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Velhos temas voltam ao radar do mercado


A pauta do impeachment deve voltar a ser o centro das atenções nos mercados domésticos, após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o rito definido por ele para o andamento de um eventual processo contra a presidente Dilma Rousseff. A tendência, porém, é que os ministros da Corte mantenham a suspensão. Já no exterior, o foco dos negócios retorna para a China e o Federal Reserve.

No front político brasileiro, a oposição deixou para amanhã, a entrega do novo pedido de impeachment dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., sendo que a peça deve ser aceita por Cunha. Trata-se de mais uma jogada do presidente da Câmara para desviar o assunto nele mesmo, em meio às denúncias que comprovam a existência de contas secretas na Suíça em nome do parlamentar. Cunha reitera, porém, que não vai renunciar e disse ter legitimidade para comandar, inclusive, um processo de impeachment contra Dilma.

A presidente, por sua vez, segue no exterior e cumpre uma agenda oficial extensa hoje, na Finlândia. O retorno dela para Brasília está previsto para o fim do dia. Mas a agenda de indicadores e eventos econômicos desta terça-feira está fraca, tanto no Brasil quanto no exterior.

Internamente, destaque para a segunda prévia do mês do IGP-M, às 8 horas. Logo cedo, a Fipe informou que seu IPC acelerou a 0,89%, de 0,79% na leitura anterior. No fim do dia, o Comitê de Política Monetária (Copom) dá início ao encontro que decidirá sobre a atualização da taxa Selic. O anúncio será feito somente amanhã.

Já nos Estados Unidos, destaque apenas para os dados sobre a construção e as licenças de moradias novas em setembro (10h30). Também no radar, está um discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, às 13 horas, durante cerimônia em Washington.

Na safra de balanços, a temporada norte-americana reserva para esta semana os resultados de mais de um quinto das empresas listadas no S&P 500 e/ou um terço das que fazem parte do Dow Jones. Hoje, saem os números trimestrais de Yahoo!, Verizon e Travelers.

À espera desses anúncios, os índices futuros das bolsas de Nova York têm ligeira baixa. Enquanto isso, na Europa, as principais bolsas da região exibem leves ganhos. Já na Ásia não houve uma direção definida, com Xangai subindo 1,13%, mas Hong Kong em queda.

O mote nos mercados acionários se divide entre a liquidez dos grandes bancos centrais globais para estimular a economia e a perspectiva de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, combinada com uma desaceleração econômica na China. Nesse cenário entre expectativas e economia real, os mercados emergentes e as commodities sofrem mais.

O índice MSCI de mercados emergentes caía, mais cedo, interrompendo uma sequência de três dias de alta. Entre as moedas, o euro se apoia nas especulações de que o BC da região da moeda única irá manter mais estímulos na mesa, na reunião do BCE na quinta-feira. Já o ringgit malaio perde terreno ante o dólar pelo terceiro dia, assim como a rupia indonesia, ao passo que o won sul-coreano cede pela quarta vez seguida.

O dólar australiano era uma das exceções e subia ante o xará dos EUA, com os investidores reduzindo as apostas de mais afrouxo monetário pelo RBA ainda neste ano. Em contrapartida, o yuan chinês recuou ao nível mais baixo em três semanas, diante das especulações de que Pequim irá injetar estímulos adicionais, após os números do PIB do país no trimestre passado.

As commodities, porém, ensaiam alguma recuperação. O petróleo desloca o foco sobre a economia chinesa e se atenta para a questão da oferta, em meio à expectativa de que o excesso de estoque nos EUA vai continuar em queda, dando sustentação aos preços do barril. Já os metais básicos tentam reagir, cientes de que apesar da desaceleração no ritmo do crescimento chinês, o país está contribuindo ainda mais para a economia global.

Afinal, o PIB da China hoje é de US$ 10,3 trilhões, bem acima dos US$ 2,3 trilhões em 2005, quando o país iniciou sua trajetória ascendente até chegar a uma taxa de crescimento de dois dígitos, em 2010. Os efeitos estatísticos mostram que crescer 6% ou 7% sobre mais de US$ 10 trilhões produz resultados muito maiores do que crescer sobre uma base bem menor de cinco ou dez anos atrás - ainda que resultassem em taxas mais elevadas antes.

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