodities, com o barril do petróleo WTI seguindo abaixo de US$ 50.

Os investidores irão olhar com lupa no relatório oficial do mercado de trabalho em busca de mais pistas sobre o timing do Fed, pois a depender de como o número do payroll sair na sexta-feira será o "fazer ou morrer" em termos de elevação de juros nos EUA neste ano. De olho nisso, os índices futuros em Nova York mostram mais cautela nesta manhã, assim como as principais bolsas europeias.

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