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Decisão de juros nos EUA em foco


O Federal Reserve anuncia hoje, às 15 horas, a decisão de política monetária e os mercados financeiros devem se arrastar até lá. As bolsas europeias não exibem uma direção única, enquanto os índices futuros em Nova York caem, com os negócios influenciados pela queda de 2,08% em Xangai. O dólar perde terreno para o euro e o iene, com a percepção de que os juros norte-americanos devem ficar estáveis. Já o cobre afasta-se das máximas em dois meses, após as mineradoras no Chile não terem sido afetadas pelo terremoto de ontem.

Mais do que o anúncio em si sobre a atualização da taxa de juros nos Estados Unidos, que deve seguir no intervalo entre zero e 0,25% no qual está desde o fim de 2008, é grande a expectativa pela entrevista coletiva a ser concedida pela presidente do Fed, Janet Yellen, às 15h30. Os investidores esperam encontrar, na fala de Yellen, pistas sobre a real intenção do Banco Central dos EUA de ainda promover neste ano a primeira alta nos juros norte-americanos desde 2006 e, principalmente, quando de fato esse movimento deve ocorrer.

Os investidores estão precificando 32% de possibilidade de o Fed subir o juro hoje, pela primeira vez em noves anos. Apesar de a chance estar acima da marca de 28% na segunda-feira, a precificação está longe dos 50% que atingiu antes da maxidesvalorização do yuan chinês. Assim, as apostas se concentram nas outras duas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) em 2015 – em outubro e em dezembro.

Em meio a essa ansiedade, as bolsas internacionais mostram certa relutância. Na Europa, os índices acionários em Londres, Paris e Frankfurt oscilam, ora em alta, ora em baixa, ao passo que Wall Street está mais propensa a realizar os ganhos da véspera. Na Ásia, o sinal positivo prevaleceu, exceto na China. O índice Xangai Composto afundou na meia hora final de pregão, com os investidores testando os limites do suporte estatal aos mercados.

Tóquio, porém, subiu 1,43%, com o iene testando forças ante o dólar. A moeda norte-americana está de lado ante as demais rivais, diante da expectativa pelo Fed. O ringgit malaio conquistou o maior ganho em cinco meses. O bath tailandês e o won sul-coreano também subiam, mas o rand sul-africano devolvia os ganhos.

Entre as commodities, o petróleo também está estagnado, ao passo que o cobre devolve parte da alta de mais de 1% atingida logo após a notícia de um terremoto de magnitude 8.3 no Chile. A maior mineradora de cobre do mundo, a Codelco, disse que seus trabalhadores estavam seguros e as operações não sofreram danos. Antofagasta, Anglo American e BHP Billiton também disseram que suas minas não foram afetadas.

Mas o dia hoje é do Fed e antes dos eventos envolvendo o BC dos EUA, os negócios recebem mais uma rodada intensa de indicadores econômicos do país. Às 9h30, saem os números semanais de pedidos de auxílio-desemprego; dados sobre a construção e licenças de moradias em agosto; além do saldo em conta corrente no segundo trimestre deste ano.

Depois, às 11 horas, é a vez do índice regional de atividade da distrital do Fed na Filadélfia em setembro. Já no Brasil, a agenda econômica está mais fraca e traz apenas a segunda prévia do mês do IGP-M. O calendário doméstico mais esvaziado do dia deve manter o foco dos negócios locais no noticiário político, mas sem descolar-se do comportamento externo, pois hoje quem domina a cena é o Fed.

O destaque fica com a reunião dos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) na Comissão Mista de Orçamento (CMO), às 9 horas. Os parlamentares devem pedir, no encontro, um detalhamento do novo pacote que visa atingir a meta fiscal de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.

Ao mesmo tempo, a presidente Dilma Rousseff tenta melhorar a relação com o Congresso e deve assumir a articulação no Senado para manter vetos de pauta-bomba. Ela também busca apoio contra um possível processo de impeachment, mas o pedido dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. será protocolado hoje.

A presidente reúne-se com líderes da base aliada na Câmara dos Deputados, às 9 horas. Depois, às 11 horas, participa da cerimônia de recondução de Rodrigo Janot ao cargo de Procurador-Geral da República. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também estará nesse evento.

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