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PIB no Brasil fecha semana de forte emoções


Após uma semana de fortes oscilações nos mercados financeiros, as principais bolsas e commodities pelo mundo se seguram firmes nesta sexta-feira, tentando dar continuidade à recuperação observada nos últimos dias. A Bolsa de Xangai, que ativou o selloff nos mercados globais, subiu 4,8% hoje, reduzindo as perdas semanais para 7,9%. O sinal positivo prevaleceu na Ásia, mas Wall Street amanhece no vermelho, o que pressiona a Europa e pode ditar o rumo dos negócios no Ocidente.

No Brasil, o cenário de recessão técnica já está consolidado. Então, qualquer número a ser divulgado hoje pelo IBGE irá apenas corroborar a fragilidade da atividade. Afinal, desde o segundo trimestre de 2014, a economia doméstica vem acumulando uma sucessão de leituras negativas do Produto Interno Bruto (PIB) e o segundo trimestre deste ano deverá ser o quinto trimestre consecutivo de retração econômica – fato inédito na série histórica, iniciada em 1996.

O IBGE anuncia os números das contas nacionais trimestrais, às 9 horas, e a mediana das expectativas aponta para uma retração de 1,60% ante o trimestre anterior, repetindo a queda registrada nos três primeiros meses de 2015, na mesma base de comparação. Qualquer recuo maior que esse patamar encontra desempenho semelhante apenas no auge da crise após o colapso do Lehman Brothers, no segundo trimestre de 2009, quando o PIB nacional encolheu 2,3%, em base trimestral.

Já em relação ao segundo trimestre de 2014, o PIB brasileiro pode cair 2%. Ainda na agenda doméstica, antes, às 8 horas, a FGV informa o resultado de agosto do IGP-M, que deverá desacelerar fortemente ante a taxa de 0,69% apurada em julho (0,22% na mediana).

Depois, às 10h30, é a vez de o Banco Central informar o superávit primário consolidado no mês passado, mas os números do Tesouro Nacional, ontem, sobre as contas públicas já mostraram quão difícil será cumprir a meta fiscal deste ano, de 0,15% do PIB – o que ameaça ainda mais a perda do selo soberano de grau de investimento. Ao mesmo tempo, as dificuldades de arrecadação mantém o sinal de alerta sobre a adoção de novos tributos, como a volta da CPMF.

Entre os eventos de relevo, a presidente Dilma Rousseff embarca para Fortaleza, onde participa de cerimônia de entrega de unidades habitacionais e também reúne-se com empresários e com governadores do Nordeste. Já o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, viaja para o Rio de Janeiro, onde tem audiência com empresários da Ambev e reunião com o presidente da Casa da Moeda, Francisco de Assis Franco.

No exterior, a agenda do dia também está carregada. Os investidores ainda digerem a leitura final do sentimento do consumidor na zona do euro em agosto, enquanto aguardam dados preliminares sobre a inflação ao consumidor alemão no mesmo mês (9h).

Já nos Estados Unidos, as atenções se dividem entre o simpósio econômico em Jackson Hole (Wyoming), que prossegue hoje, e os dados sobre a renda pessoal e os gastos com consumo em julho (9h30) e também sobre a confiança do consumidor norte-americano em agosto (11h). O presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, já está na cidade do interior norte-americano.

Por ora, as ações de mineradoras e ligadas à energia seguem como destaque de alta nas bolsas internacionais, em meio à recuperação nos preços das commodities. O petróleo, que saltou 10% ontem em Nova York, é negociado acima de US$ 43 por barril nesta manhã, ao passo que entre os metais, o precioso ouro avança, assim como o básico cobre.

A recuperação das principais matérias-primas industriais está fortemente ancorada na China, em meio às especulações de que as autoridades de Pequim estariam dando suporte ao mercado acionário local antes da parada militar pelo Dia da Vitória da Segunda Guerra Mundial que o país asiático promove na semana que vem.

O Índice Xangai Composto acumulou ganhos de 10% nos últimos dois dias. Já o yuan chinês se fortaleceu ante o dólar e atingiu o maior valor desde março, com o Banco Central chinês (PBoC) promovendo a maior alta na taxa de referência em cinco meses, a 6,3986 yuans por dólar. Nos demais mercados asiáticos, a Bolsa de Tóquio avançou 3%, mas a de Hong Kong caiu 1%.

Já na Austrália, a Bolsa de Sydney ganhou 0,6%. Entre as moedas, o won sul-coreano se fortaleceu em 1%, enquanto o ringgit malaio estendeu a recuperação da mínima em 17 anos. A China é o maior parceiro comercial de ambos os países. O baht tailandês, por sua vez, caiu ao menor nível desde março de 2009, com o banco central do país dando apoio para uma moeda mais fraca.

Porém, no Ocidente, as principais bolsas europeias e os índices futuros de Nova York dão sinais de cansaço, após o rali recente, que garantiu ao S&P 500 o maior ganho em dois dias desde março de 2009. A Bovespa também renovou ontem a maior alta diária do ano, acumulando três pregões seguidos de alta, sendo que nos dois últimos a valorização superou 3%. O dólar teve a maior queda ante o real em mais de duas semanas, fechando a R$ 3,55.

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